segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Traição de Aleatha Romig

   Opinião: Traição de Aleatha Romig é o primeiro volume da série Infidelidades, que eu espero continue a ser publicado pela Quinta Essência.
       Mais uma vez temos uma história entre um passado recente (6 semanas) e um presente que nos apresenta a personagem principal Alenxandria, ou Alex ou Charli, dependendo da situação e do momento. Alexandria foi criada por uma família abastada, da alta sociedade, bastante tradicional e tenta libertar-se das amarras que lhe querem ser impostas.
    Lennox, ou Nox, é a personagem masculina que se cruza com a jovem herdeira, mas que, ao longo do livro, se mandem rodeado de uma áurea de mistério e algum secretismo.
     O encontro entre ambos é-nos descrito com subtileza e encanto o que faz daqueles dias uma espécie de sonho, não só para as personagens, mas também para o leitor. Este é o aspeto ligado à sensualidade e ao erotismo da história, que diga-se, é de muito bom gosto. Mesmo para quem não é fã deste tipo de livros, posso afirmar que é muito mais sensual do que erótico, e muito bem escrito, sem qualquer melindre ou provocação. A relação entre os dois é intensa, mas ao mesmo tempo carinhosa.
    Ao mesmo tempo vamos sabendo a relação que a jovem Alex tem com a mãe, o padrasto, o resto da família, incluindo um antigo namorado. Nestes capítulos acabamos por entender muito do comportamento que Alex apresenta face a Nox e à própria vida. Alex tenta viver a vida segundo as regras do seu tempo, quando a querem manter ligada a padrões que já estão completamente ultrapassados. De referir, que não gostei da mãe, pois considero que a personagem se deixa manipular pelo meio onde vive e pelo marido que a sustenta, em detrimento do apoio que devia dar à filha.
     Os últimos capítulos são, de facto, os que nos fazem perceber porque razão a série se chama Infidelidades, e acaba por servir como se de um novo início se tratasse. Ou seja, este livro da série serviu apenas para apresentar as personagens, o seu passado e os acontecimentos que os levaram àquela situação. A verdadeira história será algo que estará presente nos cinco volumes que faltam publicar. 

    Sinopse: Prometeram viver uma semana de paixão. Apenas isso...

    Alexandria Collins tem uma semana para viver os seus sonhos. Nascida numa família tradicional, está habituada ao privilégio mas também às amarras que a alta-sociedade impõe aos seus. É por isso que uma semana de férias com a sua melhor amiga é a oportunidade perfeita para ignorar as convenções. Uma tarefa que não é fácil para uma pessoa tão recatada como ela. Então... por que não imaginar que é outra pessoa? 

  Durante essa semana, Alexandria decide transformar-se na aventureira e destemida Alex. Mas ao conhecer o misterioso e sedutor Lennox, acontece o impensável. Quando ele lhe pergunta o nome, ela não diz ser Alexandria ou mesmo Alex. Na presença de Lennox, ela dá por si a ser mais do que aventureira, mais do que destemida: ela é insaciável. E quando lhe diz chamar-se Charli... aquela que seria uma escapadela entre amigas passa a ser uma semana de tórridos prazeres. 

  Lennox Demetri não é homem de hesitações. Deseja Charli assim que a vê. Juntos, fazem um pacto: nada de nomes, nada de compromissos. Uma semana apenas, e nada mais. Charli vai dar-lhe a conhecer cada centímetro do seu corpo... mas o resto guardará para si. 
   Só que as decisões tomadas a coberto da noite ficam sempre expostas com o raiar do dia... e é ao regressar ao lar da família que Alexandria perceberá o verdadeiro significado da palavra traição. 


quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Pecados Santos de Nuno Nepomuceno

