segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O Rouxinol de Kristin Hannah

       Opinião: Que livro! Como esteve dois anos parado na minha estante e sem lhe pegar?
    Primeiro que tudo o meu muito obrigada às duas Bárbaras, a Bárbara Rodrigues e a Bárbara Pereira por terem lido este livro comigo. Foi graças a elas que o fui buscar e o li. Muito obrigada.
     Porque, na verdade, este é um livro extraordinário. O Rouxinol de Kristin Hannah foi a minha estreia com a autora. O livro conta a história de duas irmãs a Vianne e a Isabelle que vivem em França durante a invasão alemã, na segunda guerra. Vianne, a mais velha, vê o marido partir para a frente de batalha, ficando com a filha na casa de família. Isabelle foge do colégio, e depois de uma passagem por Paris, por casa do pai, com quem não tinha uma boa relação, acaba por ir viver com a irmã.
      E o quadro está lançado. Duas irmãs com uma juventude difícil, que se vêm a olhar a guerra de maneiras diferentes. Na verdade, estas duas mulheres são duas heroínas que não conseguem gerir os seus sentimentos da mesma forma, mas que cada uma, por seu lado, acaba por resistir ao invasor à sua maneira. Numa época em que sobreviver era a palavra de ordem, as jovens vivem conforme as suas responsabilidades e as suas opções.
    Estas personagens estão de tal forma bem delineadas que, facilmente, o leitor se esquece que se trata de uma obra de ficção e as considera suas amigas, conhecidas, sofrendo com elas. A história é de tal forma credível que, não me custa a acreditar, terá havido, durante a segunda guerra mundial, histórias semelhantes. Um aspeto interessante deste livro é que só a meio é que conseguimos compreender o título dando-lhe uma outra intensidade e pertinência, embora, para mim, não seja o ideal.
      Sendo um livro que vai alternando entre as histórias das duas, e ainda com alguns saltos, embora maioritariamente se passe no passado, a estrutura narrativa está tão bem conseguida que não conseguimos abandonar o livro, pois quando queremos acompanhar a história de uma irmã, salta para a outra, o que nos leva a querer saber mais desta irmã, sem que não consigamos esquecer a outra.
    Kristin Hannah escreve de forma apaixonante sabendo prender o leitor capítulo após capítulo. Um livro cinco estrelas onde a história, a construção narrativa e a escrita fazem com que nos esqueçamos que se trata de um livro e muitas vezes soframos e choremos com estas irmãs. Recomendo vivamente.

     Sinopse: Na tranquila vila de Carriveau, Vianne despede-se do marido, Antoine, que parte para a frente da batalha. Ela não acredita que os nazis vão invadir a França… mas é isso mesmo que fazem, em batalhões de soldados em marcha, em caravanas de camiões e tanques, em aviões que enchem os céus e largam as suas bombas por cima dos inocentes. Quando um capitão alemão reclama a casa de Vianne, ela e a filha passam a ter de viver com o inimigo, sob risco de virem a perder tudo o que têm. Sem comida, dinheiro ou esperança, e à medida que a escalada de perigo as cerca cada vez mais, é obrigada a tomar decisões impossíveis, uma atrás da outra, de forma a manter a família viva. Isabelle, a irmã de Vianne, é uma rebelde de dezoito anos, que procura um objetivo de vida com toda a paixão e ousadia da juventude. 
       Enquanto milhares de parisienses marcham para os horrores desconhecidos da guerra, ela conhece Gäetan, um partisan convicto de que a França é capaz de derrotar os nazis a partir do interior. Isabelle apaixona-se como só acontece aos jovens… perdidamente. Mas quando ele a trai, ela junta-se à Resistência e nunca olha para trás, arriscando vezes sem conta a própria vida para salvar a dos outros. Com coragem, graça e uma grande humanidade, a autora best-seller Kristin Hannah capta na perfeição o panorama épico da Segunda Guerra Mundial e faz incidir o seu foco numa parte íntima da história que raramente é vista: a guerra das mulheres. 
    O Rouxinol narra a história de duas irmãs separadas pelos anos e pela experiência, pelos ideais, pela paixão e pelas circunstâncias, cada uma seguindo o seu próprio caminho arriscado em busca da sobrevivência, do amor e da liberdade numa França ocupada pelos alemães e arrasada pela guerra. Um romance muito belo e comovente que celebra a resistência do espírito humano e em particular no feminino. Um romance de uma vida, para todos.




quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Pão de Açúcar de Afonso Reis Cabral e A mulher entre nós de Greer Hendricks e Sarah Pekkanen

          Opinião: Pela primeira vez desde que tenho o blog venho fazer a crítica a dois livros. Começo já por dizer que não gostei de nenhum, embora por motivos diferentes.
        O primeiro é o novo livro de Afonso Reis Cabral, Pão de Açúcar. O livro conta a história de um transexual que foi assassinado por um grupo de jovem, pré-adolescentes, no Porto. Este foi um caso bastante mediático, na altura, e os factos ainda estavam presentes na minha memória, pois considerei então, como agora, o caso bastante perturbador para uma sociedade que se diz civilizada. Este é, pois, um livro de não ficção.
         O que me incomodou no livro foi o caso de o autor não ter trazido nada de novo para a história que tinha sido contada à época. Eu esperava que o Afonso Reis Cabral nos trouxesse novos factos, ou perspetivas sobre o assunto, o que não me pareceu. Para além disso observei que a sua escrita não fluía, tornando-se, assim, a leitura um momento penoso, sem ritmo e muito pouco agradável.
      Como considero que escrever não ficção e escrever ficção são escritas distintas espero, no próximo ano, dar uma oportunidade ao primeiro livro deste autor e com o qual ele ganhou o prémio Leya: O meu irmão.

        O segundo livro de que também não gostei foi o livro A mulher entre nós da dupla Greer Hendricks e Sarah Pekkanen. Esta obra trata a temática de um divórcio onde apenas uma parte estava interessada, neste caso o marido. A verdade, é que este acaba por acontecer e Vanessa abandona o seu lar, ficando bastante afetada, sentindo-se abandonada. Tanto mais que o ex-marido arranja logo uma namorada, com quem quer casar com a maior brevidade.
      Estes factos, associados à perca do emprego, fazem com que a jovem decida que este segundo casamento não pode acontecer, começando uma perseguição aos diretamente envolvidos e à ex-cunhada (se é que se perdem os vínculos com a família). Até aqui tudo bem. Tema interessante, construção que faria prever um livro interessante.
        Mas a verdade é que se tornou repetitivo e, consequentemente, repetitivo. As considerações que a personagem faz, as desculpas que arranja para si e para os outros, são tão semelhantes que tive a sensação de que estava a ler umas páginas que já tinha lido, como se fosse o mesmo. E este foi o problema. A escrita é agradável, o tema é simpático, mas, se calhar o facto de ser escrito a quatro mãos fez com que se tornasse muito repetitivo.
       Lamento mas nenhum dos dois conseguiu despertar a minha empatia, e por isso, não posso considera-los boas leituras.


    Sinopse: Em Fevereiro de 2006, os Bombeiros Sapadores do Porto resgataram do poço de um prédio abandonado um corpo com marcas de agressões e nu da cintura para baixo. A vítima, que estava doente e se refugiara naquela cave, fora espancada ao longo de vários dias por um grupo de adolescentes, alguns dos quais tinham apenas doze anos.
         Rafa encontrara o local numa das suas habituais investidas às «zonas sujas», e aquela espécie de barraca despertou-lhe imediatamente o interesse. Depois, dividido entre a atracção e a repulsa, perguntou-se se deveria guardar o segredo só para si ou partilhá-lo com os amigos. Mas que valor tem um tesouro que não pode ser mostrado?
         Romance vertiginoso sobre um caso verídico que abalou o País, fascinante incursão nas vidas de uma vítima e dos seus agressores, Pão de Açúcar é uma combinação magistral de factos e ficção, com personagens reais e imaginárias meticulosamente desenhadas, que vem confirmar o talento e a maturidade literária de Afonso Reis Cabral.



