segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

As Serviçais de Kathryn Stockett

As Serviçais de Kathryn Stockett

       Opinião: As serviçais é um livro que eu ainda tão tinha lido, assim como não vi o filme. Na verdade, só gosto de ver os filmes depois de ler os livros, pois sei que se assim não for já não os leio.
     Este fantástico livro da Kathryn Stockett conta a história de um grupo de criadas negras, que acabam por ajudar uma jovem branca a escrever um livro sobre as suas vidas nas casas das senhoras onde trabalham.
   Skeeter é, pois, uma universitária que regressa ao Mississípi após ter concluído a sua licenciatura, e que tem o sonho de ser escritora. No entanto, a sociedade local, bem como a sua família, esperam que ela se case. Nada contra se poder continuar a escrever os seus livros, dentro das temáticas que lhe interessam.
     Quanto às serviçais, estas acabam, devido a um acontecimento trágico, por pôr as suas vidas pessoais e profissionais em causa ao contarem a Skeeter a forma como são tratadas nas casas onde cuidam e onde acabam por criar a jovem geração.
    Em 1962, na América começava a ouvir-se falar de direitos e igualdade, embora esta fosse uma região conservadora e que lutou contra as alterações até não poder mais. Neste livro apresentam-nos o impacto que tiveram as vozes da mudança na sociedade do Mississipi, mas também, o impacto que a descriminação tinha em todas as pessoas independentemente da cor da pele ou da raça. De notar que a jovem escritora foi descriminada por não saber manter as distâncias com quem, era considerado inferior. Quem não é por nós é contra nós, e o domínio social, a importância na sociedade fechada era algo tremendo e ao mesmo tempo castrante.
    Queria ainda referir que gosto mais do título em inglês The Help pois o caracter dúbio que a expressão tem enquadra-se mais no espírito do livro e na mensagem subjacente ao mesmo, na minha modesta opinião. No entanto este é um livro cuja leitura, recomendo sem margem para dúvidas. Agora já só falta ir ver o filme.

   Sinopse: Skeeter tem vinte e dois anos e acabou de regressar da universidade a Jackson, Mississippi. Mas estamos em 1962, e a sua mãe só irá descansar quando a filha tiver uma aliança no dedo.

    Aibileen é uma criada negra, uma mulher sábia que viu crescer dezassete crianças. Quando o seu próprio filho morre num acidente, algo se quebra dentro dela. Minny, a melhor amiga de Aibileen, é provavelmente a mulher com a língua mais afiada do Mississippi. Cozinha divinamente, mas tem sérias dificuldades em manter o emprego… até ao momento em que encontra uma senhora nova na cidade.
    Estas três personagens extraordinárias irão cruzar-se e iniciar um projecto que mudará a sua cidade e as vidas de todas as mulheres, criadas e senhoras, que habitam Jackson. São as suas vozes que nos contam esta história inesquecível cheia de humor, esperança e tristeza.
     Uma história que conquistou a América e está a conquistar o mundo.


sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Flores cortadas de Karin Saughter

Flores cortadas de Karin Slaughter

       Opinião: As Flores Cortadas de Karen Slaughter foi o primeiro livro desta autora que li. Na verdade, comecei a lê-lo para o projeto de leitura que criei com a Dora e que nos levará a ler diferentes obras nos próximos meses.
   Este livro conta a história de três irmãs: Julia, Claire e Lydia. Julia desapareceu aos 19 anos e esse facto levou a que a vida de toda a família se desconstruísse, o que fez com que as outras irmãs fizessem vidas separadas. A história começa com a morte do marido de Caire, e o do facto desta descobrir elementos que são de bastante intrigantes, preocupantes ou mesmo moralmente reprováveis sobre a personalidade da pessoa com quem ela viveu durante tantos anos. No entanto este conhecimento acaba por aproximar as duas irmãs desavindas, que tentam compreender o que se passa e solucionar o problema, caso ainda seja possível.
       No fundo o livro é sobre a dificuldade em conhecer profundamente alguém, mesmo que seja a outra pessoa que escolhemos para partilhar o nosso espaço físico e afetivo.
      De referir ainda que o livro em inglês se chama Pretty Girls o que teria e faria muito mais sentido, tendo em conta a história que se desenrola a partir dos factos já enunciados. Sendo um thriller é uma obra onde tudo acontece e não temos certezas, embora no início me parecesse que a ação era um pouco parada.
       Finalmente de referir que gostei do final do livro embora depois existe uma adenda sobre A História de Júlia que não traz nenhuma novidade, nem acrescenta nada à história em questão. Assim sendo, quem não quiser ler, poderá fazê-lo sem perder nenhum detalhe ou pormenor, podendo mesmo não perder a densidade do final que foi exatamente o que me aconteceu.
     Vamos, pois, ler Karen Slaughter e estas Flores Cortadas sem qualquer problema ou dúvida.

         Sinopse: Irmãs. Desconhecidas. Sobreviventes.

      Passaram mais de duas décadas desde que Julia, a irmã mais velha de Claire e de Lydia, desapareceu aos 19 anos, sem deixar rasto. Algum tempo depois, elas deixaram de se falar e seguiram caminhos opostos. Claire tinha-se convertido na esposa decorativa e ociosa de um milionário de Atlanta. Lydia, uma mãe solteira, namorava com um ex-presidiário e esforçava-se por fazer com que o dinheiro chegasse até ao fim do mês. No entanto, nenhuma delas recuperara do horror e da tristeza da tragédia partilhada. Uma ferida atroz, que se reabriu cruelmente quando o marido de Claire foi assassinado. O desaparecimento de uma jovem e o assassinato de um homem de meia-idade, separados quase por um quarto de século. Que relação podia haver entre ambos? Depois de alcançar uma trégua precária, as irmãs sobreviventes olharam para o passado em busca da verdade, começaram a desenterrar os segredos que destruíram a sua família, a descobrir uma possibilidade de redenção e vingança onde menos esperavam.





