segunda-feira, 30 de julho de 2018

Eu sou Eric Zimmerman de Magan maxwell

     
Opinião: Definitivamente eu gosto de livros eróticos. Este tem um gosto especial pois foi o que levei para o encontro com a Megan Maxwell na Feira do Livro de Lisboa e que ela assinou.
     Esta não é uma história nova para quem leu os dois primeiros livros da saga Pede-me o que quiseres. Trata-se da visão dos factos e dos acontecimentos por parte do Eric (relembro que o narrador da saga inicial é a Judith).
     A verdade é que gosto sempre mais, e aqui achei que seria difícil pois adoro os livros da Megan Maxwell, dos livros em que o narrador é o homem. Claro que estas leituras já estão condicionadas pelos livros anteriores, mas a verdade é que os homens acabam por ser mais objetivos, mais diretos, mais coerentes.
    Aqui o nosso Eric (e quem não gostaria de ter um), refere a atração que sente por Judith, logo que a conhece em Madrid, a forma como progressivamente se vai apaixonando até ao surpreendente casamento deste fantástico casal.
   A inovação, e o interesse são o esclarecimento dos traumas que o nosso Iceman tem e a forma como estes condicionam o seu comportamento. Esta é uma visão por dentro, o que faz com que as incoerências e incongruências acabem esclarecidas e compreendidas.
    Podemos também ver como o jovem alemão sofre pela sua bela espanhola e como certas atitudes dela o fazem perder a paciência e a boa vontade (a verdade é que ele também tem um pavio muito curto, mas cada um é como cada qual), levando-o a ter atitudes e ações de que rapidamente se arrepende. O todo poderoso Eric Zimmerman aparece como um homem que escondendo os seus sentimentos não deixa de os ter, e fortes, que comete erros, como todos nós, custando-lhe assumi-los embora, mais cedo ou mais tarde, acabe por o fazer.
    Este livro continua a ter um suporte musical bastante interessante e embora esta banda sonora seja a mesma da saga Pede-me o que quiseres a distância temporal entre leituras faz com que pareça que as músicas são novas para quem está a ler o livro. Aconselho vivamente a audição das mesmas, (a autora no final do livro tem uma listagem onde vos podem socorrer) pois tornam a leitura muito mais rica e expressiva.
    Assim sendo, gostei bastante deste livro, que li de forma compulsiva e que me leva a esperar ansiosamente pelo segundo volume prometido por Megan Maxwell no encontro com as suas leitoras em Lisboa. E palavra de Guerreira é palavra sagrada.


    Sinopse: O meu nome é Eric Zimmerman e sou um poderoso empresário alemão, caracterizo-me por ser um homem frio e distante, que usufrui do sexo sem amor e sem compromisso.
     Numa das viagens a Espanha para visitar uma das minhas delegações conheci uma jovem chamada Judith Flores. Ela fez-me rir, cantar e até dançar e eu não estava acostumado a isso. Quando me apercebi, sentia mais por ela do que devia, distanciei-me, mas regressei, pois essa mulher atraía-me como um íman.
     A partir desse momento, começámos uma relação recheada de fantasia e erotismo e adorei ensinar Judith a gozar o sexo de uma forma que nunca imaginara.
     Neste livro, a autora dá-nos a conhecer mais profundamente Eric Zimmerman, desde que começa a sua relação com Judith. A autora conseguiu que as cenas que se passaram nos outros livros tenham uma dinâmica e um ponto de vista diferentes pelo que os leitores não terão a sensação de déjà-vu.
     Atreve-se a viver as fantasias femininas do ponto de vista de Eric Zimmerman?  