         Sinopse: Aos 37 anos, a recém-divorciada Vanessa está no fundo do poço. Deprimida, a morar no apartamento da tia, sem filhos, sem dinheiro e sem amigos verdadeiros. Richard, o seu carismático e rico marido, era tudo para ela. Mas, ao descobrir que ele está prestes a voltar a casar, algo dentro de Vanessa se desfaz. A partir de agora, na sua vida, só existirá uma única obsessão: impedir esse casamento. Custe o que custar.
         Nellie é como qualquer outra jovem bela e sonhadora que chega a Manhattan para começar a sua tão sonhada vida adulta. Mas a personalidade tranquila que ostenta é apenas uma fachada. Na sua cabeça perdura o segredo que a faz fugir da sua cidade natal e que a impede de caminhar sozinha para casa.
         Ao conhecer Richard - bem-sucedido, protector, o homem dos seus sonhos -, Nellie começa finalmente a sentir-se segura. Ele promete protegê-la de tudo para o resto da sua vida. Mas, de repente, começa a receber chamadas misteriosas. Algumas fotografias são mudadas de lugar no seu quarto. Alguém a persegue, alguém quer o seu mal. Mas quem?



segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O dia em que te perdi de Lesley Pearce

    Opinião: Lesley Pearse é uma das minhas autoras favoritas. Mesmo! E por isso sempre que sai um livro dela fico com vontade de ler e de me deliciar com a escrita da autora. Este, no entanto, não me deixou encantada.
    O livro conta a história de dois irmãos, gémeos, Maisy uma corajosa princesa, e Duncan, um jovem cuja sensibilidade não se adequa à época. Ambos acabam por se tornar muito amigos, pois sentem-se muitas vezes sozinhos e abandonados. A mãe apresenta um problema de saúde grave, que provoca um internamento, tendo o pai levado os dois irmãos para casa de uma avó que mais não é do que uma estranha. O problema agrava-se quando Duncan desaparece.
     O argumento é dentro da linha desta autora, o que me levava a esperar um desenvolvimento dramático e cheio de surpresas avassaladoras. Mas tal não acontece. O livro acaba por ser uma narrativa que não me prendeu, que fez com que passasse a obra à espera de algo que nunca veio.
    Com uma escrita bastante correta e sem dificuldades de leitura, um tempo cronológico sem saltos, a história dos dois irmãos não deixa de ser interessante, sem ser extraordinária. As personagens têm construções coerentes e, de alguma forma, fortes, mas as situações em que se vêm envolvidas nunca as levam a subir o tom trágico, nem criando uma dimensão mais épica.
    Confesso que tinha espectativas bastante altas e que não foram, de todo, cumpridas. Tenho pena pois não deixo de gostar bastante da Lesley Pearse como autora, mas este não é, definitivamente, um dos que mais me agradou. Obviamente, vou continuar a ler esta autora, mas não deixa de haver um amargo de boca.

    Sinopse: Na noite em que a mãe lhes foi arrancada, os gémeos Maisy e Duncan perceberam que só podiam contar um com o outro. Se até então a vida deles não fora fácil, a partir desse momento piora dramaticamente pois o pai decide enviá-los para casa da avó, a ríspida Violet.
     Os gémeos sentem-se mais abandonados do que nunca. Mas a negligência da avó tem um lado positivo: Maisy e Duncan passam a desfrutar de uma liberdade inesperada e podem explorar o campo e fazer novas amizades sem terem de se justificar a ninguém. Até ao dia em que Duncan desaparece sem deixar rasto.
     À medida que os dias dão lugar a semanas, perante a ineficácia da polícia e a indiferença da avó, Maisy decide descobrir por si própria o que aconteceu à única pessoa que verdadeiramente ama. E vai começar por Grace Deville, a excêntrica amiga do irmão. Grace vive isolada na floresta... e tem segredos por revelar…
     O Dia em Que Te Perdi explora ternamente temas delicados e atuais. Lesley Pearse, uma contadora de histórias nata, fala-nos de perda, de esperança, de força interior, e dos inquebráveis laços de família


Opinião: O dia em que te perdi

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O Último Fôlego de Robert Bryndza