segunda-feira, 26 de novembro de 2018

As flores perdidas de Alice Hart de Holly Ringland

As flores perdidas de Alice Hart de Holly Ringland

     Opinião: O livro As flores perdidas de Alice Hart é a primeira obra da autora australiana Holly Ringland publicada em Portugal. E em boa hora a Porto Editora a publicou. Será seguramente um dos melhores livros do ano.
    Nesta obra esteticamente bonita, Alice é uma jovem que vive com os pais numa quinta rural australiana e que por força das circunstâncias acaba a viver com a avó paterna. Esta ultima planta flores e recolhe na sua quinta jovens vítimas de violência a quem chama As Flores. Alice gosta de flores, já por influência da mãe, e gosta de livros, sendo o seu escape e ponto de apoio. No entanto a relação com a avó não é de todo fácil, cada uma delas com os seus fantasmas, e Alice, já mais velha, acaba por partir. O resto do livro dá-nos conta da vida de Alice até esta ser uma jovem mulher. 
     Esta obra é fenomenal a todos os níveis. A construção literária onde a autora dá a cada capítulo o nome de uma flor, e a sua descrição simbólica, leva-nos a ver cada capítulo e o que aí acontece, de uma forma diferente e torna-nos mais atentos a certos pormenores. Embora com uma narrativa sequencial está muito bem construído e elaborado pois tudo encaixa na perfeição.
    Depois a escrita. Com uma tradução fantástica da Cláudia Ramos, o livro apresenta-nos uma prosa poética, sem clichés, nem frases feitas onde nos apetecer ler depressa para saber como se desenvolverá a história de Alice e devagar para saborear cada palavra, cada frase. É pois um livro de leitura, no melhor sentido do termo.
     Por fim resta-nos as descrições, as descrições de um país que nada tem a ver connosco, uma realidade que nos mostra uma paisagem encantatória, por vezes cheia de flores, por vezes agrestes, mas que não deixam de ser como se de um conto de fadas se tratasse.
      Assim sendo, e não querendo tirar o enorme prazer da descoberta individual e da leitura, esta é uma obra que aconselho sem qualquer dúvida, sendo uma óptima aposta da Porto Editora.

      Sinopse: Um romance sobre as histórias que deixamos por contar e sobre as que contamos a nós próprios para sobrevivermos.
       Alice tem nove anos e vive num local isolado, idílico, entre o mar e os canaviais, onde as flores encantadas da mãe e as suas mensagens secretas a protegem dos monstros que vivem dentro do pai.
       Quando uma enorme tragédia muda a sua vida irrevogavelmente, Alice vai viver com a avó numa quinta de cultivo de flores que é também um refúgio para mulheres sozinhas ou destroçadas pela vida. Ali, Alice passa a usar a linguagem das flores para dizer o que é demasiado difícil transmitir por palavras.
       À medida que o tempo passa, os terríveis segredos da família, uma traição avassaladora e um homem que afinal não é quem parecia ser, fazem Alice perceber que algumas histórias são demasiado complexas para serem contadas através das flores. E para conquistar a liberdade que tanto deseja, Alice terá de encontrar coragem para ser a verdadeira e única dona da história mais poderosa de todas: a sua.



sexta-feira, 23 de novembro de 2018

O meu coração entre dois mundos de Jojo Moyes

O meu coração entre dois mundos de Jojo Moyes

      Opinião: O novo livro da Jojo Moyes O meu coração entre dois mundos é o terceiro livro onde podemos encontrar a personagem da Lou Clark.
      Depois de Viver depois de ti e Viver sem ti a Lou neste livro está a trabalhar em Nova Iorque com a bênção e apoio do seu amigo Nathan. A nossa personagem tem como emprego ser uma espécie de secretária de uma nova-rica que ascendeu através de uma casamento (na verdade eles amam-se) e que quer ser aceite pela sociedade daquela cidade.
      Mas a vida de Lou vai sofrer muitas reviravoltas, sendo que a sua vertente de cuidadora acaba por vir, novamente, ao de cima.
      Este livro até a um terço do mesmo pareceu-me um livro sem ação, como se nada viesse acrescentar à história. Mesmo a personagem principal me parecia parada, quieta, muito menos dinâmica que a do primeiro livro. Até que, e após a leitura, percebi que a nossa heroína está mais adulta, mais mulher o que faz com que esteja mais ponderada e mais atenta a ela mesma.
     A intenção da autora, na minha modesta opinião,  é exactamente dar-nos uma Lou mais centrada em si mesma. Embora não esqueça a sua vertente de cuidadora (o que seria bastante incongruente tendo em conta os livros anteriores), embora continue a ser excêntrica na sua postura e na sua forma de vestir, esta jovem mulher é mais ponderada nas suas atitudes e finalmente, liberta-se do passado (de um namorado centrado nele mesmo, no primeiro livro, e daquilo que o seu amor desejava para ela, no segundo) para se tornar na dona do seu destino. 
    Nesta obra temos alguém que se impõe como ser humano, com ideias, sonhos e vontades de que se recusa a abdicar, mesmo por amor. No fundo, aquilo todos nós estávamos desejando para ela.
    Não sei se a Jojo Moyes vai escrever mais livros com estas personagens, mas, espero que não fique presa a uma história que, e mais uma vez na minha opinião, pouco mais tem para dar. Esta autora tem outros livros tão bons, ou melhores, que os acima citados que acabam por ser injustamente esquecidos por causa da visibilidade dada a estas personagens, nomeadamente através do filme de Depois de Viver depois de ti que acabou por ser um sucesso.
    Este é pois um livro que recomendo, principalmente para quem já leu os livros anteriores, embora não seja, de todo, dos melhores livros da autora.