     Opinião: Nuno Nepomuceno é um jovem escritor português com apenas cinco livros publicados. Confesso que não li os três primeiros que compõem uma trilogia. Li no ano passado a Célula Adormecida e fiquei fã. 
     Mas vamos ao livro. A personagem principal, Afonso Catalão, professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, é também o protagonista do livro anterior, onde também já surgia sua namorada a jornalista Diana Santos Silva. Neste livro os dois têm que tentar perceber a ligação entre o assassinato de um rabino em Londres e de várias pessoas pertencentes à comunidade judaica de Lisboa. E está feita a história. Importante referir que os livros podem ser lidos independentemente um do outro. O autor acaba por remeter para a obra anterior, sem com isso se tornar maçador para quem já leu o primeiro livro.
    Neste Pecados Santos gostei basicamente de tudo. Gostei da história e das pistas que nos são aparentemente fornecidas. O autor acaba por criar um enredo entre o passado e o presente (e já sabem que gosto de livros com tempos diferentes) que nos leva a tirar conclusões lógicas, mas que acabam por não ser as verdadeiras. A narrativa está assim bastante bem concebida, o que nos leva a ler sem parar (48 horas). Muito mais gráfico que o anterior, algumas descrições e acontecimentos são de uma crueldade e violência que nos tira o folgo, sem, no entanto, esta nunca ser gratuita.
    Por outro lado, existe neste livro uma maturidade ao nível da escrita. O rigor histórico que está latente, com a brilhante investigação que o Nuno Nepomuceno efetuou, criando uma credibilidade a cima da média, e a escrita correta faz-nos perder a noção que se trata de um thriller e transporta-nos para um universo onde achamos que somos os vizinhos do lado daquelas personagens.
    Por fim de referir que o autor acaba por ironizar sobre si mesmo e sobre o seu primeiro livro, o que nos arranca um sorriso num livro denso e bastante intenso.
   De notar que com este Pecados Santos fiquei com um respeito maior em relação ao autor, devido ao autógrafo mandado através de uma encomenda da wook. O Nuno não se limitou a assinar o livro, mas fez uma dedicatória de partilha do livro com quem o adquiria. Respeito pelo leitor, que só o enaltece. Nuno Nepomuceno prova que os portugueses também conseguem escrever thrillers de qualidade, que nos prendem da primeira à última página. E é por isto tudo que já estamos com saudades do Afonso. 

     Sinopse: Nas comunidades judaicas de Londres e Lisboa, ocorre uma série de homicídios, todos eles recriando episódios bíblicos. Atos bárbaros de antissemitismo ou de pura vingança?
    Um rabino é encontrado morto numa das mais famosas sinagogas de Londres. O corpo, disposto como num quadro renascentista, representa o sacrifício do filho de Abraão, patriarca do povo judeu.

    O caso parece encerrado quando um jovem professor universitário a lecionar numa das faculdades da cidade é acusado do homicídio. Descendente de portugueses, existem provas irrefutáveis contra si e nada poderá salvá-lo da vida na prisão.

   Mas é então que ocorrem outros crimes, recriando episódios bíblicos em circunstâncias cada vez mais macabras. E as dúvidas instalam-se.
    Estarão ou não estes acontecimentos relacionados?
    Poderá o docente vir a ser injustamente condenado?
   Porque insistirá a sua família em pedir ajuda a um antigo professor, ele próprio ainda em conflito com os seus próprios pecados?
  As autoridades contratam uma jovem profiler criminal para as ajudar a descobrir a verdade. Mas conseguirá esta mente brilhante ultrapassar o facto de também ela ter sido uma vítima no passado?
 Abordando temas fraturantes da sociedade contemporânea como o antissemitismo e o conflito israelo-árabe, e inspirando-se nos Dez Mandamentos e noutros episódios marcantes do Antigo Testamento, Pecados Santos guia-nos através das ruas históricas de Londres, Lisboa e Jerusalém, numa viagem intimista e chocante sobre o que de mais negro e vil tem a condição humana.




segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

O Homem De Giz de C. J. Tudor

      Opinião: O homem de giz de C. J. Tudor foi um dos livros marcantes, a nível publicitário, deste mês de janeiro.
    Confesso que não sou muito de ler os livros quando estão com uma campanha e com uma unanimidade tão grande. A trilogia Millennium li meses depois de já toda a gente estar rendida a ela. Mas este foi-me recomendado pela Verovsky, A menina dos policiais e, como confio bastante nas suas opiniões, acabei por o começar a ler. E durou cerca de 48 horas, pois só parei quando terminou.
   Este thriller tem tempos distintos que se vão cruzando em capítulos alternados, o que eu gosto de livros assim, e onde as personagens no presente estão a ser obrigadas a regressar ao passado, sendo que o leitor vai tendo conhecimento desse passado, ao mesmo tempo sabe das consequências deste no presente.
   Sendo escrito na primeira pessoa, este narrador omnisciente, uma das personagens principais do livro, acaba por nos dar acesso e nos contar não só o que acontece, mas também ao que ele pensa e esconde.
     Trata-se de um livro muito gráfico, onde as situações, descrições ou mesmo o vocabulário utilizado são pesados, não existindo eufemismos de espécie alguma. No entanto a escrita é de tal forma correta e irrepreensível que nos transporta para aquela realidade dura, às vezes mesmo cruel, mas da qual não conseguimos, nem queremos, escapar.
   No passado o grupo de Eddie encontra um cadáver de uma jovem cuja descoberta do assassino vai ser o mote para todo o livro. No presente estão a braços com os segredos que todos têm e mantiveram escondidos ao longo dos anos, principalmente uns dos outros. Joga-se aqui com o que se sabe e com o que se desconhece, sendo que o puzzle só poderá ficar completo quando todos forem honestos e partilharem os seus segredos, mais que não seja com o leitor.       Por outro lado, a utilização de algo tão infantil como o giz e desenhos toscos de bonecos, para introduzir situações violentas, enfatiza ainda mais o acontecimento e não consegue, nem quereria, preparar o leitor para essas mesmas situações.
    Sendo o primeiro livro da autora fica-se ansiosamente à espera de mais livros desta qualidade. Apesar de ser janeiro, e portanto o ano ainda agora estar a iniciar, não tenho dúvidas que este será, é, um dos grandes livros de 2018 dentro do género. 

    Sinopse: O livro de estreia de C. J. Tudor é um thriller com uma atmosfera densa e viciante que se passa em dois registos, em 1986 e nos nossos dias.

    A história começa em 1986 e, após um hiato de trinta anos, o passado surge para transformar a vida de Eddie.
   As influências de Stephen King e o toque de Irvin Welsh, conferem ao livro não só um tipo de narrativa diferente como um suspense ao limite.
   O que contribui para que a história tenha um desfecho muito real e chocante.
   O Homem de Giz conta-nos a história de um grupo de crianças, não poupando nos pormenores sociais onde estão inseridas e em como as influências de famílias disfuncionais contribuem para exacerbar o imaginário infantil.
   A história começa quando aos doze anos Eddie e os amigos tiveram contacto com o misterioso Homem de Giz. Uma personagem central na trama e Eddie será assombrado por ela.
  As estranhas figuras de giz conduzem Eddie e os amigos a um cadáver de uma rapariga pouco mais velha que eles e esta descoberta irá marcá-los para sempre. Tudo aconteceu há trinta anos, e Eddie convenceu-se de que o passado tinha ficado para trás. Até ao dia em que recebeu uma carta que continha apenas duas coisas: um pedaço de giz e o desenho de uma figura em traços rígidos.
  À medida que a história se vai repetindo, Eddie vai percebendo que o jogo nunca terminou. 


quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

A contadora de histórias de Jodi Picoult

     Opinião: A contadora de histórias é mais uma obra que li integrada no projeto Um ano com a Jodi. E neste fui às cegas. De tal forma que quando dei por mim percebi que se tratava de um livro sobre a segunda guerra, Auschwitz e o pós-guerra. Devo aqui assumir que desde que tinha ido ao referido campo de concentração na Polónia, há dois anos, ainda não tinha conseguido pegar num livro sobre esta temática. A Jodi apanhou-me de surpresa, e foi bom, pois acho que desbloqueei.
     Mas, tenho que confessar, que a forma como lemos este tipo de livros, como vivenciamos as descrições do que aconteceu naquele espaço, são interpretadas e, fundamentalmente, sentidas de uma outra forma depois de lá ter estado e visto o espaço.
     Este é um livro surpreendente. A personagem principal, Sage, é também ela uma jovem com alguns problemas e complexos. Trata-se de alguém que não aceita o seu passado e, como tal, tem dificuldade em viver o seu presente o que faz com que se afaste das pessoas, aproveitando a sua profissão, padeira, para acentuar esse afastamento.
     Quanto à personagem masculina Josef é um homem já idoso que faz parte do seu grupo de apoio de gestão da dor e que se aproxima da jovem, de tal maneira que ela acaba por lhe fazer confidências que não tinha partilhado com ninguém. Ele, por sua vez, assume o seu passado, desconhecido para os seus patrícios. Deste encontro nasce uma aproximação que se vai desenvolvendo ao longo do livro onde vamos tendo, como habitualmente, a emergência de várias vozes.
    Não querendo contar nada que possa retirar o interesse pelo livro, posso dizer que mais uma vez, e de forma magistral, Jodi Picoult, nos dá uma lição de história, que acaba por ser uma lição de vida.
     Num local, como Auschwitz, onde “as condições (…) eram tão horrorosas que Deus optava por não entrar lá”, (ideia com a qual concordo plenamente) acabamos por encontrar a amizade, a solidariedade e o auxílio entre aqueles que sofrem sem saber porquê, sem serem culpados de nada, mas vitimas de uma conjuntura que não tinham escolhido.
    Claro de o final do livro surpreende e a autora, mais uma vez, mas nesta obra em particular, deixa-nos sem folgo, pensando que por vezes a vida tem um humor macabro, onde nem tudo o que parece é.
    Acho que é daqueles romances que toda a gente deveria ler. Recomendo sem hesitações. 

     Sinopse: Sage Singer é padeira de profissão. Trabalha de noite, a preparar o pão e os bolos para o dia seguinte, tentando fugir a uma realidade de solidão, a más memórias e à sombra da morte da mãe. Quando Josef Weber, um velhote que faz parte do grupo de apoio de Sage, começa a passar pela padaria, os dois forjam uma amizade improvável. Apesar das diferenças, veem um no outro as cicatrizes que mais ninguém consegue ver.

     Tudo muda no dia em que Josef confessa um segredo vergonhoso há muito escondido e pede a Sage um favor extraordinário. Se ela disser que sim, irá enfrentar não só as repercussões morais do seu ato, como também potenciais repercussões legais. Agora que a integridade do amigo mais chegado que alguma vez teve está envolta numa névoa, Sage começa a questionar os seus pressupostos e as expectativas em torno da sua vida e da sua família. 
     Um romance profundamente honesto, em que Jodi Picoult explora graciosamente até onde podemos ir para impedir que o passado dite o nosso futuro. 


terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Caminhos do amor de Nora Roberts