        Opinião: O último fôlego é o quarto volume da série Erika Foster escrito por Robert Bryndza. E mais uma vez temos um livro que, em determinadas partes nos deixa sem fôlego, na verdadeira acessão da palavra.
      Neste volume vamos encontrar a detetiva Erika a ser uma das primeiras pessoas a chegar ao cenário do crime, crime esse que ela gostaria de investigar, embora não faça parte da equipa, pois trata-se do corpo torturado de uma jovem, bonita e que tinha sido abandonada pelo seu agressor num contentor de lixo, o que faz com que seja da responsabilidade dos homicídios.
     Claro que a nossa heroína consegue ir para a referida equipa e acaba mesmo, por motivos surpreendentes, a chefiá-la. Aquilo que, aparentemente, poderia ser um assassinato isolado é uma atitude e um comportamento regular, como concluem após o aparecimento de um novo corpo com o mesmo tipo de agressões e, depois de verificados os arquivos, juntam um caso anterior ao primeiro, mas em tudo idêntico.  
     Esta ocorrência torna-se não só interessante devido à escrita de Robert Bryndza, que como já disse, nas críticas aos seus livros anteriores, é simples e bastante objetiva, o que faz com que a narrativa se realize, mesmo quando os factos são realizados no passado, sem sobressaltos ou confusões, mas também porque a forma como a equipa foi criada não deixa de ser bizarra.
      A contextualização da história está feita de forma a prender o leitor, dando pistas, sem, no entanto, ser muito óbvio. A trama narrativa é conseguida sem que o facto de o leitor saber quem é o assassino tire o interesse à leitura. Pelo contrário, esta técnica narrativa, já usada pelo autor nos seus livros anteriores, leva-nos, a que nós leitores, possamos tentar construir um desenvolvimento, uma história dentro da história até a um desfecho imaginado que, na maior parte das vezes, não corresponde à criação de Bryndza. Aquilo conhecimento, que aparentemente nos tiraria o fator surpresa, acaba por o desencadear pois o final não é nada do que poderias supor, imaginar ou esperar.
      Outro aspeto que eu gosto nestes livros é que as personagens que passam de um livro para o outro, sejam a protagonista ou as personagens secundárias que giram à sua volta, vão evoluindo, vão vivendo a sua vida e tendo bons ou maus momentos, pensamentos ou vivências. Ver o evoluir das suas vidas acaba por desenvolver e humanizar aqueles que perseguem e apanham os ‘monstros’.


    Sinopse: Quando o corpo torturado de uma mulher, jovem e bonita, é encontrado num contentor do lixo, com os olhos inchados e as roupas ensopadas em sangue, a inspetora-chefe Erika Foster é dos primeiros detetives a chegar ao cenário do crime. O problema é que, desta vez, o caso não lhe pertence. Enquanto luta para integrar a equipa de investigação, Erika envolve-se no processo e rapidamente encontra semelhanças com o assassínio não resolvido de outra mulher, quatro meses antes. Largadas ambas num contentor do lixo em parques de estacionamento diferentes, têm ferimentos idênticos – uma incisão fatal na artéria femoral da coxa esquerda... E, entretanto, é localizada uma terceira vítima em circunstâncias idênticas. 

    Perseguindo as vítimas online, apresentando-se com identidades falsas, o assassino ataca mulheres jovens e bonitas de cabelo castanho comprido e desaparece misteriosamente, sem deixar qualquer pista. Como irá Erika apanhar um assassino que parece não existir? 
     Enquanto decorre a investigação, outra rapariga é raptada quando esperava por um encontro. Erika e a sua equipa têm de a localizar, para não depararem com mais uma vítima mortal, e enfrentar um indivíduo terrivelmente sádico e perigoso. 
     Alucinante, tenso e impossível de parar de o ler, "O Último Fôlego" mantém o leitor preso logo na primeira página, enquanto o livro se encaminha vertiginosamente para um final surpreendente.








quinta-feira, 11 de outubro de 2018

A Sereia de Brighton de Dorothy Koomson

        Opinião: Confesso que só recentemente descobri Doroyhy Koomson. Como já afirmei noutra opinião não é uma autora que leia com regularidade. Os seus livros são interessantes, mas nem sempre me sinto preparada para eles. Houve alguns que me fizeram ficar cética em relação a esta autora.
       Este A sereia de Brighton foi um livro de uma leitura conjunta com a Maria João de A biblioteca da João, o que torna a leitura um prazer. Mas foi mais do que isso.
      Para mim este não é um típico livro desta autora. Este é mais um thriller, um policial, onde se tenta fazer justiça a quem teve uma morte prematura. Para além disso passa-se em vários tempos, o que por si só também é algo que me agrada.
       A história parte da descoberta de um cadáver por duas adolescentes, a Nell e a Jude. Esta última, três semanas depois, acaba por desaparecer, o que não ajuda, em nada, o estado de espírito da sua amiga.
    25 anos depois vamos acompanhar a vida de Nell e da sua família, nomeadamente da sua irmã mais nova, Macy, chegando à conclusão de que todos foram afetados pelos acontecimentos do passado.
     E a partir daqui, nesta constante passagem de ia ao passado, vinda ao presente, Dorothy Koomson leva-nos pelo pesadelo que pode ser a mente humana, condicionada pelo que acha que viu, pelo que pressupõe e toma como realidade, pela sociedade cujos preconceitos estão de tal forma enraizados que nada os consegue demover ou alterar.
     A estrutura narrativa acaba por estar muito bem desenhada, sem nos perdermos nos tempos, ou nas personagens que narram. As personagens estão construídas de uma forma muito realista que nos leva a acreditar nos seus sentimentos, nas suas ideias e nas suas atitudes.
   O final, que pode neste género destruir um livro, acaba por ser surpreendente, pois nunca pensei que o culpado seria quem a autora escolheu. Por outro lado, o desfecho de algumas das personagens e a explicação final das suas atitudes também vem admirar o leitor, ou pelo menos, esta leitora.
      Assim, este é um livro que aconselho a quem gosta dos livros de Doroyhy Koomson e também a quem não é fã. Acreditem este vale muito a pena ler.