     Sinopese: Quando Lou Clark chega a Nova Iorque está convencida de que vai conseguir recomeçar uma nova vida e sente-se confiante para enfrentar todos os desafios, apesar dos milhares de quilómetros que a separam de Sam. Lou está determinada a aproveitar o mais possível a situação em que se encontra – vive e trabalha em Manhattan para uma família super-rica e vê-se inserida na alta sociedade nova-iorquina. E é assim que conhece Joshua Ryan, um homem que lhe traz recordações do passado. Em breve, Lou ver-se-á perturbada por aquele encontro, o que a leva a questionar-se sobre quem é a verdadeira Lou Clark e como poderá reconciliar as duas partes de um coração separado por um oceano.
      Jojo Moyes dá vida, uma vez mais, a Lou Clark – a personagem de Viver depois de ti e Viver sem ti -, através de uma história que nos fala de lealdade, escolhas e, sobretudo, esperança


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

As gémeas do gelo de S. K. Tremayne

As gémeas do gelo de S. K. Tremayne

   Opinião: As gémeas do gelo foi o primeiro livro que li deste autor. Na verdade, se não fosse a Barbara Rodrigues estar a ler e eu ter-me pendurado, continuaria sem o ler. Mas a verdade é que gostei do livro, sem, no entanto, o achar o melhor do mundo.
    O livro conta-nos a história de uma família, pai, mãe e filha que estão em vias de se mudar para a casa onde o pai passava a infância, como forma de mudar de vida visto de que lhes tinha morrido uma filha, gémea da sobrevivente.
    Claro que para quem é mãe é fácil entender a necessidade de mudança, como uma forma de recomeço, por muito soturno, afastado e agreste que seja esse lugar. Mas a verdade é que nenhum deles hesita. Assim sendo vão os três para a casa velha, que querem reconstruir, quando a jovem diz à mãe que quem morreu não foi a gémea que eles pensavam. Ou seja, eles pensam que Lydia morreu, tendo Kisrtie sobrevivido, mas a jovem informa a mãe que ela é que é a Lydia.
   E o livro constrói-se a partir desta premissa. Isto porque a mãe nunca conseguiu distinguir as filhas e teme que tenha havido um engando de identidade. Por sua vez o pai defende saber qual a filha que sobreviveu e qual morreu, mas não quer conflitos familiares. Kirstie continua a insistir que é Lydia, inclusive na escola. O livro é, pois, sobre identidades, formas de conseguir sobreviver quando o caos se instala.
    O final é bastante bom, de alguma forma surpreendente, deixando-nos a pensar que só quem passa pelas situações pode saber como vai reagir. Mais, leva-nos a pensar que o instinto de sobrevivência e de proteção acaba por ser tão forte que fazemos o que tem de ser feito.
     Mais não digo, mas aconselho a leitura deste livro, para quem gosta deste género de livros. Quanto a mim irei continuar a ler este autor, sem dúvida alguma.

    Sinopse: Um thriller psicológico aterrorizante perfeito para os fãs de A Garota no Trem
     Um ano depois de Lydia, uma de suas filhas gêmeas idênticas, morrer em um acidente, Angus e Sarah Moorcroft se mudam para a pequena ilha escocesa que Angus herdou da avó, na esperança de conseguirem juntar os pedaços de suas vidas destroçadas. Mas quando sua filha sobrevivente, Kirstie, afirma que eles estão confundindo a sua identidade — que ela é, na verdade, Lydia — o mundo deles desaba mais uma vez. Quando uma violenta tempestade deixa Sarah e Kirstie (ou será Lydia?) confinadas naquela ilha, a mãe é torturada pelo passado — o que realmente aconteceu naquele dia fatídico, em que uma de suas filhas morreu?


sexta-feira, 16 de novembro de 2018

O rapaz à porta de Alex Dahl

       Opinião: O rapaz à porta é o primeiro livro publicado em Portugal da autora Alex Dahl. Este foi mais um daqueles livros em que a leitura é célere e o final acaba com o entusiasmo e com a emoção.
     O livro conta a história de Cecília que tem uma vida perfeita: um marido rico, um emprego para se mostrar moderna e autónoma, uma boa casa num bairro de prestígio, duas filhas lindas… Está socialmente bem integrada, dando-se com as pessoas certas. Eis que uma tarde, na piscina onde as filhas vão, lhe pedem que deixe em casa o rapaz que está à porta e que ninguém veio buscar.
     Ela assim faz, mas quando chega ao local verifica que ninguém habita a casa, havendo, apenas, indícios de que o jovem tem lá dormido, mas sem a companhia de um adulto. Assim sendo, resolve levá-lo para casa, onde dorme, sem que ela avise a polícia. No dia seguinte, deixa o Rapaz na escola até que recebe um telefonema avisando-a de que tem de ir à referida escola pois a polícia está a aguardá-la, visto que o rapaz não é lá aluno.
Até aqui a história é linear, mas a partir desta premissa a autora acaba por construir um jogo de espelhos, onde o leitor oscila entre a verdade e a mentira, que por vezes se torna, por força do discurso, dois objetos diferentes. A verdade é que depois de perceber esse jogo da cabra cega que a Cecília faz com toda a gente e que lhe permitiu construir uma falsa vida exemplar, o livro fica bastante interessante.
     Assim sendo, a obra é uma ilusão, construída pela personagem principal, que nós, leitores, vamos conhecendo ao mesmo tempo que as outras personagens, e que se desmorona e acaba por cair como se de uma pirâmide de cartas se tratasse. Neste, entretanto, o livro ganha ritmo e mais interesse, funcionando como um tratado psicológico, uma visão da mente de pessoas como a protagonista.
     Até que chegamos ao final. E desilusão. Não era o desfecho que estava à espera e, penso mesmo, que não será o final mais correto, mais moral ou mais coerente que a autora poderia encontrar. Para mim, o fim deveria ter sido outro, mais forte, menos morno. Como se na última página pensássemos: É só isto?
De qualquer forma, e não sendo para mim, um livro fantástico é uma obra que se lê, sem grande dificuldade.


    Sinopse: Cecilia Wilborg tem a vida perfeita: um marido atraente, duas bonitas filhas e uma grande casa em Sandefjord, uma cidade que parece tirada de um bilhete-postal. Ela esforça-se para manter tudo como está, pois um erro do passado pode destruir-lhe o presente.

      Annika Lucasson vive uma vida sombria com o namorado abusivo e traficante de drogas. Já perdeu tudo muitas vezes e agora tem uma última oportunidade de se salvar, graças a Cecilia. Mas, Annika conhece o seu segredo e o que Cecilia está disposta a fazer para que tudo acabe.

      Então aparece Tobias, um rapaz de oito anos, sozinho e sem amigos. Mas que ameaça fazer desmoronar o mundo de Cecilia.
      O quer ele de Cecília?