quinta-feira, 26 de julho de 2018

Às cegas de Josh Malerman

    Opinião: Eis um livro que me desiludiu apenas por causa do final. Na verdade, estive a ler furiosamente o Às Cegas de Josh Malerman mas o final deixou, na minha modesta opinião, muito a desejar.
    Mas vamos por partes. O livro está construído em dois tempos, o presente e o passado. As duas épocas vão alternando mais ou menos capítulo sim capítulo não, e vamos conhecendo a história de Malorie e do mundo em que ela vive. Esse mundo, que acaba por ser descrito como a nossa realidade, está a ser assolado por algo que faz com que as pessoas que olham esse algo endoideçam. Daí tudo se tem de fazer “Às cegas”.
    A obra é a narração da vida de Malorie desde a sua condenação à escuridão até à sua libertação. A história está fantástica, as descrições são assustadoras, mesmo brutais e os elementos que não nos são dados tornam esta realidade ainda mais sombria, aterradora e ameaçadora. No entanto todo este terror não nos afasta do livro, pelo contrário. Este pavor, a forma como o livro está escrito e a sequência dos acontecimentos faz com que a leitura se torne compulsiva. Não conseguimos parar de acompanhar as vivências da jovem mulher que se protege a si mesma, a um rapaz e a uma rapariga.
     E depois chegamos às últimas páginas. Ao último capítulo. E a tensão morre. O pavor desaparece e o livro acaba com um sabor de algo mal resolvido, com a noção de que este livro merecia um final mais espetacular, algo mais grandioso.
Foi pena. Seria um livro cinco estrelas que as perdeu em menos de dez páginas. Considero que o final de um livro é algo muito importante. Aquilo que o leitor recorda costuma ser os factos mais marcantes e o desenlace, a conclusão. Esta construção literária, quer a nível da história, quer a nível da escrita, não merecia tal conclusão.
     Vale a pena ler o livro? Vale! A história é brilhante, a escrita muito boa, e o que se espera de um livro de terror está lá. Vou ler mais livros deste autor? Claro que sim. Assim a Topseller o continue a editar.


     Sinopse: Não abra os olhos. Há algo terrível lá fora.
    Num mundo pós-apocalítico tenso e aterrorizante que explora a essência do medo, uma mulher, com duas crianças, decide fugir, sonhando com uma vida em segurança. Mas durante a viagem, o perigo está à espreita: basta uma decisão errada e eles morrerão. Cinco anos depois de a epidemia ter começado, os sobreviventes ainda se escondem em abrigos, protegidos atrás de portas trancadas e janelas tapadas.
   Malorie e os seus filhos conseguiram sobreviver, mas agora que eles têm 4 anos chegou o momento de abandonar o refúgio. Procurar uma vida melhor, em segurança e sem medos.
    Num barco a remos e de olhos vendados, os três embarcam numa viagem rio acima. Apenas podem confiar no instinto e na audição apurada das crianças para se guiarem. De repente, sentem que são seguidos. Nas margens abandonadas, alguém observa. Será animal, humano ou monstro?
   Um suspense inquietante que relembra as melhores histórias de Stephen King.






