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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Memórias Esquecida de Jodi Picoult


     Opinião: O livro de fevereiro para o projeto da Jodi Picoult foi Memórias esquecidas.
    Este livro, que eu nunca tinha lido, não foi, de todo, dos que mais me entusiasmou. Na verdade, acabou por ser uma história vulgar, que em alguns momentos se arrasta demasiado.
    Delia uma jovem que foi criada pelo pai, já com uma filha do seu noivo advogado Eric, um ex alcoólico, vive uma vida calma, rodeada por uma vila rural onde a família é bastante respeitada. A este núcleo mias próximo devemos acrescentar Fitz, jornalista de profissão, e amigo de infância de Delia e Eric, e um eterno e calado apaixonado pela jovem, silenciado pelo seu sentido de honra em relação aos amigos.
     Como sempre nos livros de Jodi todas estas vozes se fazem ouvir e dizem, ao leitor, de sua justiça. O livro altera-se quando Andrew, o pai de Delia, é preso por rapto da filha quando esta tinha quatro anos. E a história, a partir desse momento muda, pois todos eles têm formas diferentes de ver e interpretar o passado, o presente e o futuro.
     Delia questiona a sua própria identidade, Andrew tenta justificar o rapto e o segredo mantido todos estes anos, Eric tenta lutar contra os seus fantasmas do passado, ciente que a defesa do sogro lhe pode custar o casamento que planeava e Fitz tenta conjugar o apoio aos amigos, com a paixão por Delia e a sua profissão de jornalista enviado para acompanhar o julgamento de Andrew.
      O certo é que o livro tinha tudo para dar certo, mas acaba por ser um pouco arrastado e sem dinâmica o que torna, em alguns passos, a leitura quase aborrecida.
      As descrições dos locais, dos sentimentos e das interações acabam por ser o mais interessante do livro, embora algumas das personagens sejam mais ou menos previsíveis.
    A juntar a todos estes elementos temos, durante parte do romance, o convívio de Delia e da sua filha com Ruthann, uma índia americana vizinha da família quando se tem de mudar por causa do julgamento. Não querendo contar demais, pois poderão sempre resolver ler o livro, poderei, no entanto, afirmar que este convívio acaba por se tornar um elemento de interesse e transforma a obra, pois apresenta as tradições da América original, tornando o livro mais dinâmico.
    Não sendo dos melhores de Jodi, é dos primeiros que ela escreveu e daí a escrita ainda não ser tão fluida como aquela que apresenta hoje em dia. No entanto, acaba por ser, como sempre uma história trágica, onde a verdade não está apenas de um dos lados.

    Sinopse: Delia Hopkins foi criada na zona rural de New Hampshire pelo seu pai, viúvo há 30 anos. Tem uma filha pequena, um noivo atraente e uma cadela Bloodhound que a ajuda no seu trabalho – encontrar pessoas desaparecidas. Enquanto trata dos preparativos para o casamento, Delia encontra fotografias antigas de pessoas e lugares de que não se consegue lembrar, embora lhe sejam familiares. Confusa, começa a ter flashbacks de memórias esquecidas de uma vida que não se lembra de ter vivido. Quando começa a interrogar o pai acerca das suas memórias confusas, este é preso por ter raptado a filha aos 4 anos. Andrew confessa ter fugido com Delia (na altura chamada Bethany) e ter começado uma nova vida longe da sua mulher. A vida de Delia fica virada de pernas para o ar. Como é que ela pode recuperar um passado que nunca teve? 





quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Cartas do Pai Natal de J. R. R. Tolkien