O Rapaz à Porta de Alex Dahl

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Meu de Susi Fox

Meu de Susi Fox

         Opinião: O livro Meu de Susi Fox foi um livro que me atraiu pela temática que surgia na sinopse, me fez lê-lo com agrado devido ao desenvolvimento, mas que desfez esta boa impressão devido ao final infeliz com que a autora termina esta sua primeira obra
         O livro conta a história de Sacha uma jovem que teve bastante dificuldade em engravidar e que finalmente consegue realizar o seu sonho de vir a ser mãe. Tudo está preparado para a chegada de uma princesa, estando o hospital escolhido, em função da qualidade e da médica que a acompanha.
          Acontece que devido a um acidente de automóvel, a jovem acaba por dar à luz de cesariana, num hospital de que não gosta e cheio de desconhecidos. Sacha não se lembra de nada do seu parto, sendo informada que apesar de pequeno, o seu filho, rapaz, se encontra a evoluir. A moça pede então para ser levada ao berçário por forma a ver o seu bebé. E é aí, logo que olha para o recém-nascido, que declara que aquele não é o seu filho.
      Toda a história se constrói de uma forma paralela entre os dois fios condutores. Por um lado a mãe que diz que aquela criança não é o seu filho, (não se tratando do problema de ser um rapaz, pois as ecografias não são 100% seguras, e ela sabe-o), e por outro, todas as pessoas envolvidas, o seu pai, o seu marido, os médicos, as enfermeiras, que afirmam ser aquela a sua criança, sem que tenham disso a mínima dúvida.
         O livro coloca a tónica desta forma de pensar da Sacha como uma faceta de uma depressão pós-parto, ou a existência de uma doença mental que o parto tão problemático e traumático poderia despoletar. A verdade é que eu acreditei na versão e na análise da Sacha, e, nessa perspetiva, estive sempre muito consciente da importância de um final que não deixasse dúvidas sobre quem estava a dizer a verdade.
      Mas se a verdade acaba por vir ao de cima, o final não me pareceu plausível, tendo em conta a caracterização psicológica das diferentes personagens, nomeadamente a personagem principal. A Sacha que nos é descrita nunca aceitaria o final que a autora lhe reservou, fazendo com que o livro perca força e dinâmica.
     Assim sendo, aconselho a leitura deste Meu, embora estejam já avisados que quem ler o livro como eu ficará a sentir uma pequena frustração com a conclusão desta obra.

        Sinopse: Uma mãe diz que o recém-nascido que lhe trazem não é seu. Depressão pós-parto? Ou um dos piores pesadelos de uma mãe? Sasha vê-se obrigada a um parto prematuro, por cesariana. Mas quando o bebé nasce, ela diz que não é seu. Todos interpretam aquilo como um caso grave de depressão pós-parto, mas a situação piora. Sasha torna-se amiga de Brigitte e fica horrorizada ao descobrir que o filho dela é de facto o seu. O bebé acaba por morrer de uma infeção e Sasha dá tudo por tudo para ficar com o seu «filho» Toby.


sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Livros? Gosto!: Regras para descolagem

Livros? Gosto!: Regras para descolagem

Regras para descolagem

Regras para descolagem de Carolina Paiva

     Opinião: Regras para descolagem é uma obra da Carolina Paiva, uma menina que conheci através do seu canal no Youtube. Esta é, pois, a primeira aventura da Carolina na escrita em nome próprio, no romance para ser mais especifica.
    O livro conta-nos a história de vida do Lourenço e as alterações que esta vai sofrendo ao longo dos tempos. Na verdade, a sua vida acaba por ser reflexo da vida de toda a gente, a ponto de, em alguns acontecimentos se tornar circular.
   Este acaba por perseguir os seus sonhos embora considere que não é na verdade bem conseguido. Para mim, Lourenço é alguém   que acaba por ser um anti-herói, que, no entanto, não desiste da vida, nem do que ela lhe dá.
   Obviamente, que ele tem à sua volta as mulheres, aquelas que o amam, aquelas que ele ama, aquelas que ele deixa entrar na sua vida como elementos de entretenimento. No fundo como se passa na vida real. E são elas que acabam por marcar o seu ritmo e as suas opções.
   O que acontece é que Lourenço acaba por ser honesto e abrir-se com um homem, um passageiro que numa viagem de avião se senta ao seu lado. Este facto pareceu-me plausível, visto que é muito mais fácil contar os nossos segredos e as nossas fraquezas a quem não nos é tão íntimo ou mesmo a quem temos a ‘certeza’ que não veremos mais.
    O livro não tem um fio cronológico que seja linear e isso foi o que achei mais confuso. A Carolina tem uma escrita correta, com alguns momentos em que poderemos considerar mesmo poética, mas a linha temporal, para mim, foi confusa. E fez-me achar que este seria o ponto fraco da obra em questão. Ainda mais porque para que este novelo temporal pudesse ser desfeito, provavelmente seriam necessárias mais umas páginas, por forma a que o leitor conseguisse ter um entendimento claro dos diferentes tempos. (Cá está a minha veia de leitora de romances, que acha que um livro de 167 páginas é pequeno).
    No entanto acho que a Carolina tem uma belíssima obra de estreia e apenas espero que continue a desenvolver a sua veia de escritora.

    Sinopse: Lourenço, detective privado, foi contratado para aquele que decidiu ser o seu último caso. Depois da morte do mentor, e da quebra de todas as regras que com ele aprendera, a sua profissão parece já não fazer sentido.
    A bordo de um voo internacional, um companheiro de viagem inusitado permitir-lhe-á fazer uma análise das normas que até há bem pouco tempo seguia escrupulosamente, e da sua importância. Entre o dilema de cumprir a missão para a qual foi contratado e fazer aquilo que lhe parece correcto, conseguirá Lourenço resolver o seu passado?