     Opinião: Confesso que me atrasei com os livros da Nora Roberts. Com tantos livros a sair, e o tempo a não esticar este Caminhos do amor acabou por ir ficando na prateleira. Mas a sua hora chegou, agora que vão editar o novo da trilogia.
     Continuo a gostar bastante de sagas familiares e de livros onde se faz a coexistência entre a vida comum e as capacidades paranormais. As bruxas de Nora são sempre umas personagens bastante interessantes, ou eu não continuasse a ser fã da Ilha das três irmãs, para mim a melhor trilogia dela que li até hoje.
     Neste livro temos a jovem Iona que abandona a sua vida para ir viver na Irlanda, terra natal dos seus antepassados. Aí tem vai-se juntar, e viver, com os seus primos Branna e Connor, descendentes dos Bruxos das Trevas de Mayo, que lutam contra uma força maléfica, que tenta destruir a família há anos.
Claro que a luta entre o bem e o mal é um principio ancestral da literatura, mas à qual, esta autora dá uma dimensão que nos leva a considerar que se trata de uma novidade, e de um magnifico enredo literário.
    Paralelamente Iona conhece Boyle, um dos donos do picadeiro local, onde arranja emprego. Boyle é a encanação de todas as qualidades que ela valoriza num homem, e ao mesmo tempo um dos melhores amigos do seu primo Connor.
     E a história está montada. Como de costume centra-se numa personagem, dando-nos indicações sobre as que serão protagonistas nos livros seguintes. Por outro lado, é-nos dada toda a virtualidade e o encanto do imaginário e da mitologia irlandesa. De facto, ficamos encantados com o que aquelas paisagens nos transmitem, e no que nos é possível antever da cultura ancestral que está subjacente aos factos descritos.
    E assim sendo, mais uma vez, Nora Roberts acaba por nos enredar num mundo sobrenatural, em que, no entanto, nada nos parece estranho ou inimaginável. A conivência entre uma realidade plausível e os fenómenos de magia, desenvolvidos pelas personagens principais está de tal forma bem construído, e justificado, desde o início do livro, que nada acaba por ser inverosímil e tudo se adequa para que os finais das diferentes histórias se desenvolvam.
    Assim resta-nos aguardar pelo desenrolar da narrativa de Connor no segundo volume cuja publicação já está disponível nas livrarias.

     Sinopse: Iona Sheehan sempre ansiou por devoção e aceitação dos pais, mas foi só na terra da avó que recebeu os dois: Irlanda, país de florestas exuberantes, lagos deslumbrantes e lendas centenárias, onde o sangue e a magia dos antepassados fluem há gerações.
     Iona chega à Irlanda apenas com as indicações da avó, uma atitude otimista perante a vida e um talento inato com cavalos. Perto do castelo luxuoso onde está hospedada, encontra os seus primos, Branna e Connor O’Dwyer. E como família é família, eles convidam-na para a sua casa e para as suas vidas.
    Quando Iona arranja emprego nos estábulos locais e conhece o dono, Boyle McGrath, todas as suas fantasias se reúnem num só homem. Será que com ele vai conseguir viver a vida com que sempre sonhou? Infelizmente nada é o que parece. Um mal antigo espalhou-se na sua família e tem de ser combatido. E quando família e amigos lutam entre si, será possível encontrar os caminhos do amor?



domingo, 14 de janeiro de 2018

Mais Negro de E.L. James

     Opinião: Começo por afirmar que li todos os livros da E.L. James. Começo também por confessar que achei as Cinquenta Sombras de Grey e os volumes seguintes pobre e com deficiências de escrita. Depois li Grey e achei o livro mais bem escrito e muito mais interessante.
    Assim como este. Mais negro é mais atraente do que o livro escrito tendo Anastasia como narradora. Nada na história é surpresa para quem leu o outro livro, mas acaba por ser uma outra obra e uma outra história. Os mesmos acontecimentos, mas vistos pelo homem, por Grey.
  Na verdade, torna-se muito aliciante verificar a mudança de Christian acompanhando a sua evolução, e eu tentar-me-ia a dizer a sua humanização, pelos seus próprios olhos e pensamentos. O que se torna surpreendente nestas versões é verificar que a jovem Miss Steele consegue mudar, com a sua genuinidade, a maneira de estar e de ser do seu jovem amante.
   Mas o livro mostra-nos também a redenção do amor. Por ela, Grey tenta conter as suas tendências e, no final, acabam por encontrar um meio termo que seja satisfatório para os dois.
    Para além das cenas de sexo, o livro prova que este homem foi condicionado por uma vida difícil, achando que não tinha direito a mais do que aquilo que ele conhecia. O facto de se surpreender porque é amado, não só por Ana, mas por toda a sua família, o facto de descobrir que pode ter amigos, acaba por o tornar num ser mais compassivo e mais condescendente consigo mesmo e com os outros. E até o leitor é capaz de o olhar de outra forma.
   Este Mais Negro leva Christian para a luz. Trá-lo para a vida e isso torna o livro mais do que um livro erótico. Claro que as cenas de sensualidade estão presentes, mas considero que a evolução da personagem enquanto homem é muito mais interessante do que qualquer outro aspeto.
  Por outro lado, também Anastasia deixa de ser aquela jovem demasiado ingénua para a sua idade e transforma-se numa mulher que se assume com opinião, vontade e saber. Ela acaba por levá-lo para a luz, torná-lo mais sensível, sem abdicar da sua vida e das suas escolhas. 
  Quanto aos mails, diálogos existe um respeito pleno em relação ao livro correspondente o que também mostra um rigor que é de elogiar.
   Assim sendo, quero, sem dúvida, ler o próximo e último volume em que Grey seja o narrador. A quem leu a primeira trilogia acho esta melhor. A quem não leu, leia Grey e Mais Negro. Vale muito mais a pena. 

