Opinião: O assassino do crucifixo é o primeiro livro que leio de Chris
Carter. Confesso que andei a adiar a leitura deste autor, mas a verdade, é que
não sei bem porquê. De qualquer forma foi agora.
O
livro começa com uma cena muito gráfica, uma descrição muito realista e muito
pormenorizada. De facto, o início do
livro acaba por ser bastante forte e agressivo. Tanto mais que se trata de algo
que percebemos, logo no capítulo seguinte, se passou num tempo futuro.
Se neste momento tive de respirar fundo e tentar absorver todas as informações, de
seguida o livro desenvolve de forma cronológica e os acontecimentos surgem de
forma gradual e sem grandes sobressaltos para o leitor. Não deixando de ter uma
escrita cinematográfica Chris Carter acaba por conseguir criar um crescente e
uma dinâmica que nos leva a ter a sensação de que estamos a ler um texto que
facilmente poderia tornar-se num filme de ação.
As
personagens principais, que penso se mantêm ao longo da série, são bastante bem
construídas e acabam por serem os fiéis representantes da humanidade, no
sentido lato, da história. Não são perfeitos, não são isentos de erros, são
pessoas com bons e maus pensamentos e atitudes, sejam elas físicas ou morais. São
aqueles que mantêm a normalidade e a dimensão humana dentro da história.
Obviamente
que vou continuar a ler este autor brasileiro, que vive na América e escreve em
inglês. Este aspeto é importante porque em todo o livro está patente uma
critica à sociedade americana e à sua posição face a elementos diferentes,
nomeadamente as minorias étnicas. Nota-se que o autor não quer apenas fazer um
thriller, quer também ter uma função crítica e mesmo moralizante, sem ser
moralista.
Para
quem quiser ler um livro de ação, às vezes intenso, mas que não conseguimos
largar sem sabermos todos os pormenores, este Assassino do Crucifixo é uma muito boa opção. Quanto a mim vou ler
ainda este ano, sem margem para dúvidas, O
carrasco do medo.
Sinopse: O corpo de uma jovem é encontrado numa cabana abandonada, no meio de uma floresta. Quando é chamado ao local do crime, o detetive Robert Hunter vê-se no meio de um cenário que parece saído de um filme de terror.
Nua e presa pelos braços a dois postes, a vítima foi torturada até à morte e no seu corpo foi entalhada uma cruz que o detetive reconhece de imediato: é a assinatura de um psicopata conhecido como Assassino do Crucifixo. Mas como é possível, se o Assassino do Crucifixo foi condenado e executado há dois anos?
Poderá este criminoso ser um imitador? Ou será que o impensável aconteceu e ele está, afinal, vivo e à solta? O detetive Robert Hunter e o seu parceiro embarcam numa investigação perigosa para descobrir a verdade e capturar de uma vez por todas este violento assassino.