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Inconfidências de uma vida a preto e branco de Luís Telésforo

Inconfidências de uma vida a preto e branco de Luís Telésforo

  Opinião: Falar de um livro de um amigo é sempre difícil, mas poderá ser algo bastante penoso se não gostarmos do livro. O que não aconteceu de todo com este livro do Luís Telésforo. Eu adorei o livro.
 O Luís conta-nos as histórias Artur e do Jorge que embora aparentemente distintas estão ligadas por um grau de parentesco bastante forte. Com estes dois homens nós vamos conhecer uma realidade temporal que nada tem a ver com os nossos dias, o Estado Novo e as condicionantes que Portugal tinha nos anos da ditadura.
  Artur é um jovem que foi obrigado a largar a sua terra, os seus e nossos Trás-os-Montes para vir ser ‘alguém’ na capital. Regressa à sua aldeia, onde permanece a sua mãe, e aí encontra o amor, embora regresse a Lisboa para não abdicar dos seus sonhos. Jorge é um menino de Benfica, obrigado a crescer depressa e cuja formação familiar é complementada com os colegas, professores e funcionários, do Liceu Camões. E assim se desenvolve uma história que sendo destas duas personagens, sendo do Luís Telésforo, poderia ser de muitos portugueses que foram obrigados a serem melhores e maiores do que o seu país.
  Na verdade, parece-me que as inconfidências não são das personagens, mas sim do escritor e dos leitores numa época em tudo estava a preto e branco e que dificilmente se poderia sonhar a cores.
  Mas mais do que a história o Luís leva-nos a todos os amantes da literatura a um convívio com os grandes nomes que pelo Liceu Camões passaram. De Virgílio Ferreira a Mário Dionísio, de Bénard da Costa a Ema Tarracha, todos os nomes que nos criaram como leitores estão presentes dentro de um edifício que é mítico para a cidade de Lisboa e para os lisboetas.
  Mas há mais. Há uma escrita que sendo simples e objetiva nos recorda os grandes clássicos do Romantismo. Ao ler este livro lembrei-me de Júlio Dinis e de uma escrita correta, adjetivada sem exageros, descritiva sem se tornar exaustiva, criando um ambiente seja ele citadino ou campestre que nos remete para os lugares que a nossa imaginação literária foi desenvolvendo nos leitores. A veia poética do autor está presente na construção de uma narrativa que sendo verdadeira, não deixa de nos levar à nossa infância e aos nossos lugares míticos.
  Assim sendo, recomendo sem margem para dúvidas estas Inconfidências do Luís Telésforo. 

   Sinopse: A partir de Trás-os-Montes, suas aldeias e hábitos, o autor enquadra as origens da personagem central que, a partir de certa altura enfrenta a vida à sua maneira. Nos actos e condutas que lhe percebemos, a teimosia e alguma irreverência de Jorge marcam a atitude isolada e a convicta. Em "Inconfidências de uma vida a preto e branco" deparam-se pistas, nunca soluções, para interrogações prováveis do autor.
   Quantos de nós não vivemos, tentando ignorar, perguntas intimas latentes? 



sexta-feira, 2 de novembro de 2018

A casa à Beira-mar de Debbie Macomber

      Opinião: Debbie Macomber é uma das minhas autoras favoritas e apenas lamento que tão poucos sejam os livros que estão editados em português. Assim sendo o meu muito obrigada à Zero a Oito por ter apostado nesta escritora. Apenas posso desejar que seja uma opção editorial para se manter.
     Este A casa à beira-mar apresenta-nos Annie uma jovem perfeitamente normal, que deseja estar com os amigos, ir a festas, muito mais do que estar com a família. No entanto, uma tragédia, uma catástrofe natural que lhe leva toda a sua família directa, fá-la ver que, o que era tido como certo, nem sempre se mantém. E aí que a jovem resolve ir trabalhar e morar para uma pequena cidade costeira onde era habitual passar férias em pequena. As recordações poderão ajudá-la a fazer o luto e de certa forma a se perdoar, acabando por habitar a mesma casa que alugavam nesses verões passados.
    A história desenvolve-se através das ligações que Annie faz com os habitantes da referida cidade e de que forma eles podem ‘curá-la’ , ao mesmo tempo que os ajuda a tomarem posições e alterarem comportamentos. O livro espelha assim uma troca entre a rapariga que se sente sozinha e desamparada e um conjunto de pessoas que, também elas, tendo os seus traumas e hábitos, precisam de uma visão de fora para os alterar.
      A estrutura narrativa está perfeita, levando-nos a acompanhar o dia-a-dia das personagens e o seu desenvolvimento psicológico. Neste romance não existem personagens estáticas, mas sim ‘pessoas’ que evoluem conforme são confrontadas com a realidade e a necessidade de ir para o nível seguinte. Como se a vida, que não para, os obrigasse a tomar decisões e a mudar comportamentos e atitudes.
      Com uma escrita muito correta e encantatória a autora leva-nos ao amago das personagens que estão enquadradas num ambiente também ele bastante atraente.
     Este é, pois, um livro que recomendo sem margem para dúvidas enquanto aguardo a publicação de outros livros de Debbie Macomber.

      Sinopse: Annie Marlow passou por uma tragédia impensável e decide partir para o único lugar onde se lembra de ter sido feliz: uma casa à beira-mar numa pequena cidade na zona costeira do Noroeste Pacífico. Uma vez lá, Annie começa a restaurar o seu espírito destroçado e apaixona-se por Keaton, que lhe oferece conforto e alívio para a dor. No entanto, a vida tende a colidir com os nossos sonhos e, quando surge uma oportunidade única, Annie tem de decidir se volta a partir ou se permanece na segurança do refúgio - e do homem - que veio a chamar de lar.