      Sinopse: As adolescentes Nell e Jude descobrem o corpo de uma jovem na praia e, quando ninguém o reclama, a vítima passa a ser conhecida como A Sereia de Brighton. Três semanas mais tarde, Jude desaparece e Nell, ainda chocada com os acontecimentos na praia, fica completamente desamparada.
      Passados 25 anos, Nell vive atormentada pelo passado, abandonando o emprego para descobrir a verdadeira identidade da jovem assassinada – e o que aconteceu à amiga naquele verão inesquecível.
      Quanto mais perto fica da verdade, maior é o perigo. Alguém parece estar a seguir cada passo de Nell, que já não sabe em quem confiar.
      Da autora bestseller de a filha da minha melhor amiga, chega-nos uma intrigante história sobre irmãs, segredos e crime.








domingo, 7 de outubro de 2018

#Projeto Karin Slaughter

Olá
O encontro de Book Tubers em Leiria deu já um fruto: o projeto que eu desafiei a Dora, do canal Books and Movies, a fazer:  um ano, ou melhor sete meses, com a Karin Slaughter. 
E ficou ali mesmo decidido que o projeto iria para a frente e que seria da nossa responsabilidade.
Os livros que seleccionamos são, e a ordem é arbitrária: 

         A boa filha;
         Flores Cortadas;
         Tríptico;
         Fracturado;
         Génesis;
         Um muro de silêncio;
         Sabes quem é; 
´
Sendo que o primeiro é Flores Cortadas. 
Assim sendo de 1 a 30 de novembro será este o livro que vamos ler. 

No dia 15 de novembro eu e a Dora anunciaremos qual o livro de dezembro. 

Quem quiser participar é através da #Projeto Karin Slaughter

A única coisa que têm de fazer é dizer que querem participar e nós no grupo do Facebook vamos marcando as páginas para ler e durante o mês conversamos. 

Estamos pois à vossa espera!
          
         


quinta-feira, 4 de outubro de 2018

The Kitchen Boy: Os últimos dias dos Romanov de Robert Alexander

      Opinião: Que romance! Começo por afirmar que este The Kitchen Boy, Os últimos dias dos Romanov é um romance cinco estrelas.
    De facto, e apesar do livro ser de 2005, e estar na prateleira desde essa altura, só agora me dispus a lê-lo. Quero agradecer às meninas que o leram comigo (e só não as cito, individualmente, porque ainda foram algumas) e que ainda tornaram esta leitura mais especial.
    Mas a verdade é que este romance é, por si só, um romance muito bom e interessante.
    O romance conta a história do ajudante de cozinha do czar Nicolau II e da sua família quando estes se encontravam já presos pelos bolchevistas. Este rapaz, que fazia parte de um grupo reduzido de acompanhantes da família real russa, vai ser o único sobrevivente do grupo e vai ser a única testemunha da execução daqueles que tinham sido os seus amigos até aquele momento.
    Obviamente que o livro vai fazer coincidir elementos históricos com criações provenientes da imaginação de Robert Alexander, o autor do livro. Mas, mesmo assim, a narrativa é coesa, as personagens são credíveis e em algumas situações conseguimos perceber que o fundo de verdade existe e, está presente na construção da trama narrativa da história. Os crescentes dos acontecimentos manifestam-se no crescente das ações e o autor consegue que o leitor fique preso ao desenvolvimento da obra, que termina com um final surpreendente.
     Com uma escrita correta, clara e completamente absorvente o livro torna-se uma companhia que não conseguimos deixar de acompanhar e, efetivamente, transforma-se numa história é inesquecível. Com um final inesperado, em que o passado e o presente acabam por se cruzar projetando um futuro diferente e mais democrático.
     Este é pois um romance histórico que aconselho sem margem para dúvidas. 