segunda-feira, 23 de julho de 2018

Sexo, Drogas e Selfies de Francisco Salgueiro


     Opinião: Sexo, Drogas e Selfies é o novo livro do Francisco Salgueiro e mais uma vez não é um livro fácil. Principalmente para quem tem filhos pouco mais velhos do que a Joana.
    Esta obra conta a história de uma jovem que, apesar de ter lido O fim da inocência, acaba por ter comportamentos tão inconsequentes como a Inês. Na verdade, a jovem acha que não corre perigo, que apenas acontece aos outros e como tal continua a ter comportamentos de risco. Quanto engano e quanta ingenuidade.
     Francisco Salgueiro escreve um romance muito claro e muito realista. E isso é que assusta. Este Sexo, Drogas e Selfies transforma a noite da Grande Lisboa, no maior pesadelo de qualquer pai. A escrita direta, quase oralizante, a crueza das descrições e a sua veracidade tornam o livro num testemunho assustador onde a ficção fica para traz e aqui que lemos torna-se numa realidade efetiva e afetiva.
    Mas também os pais não ficam bem na fotografia do autor. Os pais pouco atentos, os pais permissivos que transformam os jovens em consumidores para ‘comprar’ afetos e substituir presenças acabam por ser participantes na queda dos seus filhos, mais que não seja por omissão. Também a amizade acaba por ser posta em causa. Os jovens juntam-se por conveniência, formando grupos que unem interesses e não sentimentos. Os likes são mais importantes que as emoções, afastando-se uns dos outros quando as coisas correm mal, quando a imagem se desconstrói. E esse é outro aspeto interessante do livro. A imagem e a sua importância na sociedade atual. Ser bonito, vestir como il faut, usar a roupa da moda e o sapato da moda é mais importante do que a afetividade e a amizade.
     Curiosamente, e simultaneamente, é um romance de esperança. Esperança na consciência dos erros (achando que esta deverá vir antes que seja tarde), esperança na relação entre pais e filhos, pois mesmo que inicialmente não se esteja atento (a verdade é que nenhum pai acha que os seus filhos se vão comportar desta forma) é fundamente estar lá e apoiar quando a história começa a correr mal. Joana acaba por ser uma jovem incógnita. O que me apavora é que poderia ter sido a minha filha, pois aparentemente é tão mais fácil entrar neste mundo, do que viver fora dele.
     É um livro duro, repito. Mas deve ser lido por todos. Por adultos e pais para saberem e consciencializarem o que se poderá passar e pelos jovens para que se possam afirmar de uma forma muito mais saudável, onde haja a força de dizer Não!

     Sinopse: Joana perdeu a virgindade aos doze anos e é uma das raparigas mais populares do colégio. Ela e as amigas, aparentemente perfeitas para os pais, escondem um dia-a-dia de sexo com estranhos, sem preservativo, e muitas drogas. Noites levadas ao limite para contornarem o aborrecimento de um quotidiano em que estão sempre agarradas ao telemóvel. É o retrato de uma geração que não vive o momento, porque cada instante só lhe parece real se for registado pela câmara de um telemóvel. É a geração que depende das selfies e dos likes. Em pouco tempo, a vida da Joana e das amigas toma um rumo inesperado, e entra numa espiral descontrolada que condiciona definitivamente o seu futuro. 




Casamento Efémero de Candace Camp

Opinião: Adoro os romances históricos de época com um pouco de romance (ou muito) e um pouco de sexo. E este não foi exceção.
Casamento Efémero de Candace Camp conta a história de James um nobre que foi condenado pelos médicos de Londres a uma morte certa e rápida devido a uma doença, que não sendo operável, também não é tratável. Como último recurso tenta consultar um médico amigo, descobrindo que este tinha falecido.
Precipitando-se acaba por pedir a filha do referido clínico em casamento, embora as suas relações no passado não tenham sido as mais amistosas. No entanto, Laura acaba por aceitar, pois também ela está com problemas financeiros, após a doença do pai, e sendo uma mulher que não acredita no amor, considera que esta união será um bom acordo para ambas as partes.
As premissas estão lançadas e a narrativa entrelaça a relação entre estas duas personagens e a família de James que habita consigo e que vão fazer parte da vida de Laura. Sucedem-se as discussões, bastante divertidas, os enigmas, que nos fazem sorrir e os equívocos que nos tiram mesmo um esgar.
A acompanhar tudo isto existe um mistério que se desenvolve ao longo das páginas e que é preciso esclarecer para que tudo faça sentido. E, na minha modesta opinião, é aí que o livro falha. A solução é dada, mas de uma força rápida e mesmo atabalhoada. De facto, este elemento é fundamental para que o livro se desenvolva da forma que é feito, sendo que o desenvolvimento é interessante e, mesmo divertido, e depois assistimos a um final, que tendo alguma lógica, acaba por ser demasiado rápido. Como se de repente o escritor reparasse que não tinha mais páginas, e deveria acabar rapidamente a sua história.
De qualquer forma é um livro leve, divertido, mas que acaba por nos deixar um amargo de boca. No entanto o desagrado não é suficiente para nos levar a desistir desta autora. Pelo contrário. Fico a aguardar novas narrativas de Candace Camp, esperando que os seus finais se tornem mais interessantes, valorizando o livro.