A casa à beira mar de Debbie Macomber

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O Rouxinol de Kristin Hannah

       Opinião: Que livro! Como esteve dois anos parado na minha estante e sem lhe pegar?
    Primeiro que tudo o meu muito obrigada às duas Bárbaras, a Bárbara Rodrigues e a Bárbara Pereira por terem lido este livro comigo. Foi graças a elas que o fui buscar e o li. Muito obrigada.
     Porque, na verdade, este é um livro extraordinário. O Rouxinol de Kristin Hannah foi a minha estreia com a autora. O livro conta a história de duas irmãs a Vianne e a Isabelle que vivem em França durante a invasão alemã, na segunda guerra. Vianne, a mais velha, vê o marido partir para a frente de batalha, ficando com a filha na casa de família. Isabelle foge do colégio, e depois de uma passagem por Paris, por casa do pai, com quem não tinha uma boa relação, acaba por ir viver com a irmã.
      E o quadro está lançado. Duas irmãs com uma juventude difícil, que se vêm a olhar a guerra de maneiras diferentes. Na verdade, estas duas mulheres são duas heroínas que não conseguem gerir os seus sentimentos da mesma forma, mas que cada uma, por seu lado, acaba por resistir ao invasor à sua maneira. Numa época em que sobreviver era a palavra de ordem, as jovens vivem conforme as suas responsabilidades e as suas opções.
    Estas personagens estão de tal forma bem delineadas que, facilmente, o leitor se esquece que se trata de uma obra de ficção e as considera suas amigas, conhecidas, sofrendo com elas. A história é de tal forma credível que, não me custa a acreditar, terá havido, durante a segunda guerra mundial, histórias semelhantes. Um aspeto interessante deste livro é que só a meio é que conseguimos compreender o título dando-lhe uma outra intensidade e pertinência, embora, para mim, não seja o ideal.
      Sendo um livro que vai alternando entre as histórias das duas, e ainda com alguns saltos, embora maioritariamente se passe no passado, a estrutura narrativa está tão bem conseguida que não conseguimos abandonar o livro, pois quando queremos acompanhar a história de uma irmã, salta para a outra, o que nos leva a querer saber mais desta irmã, sem que não consigamos esquecer a outra.
    Kristin Hannah escreve de forma apaixonante sabendo prender o leitor capítulo após capítulo. Um livro cinco estrelas onde a história, a construção narrativa e a escrita fazem com que nos esqueçamos que se trata de um livro e muitas vezes soframos e choremos com estas irmãs. Recomendo vivamente.

     Sinopse: Na tranquila vila de Carriveau, Vianne despede-se do marido, Antoine, que parte para a frente da batalha. Ela não acredita que os nazis vão invadir a França… mas é isso mesmo que fazem, em batalhões de soldados em marcha, em caravanas de camiões e tanques, em aviões que enchem os céus e largam as suas bombas por cima dos inocentes. Quando um capitão alemão reclama a casa de Vianne, ela e a filha passam a ter de viver com o inimigo, sob risco de virem a perder tudo o que têm. Sem comida, dinheiro ou esperança, e à medida que a escalada de perigo as cerca cada vez mais, é obrigada a tomar decisões impossíveis, uma atrás da outra, de forma a manter a família viva. Isabelle, a irmã de Vianne, é uma rebelde de dezoito anos, que procura um objetivo de vida com toda a paixão e ousadia da juventude. 
       Enquanto milhares de parisienses marcham para os horrores desconhecidos da guerra, ela conhece Gäetan, um partisan convicto de que a França é capaz de derrotar os nazis a partir do interior. Isabelle apaixona-se como só acontece aos jovens… perdidamente. Mas quando ele a trai, ela junta-se à Resistência e nunca olha para trás, arriscando vezes sem conta a própria vida para salvar a dos outros. Com coragem, graça e uma grande humanidade, a autora best-seller Kristin Hannah capta na perfeição o panorama épico da Segunda Guerra Mundial e faz incidir o seu foco numa parte íntima da história que raramente é vista: a guerra das mulheres. 
    O Rouxinol narra a história de duas irmãs separadas pelos anos e pela experiência, pelos ideais, pela paixão e pelas circunstâncias, cada uma seguindo o seu próprio caminho arriscado em busca da sobrevivência, do amor e da liberdade numa França ocupada pelos alemães e arrasada pela guerra. Um romance muito belo e comovente que celebra a resistência do espírito humano e em particular no feminino. Um romance de uma vida, para todos.




quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Pão de Açúcar de Afonso Reis Cabral e A mulher entre nós de Greer Hendricks e Sarah Pekkanen

          Opinião: Pela primeira vez desde que tenho o blog venho fazer a crítica a dois livros. Começo já por dizer que não gostei de nenhum, embora por motivos diferentes.
        O primeiro é o novo livro de Afonso Reis Cabral, Pão de Açúcar. O livro conta a história de um transexual que foi assassinado por um grupo de jovem, pré-adolescentes, no Porto. Este foi um caso bastante mediático, na altura, e os factos ainda estavam presentes na minha memória, pois considerei então, como agora, o caso bastante perturbador para uma sociedade que se diz civilizada. Este é, pois, um livro de não ficção.
         O que me incomodou no livro foi o caso de o autor não ter trazido nada de novo para a história que tinha sido contada à época. Eu esperava que o Afonso Reis Cabral nos trouxesse novos factos, ou perspetivas sobre o assunto, o que não me pareceu. Para além disso observei que a sua escrita não fluía, tornando-se, assim, a leitura um momento penoso, sem ritmo e muito pouco agradável.
      Como considero que escrever não ficção e escrever ficção são escritas distintas espero, no próximo ano, dar uma oportunidade ao primeiro livro deste autor e com o qual ele ganhou o prémio Leya: O meu irmão.

        O segundo livro de que também não gostei foi o livro A mulher entre nós da dupla Greer Hendricks e Sarah Pekkanen. Esta obra trata a temática de um divórcio onde apenas uma parte estava interessada, neste caso o marido. A verdade, é que este acaba por acontecer e Vanessa abandona o seu lar, ficando bastante afetada, sentindo-se abandonada. Tanto mais que o ex-marido arranja logo uma namorada, com quem quer casar com a maior brevidade.
      Estes factos, associados à perca do emprego, fazem com que a jovem decida que este segundo casamento não pode acontecer, começando uma perseguição aos diretamente envolvidos e à ex-cunhada (se é que se perdem os vínculos com a família). Até aqui tudo bem. Tema interessante, construção que faria prever um livro interessante.
        Mas a verdade é que se tornou repetitivo e, consequentemente, repetitivo. As considerações que a personagem faz, as desculpas que arranja para si e para os outros, são tão semelhantes que tive a sensação de que estava a ler umas páginas que já tinha lido, como se fosse o mesmo. E este foi o problema. A escrita é agradável, o tema é simpático, mas, se calhar o facto de ser escrito a quatro mãos fez com que se tornasse muito repetitivo.
       Lamento mas nenhum dos dois conseguiu despertar a minha empatia, e por isso, não posso considera-los boas leituras.