   Sinopse: Volte a viver a paixão de As Cinquenta Sombras Mais Negras pelos olhos e Christian Grey, contada pelas suas próprias palavras e através dos seus atormentados pensamentos, reflexões e sonhos.E L James revisita o universo de As Cinquenta Sombras, regressando à história de amor que apaixonou milhões de leitores em todo o mundo, numa perspetiva ainda mais negra e mais profunda.Apesar de a sua relação escaldante e sensual ter terminado em desgosto e recriminações, Christian Grey não consegue libertar-se de Anastasia Steele, ainda a sente na pele e em cada pensamento. Determinado a reconquistá-la, tenta reprimir os seus desejos mais negros e a sua necessidade de controlo absoluto, para finalmente poder amar Ana nos termos que ela própria ditar.Porém os horrores da sua infância ainda o perseguem, e Jack Hyde, o maquiavélico chefe de Ana, também a quer conquistar. Será que Dr. Flynn, o terapeuta e confidente de Christian, vai conseguir ajudá-lo a enfrentar os seus demónios? Ou será que a sempre possessiva Elena, a mulher que pela primeira vez o seduziu, ou a desvairada devoção de Leila, a sua antiga submissa, vão arrastar Christian de novo para o seu passado?E se Christian realmente conseguir reconquistar Ana, até que ponto um homem tão sombrio e atormentado pode ter esperanças em mantê-la ao seu lado?




quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Christmas in the Books





     Acabou a Maratona Christmas in the Books 2017. E definitivamente eu gosto muito de acompanhar este tipo de iniciativa. Gosto de ver o que outros estão a ler e, ao mesmo tempo que partilho a minha opinião, vou lendo o que outros escrevem e assim descubro novos livros. Muito obrigada às organizadoras. Obrigada Isa, Tita e Sara.

    O objetivo era completar o máximo de categorias da Cidade Natal. No final apresentava três níveis, para as catorze categorias:

                   A Rena Trapalhona – ler 1 a 4 livros
                   O Urso Polar – ler 5 a 9 livros
                   O Duende Trabalhador – ler 10 a 14 livros

    Acabei sendo um Urso Polar pois li 9 livros. Comecei o decimo, mas não consegui concluir dentro do prazo. Não importa. O importante é que me diverti muito.

    Vamos ver o que li. As críticas estão todas aqui no blog.

Wrap-up:

1| Árvore de Natal - A árvore de Natal é dos maiores símbolos natalícios presente na casa de pessoas de todo o mundo. Lê um livro sobre famílias. Os anos da Inocência – Elizabeth Jane Howard (critica publicada dia 4 de janeiro).




3 | Posto dos Correios - É neste local a que chegam milhões de cartas de crianças a pedir os seus presentes de natal. Lê um livro epistolar (um livro em forma de carta). Cartas ao pai Natal de J. R.R. Tolkien (crítica publicada dia 14 de dezembro de 2017).