Sinopse: James de Vere sabe que não lhe resta muito tempo de vida. Pelo menos é o que lhe dizem os médicos londrinos. Como é um homem pragmático e racional, decide regressar a Grace Hill, o seu lar. Se o médico de lá não o puder ajudar, tratará de pôr a vida em ordem e aguardar o pior…
Porém, ao chegar a casa do médico, James constata que ele acabou de falecer, deixando uma filha na penúria. James e Laura já se conhecem, mas as recordações do passado não são as melhores… Numa inspiração momentânea, James faz-lhe uma proposta arrojada: estará ela disposta a casar com ele? Ele salvá-la-ia da miséria, ela evitaria que a fortuna dele fosse parar às garras da sua família gananciosa. O casamento solucionaria os problemas de ambos…
E, curiosamente, Laura… aceita! É que ela é também uma mulher pragmática, e não tem quaisquer esperanças de vir a encontrar o amor. Mas, à medida que os dois vão enfrentando as desconfianças da família de James, percebem que têm mais em comum do que imaginavam… e dão por si a ansiar que o tempo pare… e que “a morte os separe” num futuro bem longínquo.
Candace Camp tem já uma legião de fãs a nível internacional, e estreia-se agora no nosso país. Casamento Efémero reúne o melhor que o romance histórico tem para oferecer… 


quinta-feira, 19 de julho de 2018

Feira do Livro de Sesimbra - Programa


Apareçam!



Zack de Mons Kallentoft e Markus Lutteman

    Opinião: Este é um livro escrito a quatro mãos. E como eu gosto disso embora corra o risco de se transformar em dois livros, o que não é o caso. Estando o livro bem escrito e coerente acaba por dar uma dinâmica diferente à obra, que me agrada. E este Zack é prova disso.
  O policial nórdico está de boa saúde e este livro é mais uma prova da habilidade que os autores têm para desenvolver e resolver um caso que se soluciona pela perícia e inteligência do seu investigador.
   Zack é um polícia muito pouco convencional e que, na verdade, acaba por desenvolver uma serie de atividades que seriam puníveis pela lei, caso fossem do conhecimento público.
   O nosso herói, no entanto, é um excelente profissional (quando está bem, concentrado e empenhado), uma pessoa que tem um raciocínio bastante apurado acabando por conquistar as simpatias dos seus superiores, e o seu respeito, o que os leva a ‘perdoarem-lhe algumas atitudes menos deontológicas.  
    Outro aspeto interessante da obra é a visão de uma sociedade que não será assim tão idílica e igualitária como os países do Sul têm ideia. E esta é uma imagem constante nos policiais do norte da Europa e que obviamente, começou com os livros de Stieg Larsson e o seu brilhante Millennium.
   Mas este thriller é também uma história de união e de confiança entre colegas, cuja vida muitas vezes depende do parceiro. Embora a personagem principal seja um individualista, não é deixada de parte a ideia de que apenas com os outros, os colegas, aqueles que nos apoiam incondicionalmente se conseguirá alcançar o sucesso e muitas vezes sobreviver.
     Sendo esta uma série (que certamente irei ler) este primeiro volume acaba por ser uma apresentação das personagens embora a solução do caso nos desperte desde logo a atenção. Para além disso este é um texto bastante gráfico, chegando a ser mesmo violento, o que me leva a pensar na facilidade com que esta obra seria adaptada ao cinema ou à televisão.
    Resta apenas aguardar o lançamento dos próximos volumes por parte da editorial Dom. Quixote.


   Sinopse: Belo e irreverente, Zack é um jovem detetive da Polícia de Estocolmo à procura de si próprio. 
ZACK é o primeiro livro de uma série sobre o jovem detetive Zack Herry que, como um Hércules dos tempos modernos, tenta combater os criminosos do submundo de Estocolmo, enquanto se debate com as memórias de uma noite estrelada com cheiro a relva e sangue. Zack é uma personagem contraditória que nos cativa desde o primeiro momento. A série é já um sucesso em vários países entre os quais se contam a Alemanha, a França, o Japão e os Estados Unidos da América. 



quarta-feira, 18 de julho de 2018

Book Bingo Leituras ao Sol

Como mudei a TBR que aqui apresentei, ou mudei o desafio onde enquadrei o livro, resolvi vir mostrar o que tenho andado a ler e que se enquadrou neste desafio. 
Alguns dos livros já têm a opinião no blog (Confia, O segredo de Helena, O espelho quebrado), pelo que poderão ir ver caso tenham curiosidade. Quanto aos outros, num futuro próximo, as opiniões surgirão.