    Sinopse: Em Fevereiro de 2006, os Bombeiros Sapadores do Porto resgataram do poço de um prédio abandonado um corpo com marcas de agressões e nu da cintura para baixo. A vítima, que estava doente e se refugiara naquela cave, fora espancada ao longo de vários dias por um grupo de adolescentes, alguns dos quais tinham apenas doze anos.
         Rafa encontrara o local numa das suas habituais investidas às «zonas sujas», e aquela espécie de barraca despertou-lhe imediatamente o interesse. Depois, dividido entre a atracção e a repulsa, perguntou-se se deveria guardar o segredo só para si ou partilhá-lo com os amigos. Mas que valor tem um tesouro que não pode ser mostrado?
         Romance vertiginoso sobre um caso verídico que abalou o País, fascinante incursão nas vidas de uma vítima e dos seus agressores, Pão de Açúcar é uma combinação magistral de factos e ficção, com personagens reais e imaginárias meticulosamente desenhadas, que vem confirmar o talento e a maturidade literária de Afonso Reis Cabral.



         Sinopse: Aos 37 anos, a recém-divorciada Vanessa está no fundo do poço. Deprimida, a morar no apartamento da tia, sem filhos, sem dinheiro e sem amigos verdadeiros. Richard, o seu carismático e rico marido, era tudo para ela. Mas, ao descobrir que ele está prestes a voltar a casar, algo dentro de Vanessa se desfaz. A partir de agora, na sua vida, só existirá uma única obsessão: impedir esse casamento. Custe o que custar.
         Nellie é como qualquer outra jovem bela e sonhadora que chega a Manhattan para começar a sua tão sonhada vida adulta. Mas a personalidade tranquila que ostenta é apenas uma fachada. Na sua cabeça perdura o segredo que a faz fugir da sua cidade natal e que a impede de caminhar sozinha para casa.
         Ao conhecer Richard - bem-sucedido, protector, o homem dos seus sonhos -, Nellie começa finalmente a sentir-se segura. Ele promete protegê-la de tudo para o resto da sua vida. Mas, de repente, começa a receber chamadas misteriosas. Algumas fotografias são mudadas de lugar no seu quarto. Alguém a persegue, alguém quer o seu mal. Mas quem?



segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O dia em que te perdi de Lesley Pearce

    Opinião: Lesley Pearse é uma das minhas autoras favoritas. Mesmo! E por isso sempre que sai um livro dela fico com vontade de ler e de me deliciar com a escrita da autora. Este, no entanto, não me deixou encantada.
    O livro conta a história de dois irmãos, gémeos, Maisy uma corajosa princesa, e Duncan, um jovem cuja sensibilidade não se adequa à época. Ambos acabam por se tornar muito amigos, pois sentem-se muitas vezes sozinhos e abandonados. A mãe apresenta um problema de saúde grave, que provoca um internamento, tendo o pai levado os dois irmãos para casa de uma avó que mais não é do que uma estranha. O problema agrava-se quando Duncan desaparece.
     O argumento é dentro da linha desta autora, o que me levava a esperar um desenvolvimento dramático e cheio de surpresas avassaladoras. Mas tal não acontece. O livro acaba por ser uma narrativa que não me prendeu, que fez com que passasse a obra à espera de algo que nunca veio.
    Com uma escrita bastante correta e sem dificuldades de leitura, um tempo cronológico sem saltos, a história dos dois irmãos não deixa de ser interessante, sem ser extraordinária. As personagens têm construções coerentes e, de alguma forma, fortes, mas as situações em que se vêm envolvidas nunca as levam a subir o tom trágico, nem criando uma dimensão mais épica.
    Confesso que tinha espectativas bastante altas e que não foram, de todo, cumpridas. Tenho pena pois não deixo de gostar bastante da Lesley Pearse como autora, mas este não é, definitivamente, um dos que mais me agradou. Obviamente, vou continuar a ler esta autora, mas não deixa de haver um amargo de boca.

    Sinopse: Na noite em que a mãe lhes foi arrancada, os gémeos Maisy e Duncan perceberam que só podiam contar um com o outro. Se até então a vida deles não fora fácil, a partir desse momento piora dramaticamente pois o pai decide enviá-los para casa da avó, a ríspida Violet.
     Os gémeos sentem-se mais abandonados do que nunca. Mas a negligência da avó tem um lado positivo: Maisy e Duncan passam a desfrutar de uma liberdade inesperada e podem explorar o campo e fazer novas amizades sem terem de se justificar a ninguém. Até ao dia em que Duncan desaparece sem deixar rasto.
     À medida que os dias dão lugar a semanas, perante a ineficácia da polícia e a indiferença da avó, Maisy decide descobrir por si própria o que aconteceu à única pessoa que verdadeiramente ama. E vai começar por Grace Deville, a excêntrica amiga do irmão. Grace vive isolada na floresta... e tem segredos por revelar…
     O Dia em Que Te Perdi explora ternamente temas delicados e atuais. Lesley Pearse, uma contadora de histórias nata, fala-nos de perda, de esperança, de força interior, e dos inquebráveis laços de família


Opinião: O dia em que te perdi

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O Último Fôlego de Robert Bryndza