4 | Estação Meteorológica - O inverno é uma estação do ano tempestuosa. Lê um livro que sai da tua zona de conforto. Gostas de mim, porquê? – Sónia Maria Correia (crítica publicada a 18 de dezembro de 2017).


5 | Casa do Pai Natal - A nossa casa é a nossa zona de conforto, o nosso espaço. Lê um livro perfeito para um dia frio e chuvoso. Chá e corações partidos de Trisha Asley (critica publicada a 4 de dezembro de 2017)



7 | Fábrica dos Brinquedos - É neste local que são feitos os brinquedos para as crianças. Lê um livro em que as crianças sejam o ponto principal da história. Dezanove minutos  - Jodi Picoult (critica publicada a 22 de dezembro de 2017)


8 | Casa dos Duendes - Os duendes são figuras mitológicas que ajudam o Pai Natal. Lê um livro que contenham algum elemento de fantasia. Rutura Mortal de J.D. Robb (critica publicada a 16 de novembro de 2017)


10 | Cozinha de Natal - É aqui se preparam as melhores iguarias e doces do Natal. Lê um livro que seja “doce” para ti.  Duas mulheres, dois destinos de Lesley Pearse (critica publicada a 30 de dezembro de 2017)

11 | Armazém dos Presentes - Aqui estão guardados os presentes para serem oferecidos às crianças na noite de Natal. Lê um livro que te foi oferecido. Lei e corrupção – Mike Papantonio (critica publicada a 28 de dezembro de 2017)



12 | Loja de Natal - No Natal gostamos de oferecer presentes aos nossos amigos. Lê um dos últimos livros que compraste. Limões na Madrugada de Carla M. Soares (critica publicada a 27 de novembro de 2017)



segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

O Velho e o Mar de Ernest Hemingway

     OpiniãoLi o Velho e o Mar de Hemingway quando era jovem e fiquei maravilhada. Depois reli-o por motivos profissionais e a leitura decorreu com uma outra maturidade, mas com o mesmo encanto.
     Foi, pois, com emoção que o reli. Começo por confessar que não sou muito dada a reler livros, mas este não resisti. Comecei e a verdade é que só parei na última página.
     Este é já um clássico. Foi com esta obra que o autor ganhou o prémio Pulitzer e foi uma obra igualmente decisiva para a atribuição do Nobel da Literatura em 1954, dois anos após a publicação do romance.
     A história de Santiago acaba por ser uma história de luta pela sobrevivência, não só física, mas também psicológica. Num tempo como o nosso o tema da solidão acaba por ser de uma atualidade bastante assustadora. E se pensarmos que o livro foi escrito na segunda década do seculo XX, compreendemos que, também aí, o tema era pertinente. Para além disso Hemingway mostra-nos como é fácil acabar sozinho, sendo abandonado por quem supostamente deveria estar do nosso lado.
     No entanto este acaba por ser também um livro de aventuras. Uma aventura entre o Velho Santiago e o enorme peixe que acaba por apanhar. Obviamente esta é uma metáfora referente aos homens e ao poder, a caça e o caçador, ou o peixe e o pescador. Uma metáfora que continua atual e uma luta que ainda hoje perdura.
     O livro tem uma linguagem simples e despretensiosa, mas não deixa de nos cativar e encantar. Ao longo da obra vamos sabendo quais os pensamentos do pescador e aquilo que ele vai sentindo e refletindo. Eu particularmente gosto muito de obras onde o leitor conhece e tem acesso ao amago da personagem, como se fossemos parte integrante delas.
  Assim sendo foi uma delicia reler esta obra que recomendo entusiasticamente. Não havia melhor forma de festejar os seis meses do blog. 