Como veem não está a correr mal pois já fiz uma linha. Mas vou dando aqui conta dos avanços.  

terça-feira, 17 de julho de 2018

Sorteio - 1º Ano

E já temos vencedores:


Ana Vieira para o livro Indiscrição
 Rita Lopes para o livro: O homem que persegue a sua sombra
 Isaura Pereira para o livro Génesis

Às vencedoras peço que na página do Facebook do blog por mensagem secreta por favor me enviem as suas moradas. E parabéns. 
A todos muito obrigada pela participação e apoio. 
Fiquem atentos que haverá mais novidades.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Sorteio - 1º ano



E o grande dia chegou. Hoje é o último dia para concorrer ao Sorteio que comemora o primeiro aniversário do blog. Força! Amanhã os contemplados serão anunciados. 
Queria ainda agradecer pois pedi-vos para divulgarem o blog para chegar aos 100 seguidores e, como sempre, vocês foram fantásticos! Chegamos aos 100 e ultrapassamos. Muito obrigada. 
E agora é continuar a divulgar e principal amente a concorrer!




quinta-feira, 12 de julho de 2018

Espelho Quebrado de Agatha Christie

   Opinião: Voltar a Agatha Christie é voltar à adolescência onde li tudo, ou quase tudo o que havia para ler. Confesso que sou muito mais fã de Poirot do que Miss Marple, mas este foi o livro que a autora lançou no ano em que nasci, como era pedido numa das categorias do Book Bingo.
    Assim sendo, temos a nossa astuta velhota que não é capaz de ficar a fazer malha como seria previsível para uma senhora da sua idade. Será, uma vez mais a sua argúcia e a sua inteligência, aliada a uma enorme capacidade de observação, os elementos que vão construir e desconstruir esta história de crime.
    HeatherBadcock fã de Marina Gregg morre na festa que esta última resolveu oferecer na sua propriedade. Sendo Marina uma famosa atriz é natural que o caso chame a atenção de todos e nomeadamente da população de St. Mary Mead, pacata aldeia para onde se tinha mudado.
    E a história está construída. Mas a verdade é que aparentemente não haveria ninguém que lucrasse ou tivesse razões para matar Heather. O que coloca a questão se houve um erro e a vítima deveria ser outra pessoa. Nesse caso quem?
   Miss Marple vai de forma engenhosa resolver o enigma e Agatha Christie vai colocar o leitor perante factos que o levarão para um determinado desfecho, e que, as voltas e as reviravoltas, vão acabar por nos guiar para uma conclusão completamente diferente, e, acabamos por achar, muito mais lógica.
   Foi bom voltar a um romance policial do século passado e ver a diferença de construção da teia narrativa, bem como dos meios científicos que hoje são utilizados pelos escritores deste género literário, sem que nos surpreendam, enquanto que aqui ficamos por provas observadas e ligações inteligentes. A arte do raciocínio e da inteligência que nos thrillers de hoje é complementada com a ciência.

   A autora tem uma escrita clara e, também ela objetiva, o que torna sempre estes romances num prazer acrescido. De qualquer forma continua a ser o ilustre francês a minha personagem preferida desta escritora inglesa. Que me perdoem os admiradores de Miss Marple. 