        Opinião: O último fôlego é o quarto volume da série Erika Foster escrito por Robert Bryndza. E mais uma vez temos um livro que, em determinadas partes nos deixa sem fôlego, na verdadeira acessão da palavra.
      Neste volume vamos encontrar a detetiva Erika a ser uma das primeiras pessoas a chegar ao cenário do crime, crime esse que ela gostaria de investigar, embora não faça parte da equipa, pois trata-se do corpo torturado de uma jovem, bonita e que tinha sido abandonada pelo seu agressor num contentor de lixo, o que faz com que seja da responsabilidade dos homicídios.
     Claro que a nossa heroína consegue ir para a referida equipa e acaba mesmo, por motivos surpreendentes, a chefiá-la. Aquilo que, aparentemente, poderia ser um assassinato isolado é uma atitude e um comportamento regular, como concluem após o aparecimento de um novo corpo com o mesmo tipo de agressões e, depois de verificados os arquivos, juntam um caso anterior ao primeiro, mas em tudo idêntico.  
     Esta ocorrência torna-se não só interessante devido à escrita de Robert Bryndza, que como já disse, nas críticas aos seus livros anteriores, é simples e bastante objetiva, o que faz com que a narrativa se realize, mesmo quando os factos são realizados no passado, sem sobressaltos ou confusões, mas também porque a forma como a equipa foi criada não deixa de ser bizarra.
      A contextualização da história está feita de forma a prender o leitor, dando pistas, sem, no entanto, ser muito óbvio. A trama narrativa é conseguida sem que o facto de o leitor saber quem é o assassino tire o interesse à leitura. Pelo contrário, esta técnica narrativa, já usada pelo autor nos seus livros anteriores, leva-nos, a que nós leitores, possamos tentar construir um desenvolvimento, uma história dentro da história até a um desfecho imaginado que, na maior parte das vezes, não corresponde à criação de Bryndza. Aquilo conhecimento, que aparentemente nos tiraria o fator surpresa, acaba por o desencadear pois o final não é nada do que poderias supor, imaginar ou esperar.
      Outro aspeto que eu gosto nestes livros é que as personagens que passam de um livro para o outro, sejam a protagonista ou as personagens secundárias que giram à sua volta, vão evoluindo, vão vivendo a sua vida e tendo bons ou maus momentos, pensamentos ou vivências. Ver o evoluir das suas vidas acaba por desenvolver e humanizar aqueles que perseguem e apanham os ‘monstros’.


    Sinopse: Quando o corpo torturado de uma mulher, jovem e bonita, é encontrado num contentor do lixo, com os olhos inchados e as roupas ensopadas em sangue, a inspetora-chefe Erika Foster é dos primeiros detetives a chegar ao cenário do crime. O problema é que, desta vez, o caso não lhe pertence. Enquanto luta para integrar a equipa de investigação, Erika envolve-se no processo e rapidamente encontra semelhanças com o assassínio não resolvido de outra mulher, quatro meses antes. Largadas ambas num contentor do lixo em parques de estacionamento diferentes, têm ferimentos idênticos – uma incisão fatal na artéria femoral da coxa esquerda... E, entretanto, é localizada uma terceira vítima em circunstâncias idênticas. 

    Perseguindo as vítimas online, apresentando-se com identidades falsas, o assassino ataca mulheres jovens e bonitas de cabelo castanho comprido e desaparece misteriosamente, sem deixar qualquer pista. Como irá Erika apanhar um assassino que parece não existir? 
     Enquanto decorre a investigação, outra rapariga é raptada quando esperava por um encontro. Erika e a sua equipa têm de a localizar, para não depararem com mais uma vítima mortal, e enfrentar um indivíduo terrivelmente sádico e perigoso. 
     Alucinante, tenso e impossível de parar de o ler, "O Último Fôlego" mantém o leitor preso logo na primeira página, enquanto o livro se encaminha vertiginosamente para um final surpreendente.








quinta-feira, 11 de outubro de 2018

A Sereia de Brighton de Dorothy Koomson

        Opinião: Confesso que só recentemente descobri Doroyhy Koomson. Como já afirmei noutra opinião não é uma autora que leia com regularidade. Os seus livros são interessantes, mas nem sempre me sinto preparada para eles. Houve alguns que me fizeram ficar cética em relação a esta autora.
       Este A sereia de Brighton foi um livro de uma leitura conjunta com a Maria João de A biblioteca da João, o que torna a leitura um prazer. Mas foi mais do que isso.
      Para mim este não é um típico livro desta autora. Este é mais um thriller, um policial, onde se tenta fazer justiça a quem teve uma morte prematura. Para além disso passa-se em vários tempos, o que por si só também é algo que me agrada.
       A história parte da descoberta de um cadáver por duas adolescentes, a Nell e a Jude. Esta última, três semanas depois, acaba por desaparecer, o que não ajuda, em nada, o estado de espírito da sua amiga.
    25 anos depois vamos acompanhar a vida de Nell e da sua família, nomeadamente da sua irmã mais nova, Macy, chegando à conclusão de que todos foram afetados pelos acontecimentos do passado.
     E a partir daqui, nesta constante passagem de ia ao passado, vinda ao presente, Dorothy Koomson leva-nos pelo pesadelo que pode ser a mente humana, condicionada pelo que acha que viu, pelo que pressupõe e toma como realidade, pela sociedade cujos preconceitos estão de tal forma enraizados que nada os consegue demover ou alterar.
     A estrutura narrativa acaba por estar muito bem desenhada, sem nos perdermos nos tempos, ou nas personagens que narram. As personagens estão construídas de uma forma muito realista que nos leva a acreditar nos seus sentimentos, nas suas ideias e nas suas atitudes.
   O final, que pode neste género destruir um livro, acaba por ser surpreendente, pois nunca pensei que o culpado seria quem a autora escolheu. Por outro lado, o desfecho de algumas das personagens e a explicação final das suas atitudes também vem admirar o leitor, ou pelo menos, esta leitora.
      Assim, este é um livro que aconselho a quem gosta dos livros de Doroyhy Koomson e também a quem não é fã. Acreditem este vale muito a pena ler.

      Sinopse: As adolescentes Nell e Jude descobrem o corpo de uma jovem na praia e, quando ninguém o reclama, a vítima passa a ser conhecida como A Sereia de Brighton. Três semanas mais tarde, Jude desaparece e Nell, ainda chocada com os acontecimentos na praia, fica completamente desamparada.
      Passados 25 anos, Nell vive atormentada pelo passado, abandonando o emprego para descobrir a verdadeira identidade da jovem assassinada – e o que aconteceu à amiga naquele verão inesquecível.
      Quanto mais perto fica da verdade, maior é o perigo. Alguém parece estar a seguir cada passo de Nell, que já não sabe em quem confiar.
      Da autora bestseller de a filha da minha melhor amiga, chega-nos uma intrigante história sobre irmãs, segredos e crime.