    Sinopse: A 16 de Julho de 1918, o curso da história da Rússia mudou para sempre. Nessa noite, o czar Nicolau II e a sua família foram brutalmente executados pelos bolcheviques. Houve apenas uma testemunha - o ajudante de cozinha. Ele é a única pessoa viva que realmente sabe o que se passou. Que segredos nos serão revelados sobre os últimos dias dos czares? É que, apesar de já ter passado quase um século, a prisão e execução do czar Nicolau e da sua família continuam envoltas em mistério e fascínio.
Numa prosa absorvente e elegante, combinando factos e ficção, Robert Alexander reconta a história através de Leonka, em tempos ajudante de cozinha dos Romanov, que afirma ser a "última testemunha viva" da brutal execução da família imperial.



segunda-feira, 1 de outubro de 2018

O homem que não ligou de Rosie Walsh

      Opinião: Este foi um livro que me passou despercebido. Acho que a capa não está bem conseguida, nem é apelativa. No entanto a Fernanda Carvalho do blog As-leituras-da-Fernanda publicou uma critica bastante elogiosa ao livro, que me motivou para a sua leitura. Obrigada Fernanda.
     Este é um livro fantástico. Começa por ser um perfeito romance, o encontro entre duas pessoas que em menos de uma semana percebem que estão apaixonadas e que não se trata de apenas uma atração, mas sim de amor verdadeiro.
    No entanto ao fim de uma semana o nosso jovem protagonista tem de se ausentar, numas férias já anteriormente marcadas. Combinam estar permanentemente em contacto, pois será para ambos bastante difícil tal separação. Sarah, a personagem principal feminina estranha o silêncio do jovem e, tem a certeza que aconteceu alguma coisa a Eddie pois, contrariamente ao concertado, ele não liga. E assim começa um romance que vai de surpresa em surpresa até ao desfecho final.
     Para além de nada ser o que parece, a escrita de Rosie Walsh promove uma continuidade que, nos leva de forma natural ao passado das duas personagens sem que nada seja estranho ou confuso.  E as reviravoltas são permanentes até ao capítulo final.
    Todo o passado das duas personagens é dissecado e o seu presente é-nos dado através das suas vozes, na primeira pessoa. O interessante é que as descobertas que vão sendo feitas por Sarah são feitas em simultâneo pelo leitor, mesmo quando já temos as informações dadas por Eddie.
    Não querendo contar nada, mas ao mesmo tempo, querendo despertar a vossa curiosidade por este livro, que na minha opinião passou, injustamente, bastante desapercebido num verão cheio de bons livros, tenho que referir que embora possa, em alguns momentos, parecer um thriller, o livro é fundamentalmente um romance, onde o amor, seja de que tipo, é sempre valorizado e redentor.
A escrita da autora e a forma como desenvolve a trama narrativa, aleada a uma história frenética, sem ser confusa, faz com que fique a aguardar e a esperar que haja mais lançamentos de obras de Rosie Walsh no nosso país.

     Sinopse: Imagine que conhece um homem e se apaixona loucamente. E é recíproco. São almas gémeas. E um dia ele desaparece sem deixar rasto.É o que acontece a Sarah. O seu primeiro encontro com Eddie é acidental mas tão intenso que não voltam a separar-se durante sete dias. São dias mágicos em que partilham tudo e se dão a conhecer sem reservas. Sabem que o que sentem um pelo outro é profundo e verdadeiro. Até que ele parte numa viagem breve. Promete telefonar. Mas não telefona. Nunca mais.Passam-se semanas, meses… e a preocupação de Sarah intensifica-se. Não acredita nos amigos, que tentam convencê-la a esquecê-lo. Afinal, dizem, ela não é a primeira pessoa (nem a última) a ser ignorada por um amante. O melhor, garantem, é seguir em frente e não pensar mais no assunto. Mas ela não é capaz. Pois sabe – e sabe, com toda a certeza – que algo de terrível aconteceu.E um dia descobre que, afinal, tinha razão.