   Sinopse: St. Mary Mead encheu-se de glamour quando a estrela de cinema Marina Gregg escolheu viver na, até então, pacata aldeia. Mas quando uma fã local é envenenada, Marina dá por si a protagonizar um mistério da vida real - secundada por uma performance arrebatadora de Miss Marple, que suspeita que o cocktail letal estava destinado a outra pessoa. Mas quem? E, se estava de facto destinado a Marina, qual era o motivo? 
   O Espelho Quebrado (The Mirror Crack’d from Side to Side) foi originalmente publicado na Grã-Bretanha em 1962, ano em que seria igualmente publicado nos Estados Unidos sob o título The Mirror Crack’d. Foi adaptado ao cinema em 1980, com Angela Lansbury no papel de Miss Marple, contando ainda com as interpretações de Elizabeth Taylor e Kim Novak. 1992 seria o ano da sua adaptação à televisão, com Joan Hickson como Miss Marple. 






segunda-feira, 9 de julho de 2018

O segredo de Helena de Lucinda Riley

     Opinião: Lucinda Riley é uma das autoras que eu nem pondero não ler. Ou seja, sempre que sai um livro dela, lá vou eu direita à livraria. E este O segredo de Helena não foi exceção.
    Como o próprio nome indica o livro é centrado na personagem Helena uma mãe de família que regressa à casa onde passou a infância, com o seu padrinho, e que acabou de herdar por morte deste. A história acaba por ter outras histórias e outras visões da atualidade incluídas na narrativa. (não é novidade para ninguém que eu adoro este tipo de estrutura narrativa). Bem, assim sendo, temos a história do regresso de Helena a Pandora (o ‘inocente’ nome da casa) com os seus dois filhos mais velhos, aguardando a vinda do marido William, com o filho mais novo, em como o aparecimento de amigos, e da filha do primeiro casamento de William. Paralelamente temos o diário de Alex, o filho mais velho, o que nos dá uma outra visão, crítica, dos factos.
   Mas a casa faz com que o presente faça renascer o passado, e abrindo a ‘caixa’ as revelações vão começar a surgir e a desenvolverem-se de uma forma que Helena não consegue travar. No final o livro dá um avanço temporal de 10 anos, o que nos permite ter consciência não só das consequências que aquele mês de verão teve na vida das personagens, mas também da forma como as mesmas evoluíram e cresceram, por fora e por dentro. No, entretanto, as reviravoltas e as surpresas são imensas agarrando completamente o leitor, ao mesmo tempo que o maravilha coma imaginação da autora. Apesar de tudo o que foi dito a história é coerente e tem um fio condutor lógico.
    Mais uma vez Lucinda Riley nos dá horas de prazer, fazendo-nos sonhar com estas pessoas que passam a ser nossas amigas. Por tudo o que foi dito recomendo o livro sem reservas.
   Uma última nota. Espero que a Zero a Oito Editora não se esqueça de publicar a continuação da saga das Sete Irmãs. O segundo volume já foi lançado quase há um ano e, depois de ter elogiado a rapidez com que este foi publicado em relação à data do primeiro, seria lamentável que interrompessem esta história tão interessante, surpreendente e atraente. Por isso, IN os leitores de Lucinda Riley estão ansiosamente à espera da publicação da história de Estrela e dos volumes que a este se seguem.

Não se esqueçam do sorteio que está a decorrer no Blog para comemorar o primeiro aniversário. Continuo à vossa espera. 


   Sinopse: Um romance ao estilo de Lesley Pearse ou Nora Roberts, escrito pela autora Lucinda Riley, autora de As Sete Irmãs.
    Quando recebe como herança do padrinho a vivenda em Pandora, ela regressa para passar o verão com a família.
    Mas assim que Helena chega percebe que toda aquela beleza idílica esconde uma teia de segredos que ocultou de William, o seu marido e Alex, o seu filho.
    Quando, por acaso, Helena encontra a sua paixão da adolescência, o passado e presente ameaçam colidir, e nada poderá ficar na mesma quando os segredos de Pandora forem revelados.