     SinopseBeste-seller em todo o mundo e também no Brasil, "O Velho e o mar" conta a história de um pescador que, depois de 84 dias sem apanhar um só peixe, acaba fisgando um de tamanho descomunal, que lhe oferece inusitada resistência e contra cuja força tem de opor a de seus braços, a de seu corpo, e, mais do que tudo, a de seu espírito. 
     Um homem só, no mar alto, com seus sonhos e pensamentos, suas fundas tristezas e ingênuas alegrias, amando com certa ternura o peixe com que trava ingente luta até levá-lo a uma derrota leal e honesta.
Uma obra-prima da literatura contemporânea, dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete.



quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Os anos da Inocência de Elizabeth Jane Howard

     Opinião: Os anos da inocência são o primeiro volume da saga da família Cazalet. Mais uma vez reitero o quanto adoro sagas e ainda mais familiares. E esta não é exceção. Escrita por uma autora inglesa do século XX, trata-se de uma obra que foi publicada entre 1995 e 2013, o que nos leva a perceber que foram cinco volumes pensados e com uma sequência precisa. Mais, a autora era uma atriz, sendo que a sua escrita reflete a oralidade frequentemente patente numa peça de teatro.
     Trata-se da história de três irmãos, Hugh, Edward e Rupert que vão com as respetivas famílias, passar o verão à casa de família, com os pais e Raquel, a irmã solteira. E a partir daqui temos a narrativa deste clã e dos seus dias de felicidade e lazer.
     No entanto, nem tudo o que parece é. Cada filho tem as suas fragilidades e as suas angústias. Cada casal tem o seu passado, os seus segredos e faz as suas reflexões. De repente o temor e as inseguranças que os tornam mais indefesos e solitários, levam-nos a tomar atitudes que nem sempre são as maias dignas. Incluindo o casal mais velho, ou Raquel que sendo a filha ideal, se esconde da família, no que respeita à sua vida amorosa.
   Depois o grupo vai-se alargando com as respetivas mulheres, os filhos e mesmos os criados e outros serventes que participam da vida desta família. E as histórias acabam por se multiplicar, entrelaçadas umas nas outras, criando uma visão mais ampliada.
     A juntar a isto, paira o fantasma da guerra e a ocupação da Checoslováquia pela Alemanha de Hitler. Nem mesmo assim os Cazalet sentem que o seu mundo poderá estar em perigo e que o mundo em geral está em transformação. Custa a acreditar que uma nova guerra se aproxima, admitindo-se que se deve ter esperança no bom senso dos políticos e nos acordos de paz.
    Na verdade, trata-se de um romance onde se descreve um tempo incerto e as relações pessoais e profissionais de uma família que, funcionando como um microcosmo, poderá representar uma forma de ver aqueles tempos pela burguesia endinheirada e de bem com o seu tempo.
   Assim sendo, e a pesar de serem uma família de negociantes, podemos entender a ingenuidade face às alterações que se aproximam. Mas a história irá continuar. O original, como já foi afirmado, é constituído por cinco volumes, pelo que se espera que a Asa continue a publicá-los.  


     Sinopse:Elizabeth Jane Howard, CBE, was an English novelist. She was an actress and a model before becoming a novelist. In 1951, she won the John Llewellyn Rhys Prize for her first novel, The Beautiful Visit. Six further novels followed, before she embarked on her best known work, a four novel family saga (i.e., The Cazalet Chronicles) set in wartime Britain. The Light Years, Marking Time, Confusion, and Casting Off were serialised by Cinema Verity for BBC television as The Cazalets (The Light Years, Marking Time, Confusion and Casting Off). She has also written a book of short stories, Mr Wrong, and edited two anthologies. 

Her last novel in The Cazalet Chronicles series, "ALL CHANGE", was published in November 2013. 


segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Desafio: Livros? Gosto todo o ano!


Gostando eu de desafios resolvi criar o meu. O primeiro desafio anual do Blog. No dia 1 de cada mês publico a crítica sobre o desafio do mês anterior. Para participar basta pôr o nome por baixo desta publicação e, a cada dia 1 publicar a vossa crítica aqui no blog ou na página do Facebook. Boas leituras e até fevereiro.