     Opinião: Por causa da Maratona Christmas in the books, onde se pedia para ler um livro epistolar, e seguindo a sugestão de uma das responsáveis pela referida Maratona, resolvi ler Cartas do Pai Natal de J. R. R. Tolkien. Este devia ser um dos poucos livros deste autor que eu não li nos meus anos de juventude.
A primeira coisa que me despertou a atenção foi a enorme beleza estética do livro. Trata-se de um livro lindíssimo onde as ilustrações, do próprio autor são uma mais valia para a leitura. Depois temos a reprodução das cartas em si mesmas, onde está presente o universo que conhecemos do Senhor dos Anéis, e de outras obras, mas com a vantagem de serem assinadas pelo Pai Natal e enviadas a crianças.
     As Cartas do Pai Natal são epistolas que Tolkien enviou para os filhos, em cada dezembro, sendo que o destinatário principal vai-se alterando conforme a idade do primeiro vai avançando. Nestas vamos sabendo do trabalho que o velho das barbas brancas tem por esta altura do ano e como se vive atarefadamente no Pólo Norte. São-nos apresentados os amigos que aí habitam e por vezes ajudam São Nicolau com os seus trabalhos. A saber: Bonecos de Neve, Elfos, Ursos das Cavernas, Homem da Lua, sem faltar os duendes e as suas lutas, que, como sabemos, não são as personagens mais simpáticas do universo. A juntar a esta ‘tribo’ o autor das cartas cede, esporadicamente, o seu papel de autor ao Urso Polar ajudante principal, ou talvez não, e responsável pelo bom funcionamento da fábrica, ou talvez não ,e ao Elfo Ilbereth, que tem uma letra fantástica.
    Este livro é, pois, um regresso à infância e à magia do Natal na sua plenitude. Pelo meio, ficam as lições, mais subentendidas que expressas, onde se defende que nem tudo o que as crianças pedem pode ser dado, nem mesmo pelo Pai Natal.
      De referir, a jeito de conclusão que o autor teve quatro filhos (John, Michael, Chris e Priscilla), vivia em Londres e as cartas foram escritas entre 1920 e 1943 ou seja entre as duas guerras. Se este espetro histórico estiver presente durante a leitura podemos considerar este livro ainda mais fantástico, visto que, pelo menos enquanto liam as cartas, estas crianças podiam abstrair-se da cruel realidade e viver a magia do mundo encantado construído pelo pai. Desculpem, pelo Pai Natal.
    Não sendo um livro brilhante é um livro ternurento onde os fans do autor poderão (re)descobrir as referências fantásticas do mundo de Tolkien e, ao mesmo tempo, a magia desta época.

     Sinopse: Em cada Dezembro, os filhos de J. R. R. Tolkien recebiam um envelope com um selo do Pólo Norte. Lá dentro, estava uma carta numa estranha letra aracnóide e um desenho belamente colorido.
As cartas eram do Pai Natal.
     Elas contavam maravilhosas histórias da vida no Pólo Norte: desde a forma como o Pai Natal preparava os brinquedos às travessuras com que o seu Urso Polar o atrasava, desde os amigos que frequentavam a sua casa (Bonecos de Neve, Elfos, Ursos das Cavernas e um Homem da Lua) até às batalhas com os maléficos duendes que ameaçavam a saída do mais famoso trenó.
     Por vezes também o Urso Polar rabiscava alguma nota, ou então era o Elfo Ilbereth que escrevia na sua elegante letra floreada, acrescentando ainda mais vida e humor às histórias.
     Este volume reúne as cartas e os desenhos com que a imaginação de Tolkien fecundou a dos filhos. Nenhum leitor, criança ou adulto, deixará de ficar encantado com a inventividade e a «autenticidade» destas Cartas do Pai Natal.
     J. R. R. Tolkien nasceu em 3 de Janeiro de 1892. Para além de uma longa e distinguida carreira académica, tornou-se mais conhecido pelas suas extraordinárias obras de ficção: O Hobbit, O Senhor dos Anéis e Silmarillion, para além de outras histórias e ensaios. Os seus livros estão traduzidos em mais de 40 línguas e venderam vários milhões de exemplares por todo o mundo. Tolkien morreu em 1973 com 81 anos.