domingo, 8 de julho de 2018

SORTEIO - 1 ano


    Um ano de blog! Já passou um ano e esta aventura continua.
  Estou bastante feliz pois consegui durante um ano partilhar convosco as minhas leituras e as minhas opiniões sobre elas. E vocês estiveram cá, leram apoiaram-me.
    Fico um pouco triste de ainda não ter conseguido chegar aos 100 seguidores, mas mais de 15 mil visualizações num ano para mim é mágico e impensável. E como sou uma otimista acredito que chegarei ao número mágico. Por isso, se gostam de me ler, divulguem o Blog junto dos vossos amigos e digam-lhes (se gostarem) para subscreverem.
   Mas isto é um aniversário e como tal há prendas. Obviamente livros. Assim sendo, os subscritores que comentarem este Post até ao próximo domingo, dia 15, e basta escrever o vosso nome, e o livro que gostariam de ganhar, e ficam habilitados a um sorteio que nesse dia farei, no random.org. Os livros são:
Génesis de Karin Slaughter
Indiscrição de Charles Dubow
O homem que perseguia a sua sombra de David Lagercrantz.

  Como sempre estou a contar convosco e com a vossa colaboração e participação. E continuo a contar com o vosso apoio, pois amanhã teremos nova opinião aqui no Blog.
    Obrigada e até amanhã.





quinta-feira, 5 de julho de 2018

Sorrisos Quebrados de Sofia Silva

     Opinião: Os Sorrisos Quebrados de Sofia Silva é um livro cujo êxito me tinha passado ao lado. Confesso que até o adquirir só tinha ouvido falar dele, e do seu sucesso no Brasil, de uma forma vaga. Foi mesmo o público brasileiro que levou a autora a publicar, de forma independente na Amazon (ganhando o prémio para Melhor Livro de Ficção em 2017), e depois, já com editora, em livro físico, na terra do Samba. O caso foi tal que participou na Bienal de do Livro do Rio de Janeiro confirmando o que o número de exemplares vendidos já tinha assegurado.
    Como só tive conhecimento destes eventos após a aquisição do livro, acabei por ir para a leitura de coração aberto, sem ideias preconcebidas, pois também não tinha lido nenhuma critica ou opinião sobre o mesmo. (Apesar de gostar bastante de seguir blogs e canais de opinião literária, sobre os livros que já comprei só vou ler, ou ouvir, a opinião dos outros depois de ter lido, para não condicionara minha própria leitura). Agora sei que o Goodreads o classifica com quase cinco estrelas, em cinco.
    Mas vamos ao livro. Sorrisos Quebrados conta a história de Paola, vítima de violência doméstica, e de André, extremoso pai de Sol, abandonado pela mulher toxicodependente. Será Sol quem vai unir estas duas almas, que após o sofrimento passado, têm dificuldade em se abrir para a vida e para o amor.
    Aquilo que poderia parecer uma narrativa vulgar começa logo por nos dar um murro no estomago no Prólogo, onde nos é descrita a última agressão a Paola agressão essa que quase a leva à morte. A partir daí percebemos que não se trata de um romance simples, de uma história de amor evidente, mas da convivência entre duas almas (três se considerarmos Sol) que fogem dos seus fantasmas, dos seus Monstros, tentando que a vida prossiga, mas sem grandes sentimentos ou emoções. Paola e André querem um futuro calmo, fechado, onde a sua atitude estoica e, simultaneamente, epicurista está mais do que justificada.
   Outro aspeto interessante do romance e que, no meu ponto de vista, foi muito bem explorado é a utilização da arte, nomeadamente da pintura enquanto redentor dos medos e das ansiedades. A pintura acaba por ser uma forma de comunicação entre as personagens, o local onde se exorcizam os fantasmas, conscientes ou inconscientes, do passado ao mesmo tempo que tentam abrir-se para o presente e o futuro.
   Num livro narrado a duas vozes fica a ideia de esperança e renascimento. Um livro que nos faz acreditar que nos priores momentos cada um de nós pode fazer como Paola que: “Mesmo em pânico, gatinhou até à luz”.

   Sinopse: Paola: Perante Deus, o meu marido prometeu me amar. Cuidar de mim. Ser meu amigo. Perante todos, disse que me amava. Que seríamos felizes. Viveríamos para sempre juntos. Mentiu em tudo. Até que um dia ele me disse que me mataria. E não mentiu.A partir desse dia, vivi escondida no meu mundo, até André aparecer.

   André:Eu não procurava nada. Não queria ninguém.Não depois de tudo que vivera.Meu coração estava escondido na escuridão, até Paola surgir com as suas cores, pintando minha vida.
    Sorrisos Quebrados é um romance de cores entre duas pessoas quebradas por relacionamentos passados. Uma história de superação dos próprios medos e de promessas. 


segunda-feira, 2 de julho de 2018

Confia de Sofia Ribeiro

     Opinião: Quando comprei o Confia da Sofia Ribeiro sabia que não ia ser uma leitura fácil. Falar de cancro nunca é fácil e ler sobre, para quem é sobrevivente, ainda menos. Mas tinha de ler. E ainda bem que o fiz.
   A Sofia fala da doença de uma forma normal, como um acontecimento, claramente dramático, mas que lhe permitiu crescer como pessoa. Sofia, permite a toda a gente independentemente da idade.
     Este é aquele tipo de livro onde considero a qualidade da escrita secundária. Não que o livro não esteja bem escrito, que está, mas porque a verdade do testemunho é tão, mas tão, importante que supera qualquer consideração que sobre este aspeto se quisesse fazer.
     Esta ‘biografia’, para mim, acaba por se reduzir a um ano da sua vida. O ano mais duro da vida de qualquer mulher que sofra de cancro, seja da mama, ou outro. E a verdade é que a Sofia Ribeiro dá voz a muitas das mulheres que passaram por um processo idêntico e que é importante que as pessoas tenham consciência que por muito simples que seja, nunca é fácil.
    A sensação de afogamento do diagnóstico, as boas intenções e afirmações de que o inferno está cheio, o respeito pelos tempos, pela privacidade (seja-se figura pública ou não), a confiança na equipa médica que nos acompanha neste processo que é sempre doloroso, mas não tem de ser inevitavelmente melodramático.
    Mas Confia é muito mais do que isto. É fundamentalmente um livro de afetos, de esperança, de criação. A noção de que, mesmo depois do último tratamento, e apesar de esta ser uma doença que implica alterações e uma rotina que não nos permite esquecer que tivemos doentes, tal não implica que não se viva a vida intensamente, com a família (que também sofre), com os amigos (o núcleo que não desiste de nós e que se tornam os importantes), com os colegas que respeitam um estado de fragilidade que não é só física.
    O cancro da mama é uma doença que mexe com a feminidade de qualquer mulher, mesmo a que se diz pouco ou nada vaidosa. Racionalmente, tirar o peito é uma consequência para se ficar viva e ficar sem cabelo não tem importância, um mal menor… Racionalmente.
   Este é um livro que deveria ser lido por toda a gente. Quem não teve a doença aprende o que é tê-la e senti-la por dentro, quem a teve percebe que não está só, que os seus sentimentos, desesperos, alegrias são partilhadas e vividas por outros.
     À Sofia Ribeiro o obrigada por pôr em palavras o que nós sentimos e por ser uma de nós: uma guerreira sobrevivente.
    Ao leitor peço desculpa pela crítica que é mais emotiva do que deveria ser, mas não consegui ver o livro de outra forma.

     Sinopse: Sofia Ribeiro revela, pela primeira vez, pormenores inéditos sobre a vida, desde a infância à atualidade, num livro emocionante e intimista.

    Habituada desde cedo a lutar pela sua independência, Sofia cresceu a saber ser forte e determinada. Porém, nada a tinha preparado para um diagnóstico inesperado.

   Ao mesmo tempo que tentava preservar-se dos olhares da comunicação social, Sofia combateu o cancro com toda a sua força e fé, rodeada pelos amigos, determinantes nesta batalha.

    Ao longo deste processo, a atriz descobriu muito sobre si mesma e sobre os outros. É essa descoberta que partilha neste livro, sem medos ou subterfúgios.     É com esta verdade que espera poder ajudar todos os que precisam de esperança, seja qual for a sua batalha.