quinta-feira, 27 de setembro de 2018

O assssino do crucifixo de Chris Carter

        Opinião: O assassino do crucifixo é o primeiro livro que leio de Chris Carter. Confesso que andei a adiar a leitura deste autor, mas a verdade, é que não sei bem porquê. De qualquer forma foi agora.
       O livro começa com uma cena muito gráfica, uma descrição muito realista e muito pormenorizada.  De facto, o início do livro acaba por ser bastante forte e agressivo. Tanto mais que se trata de algo que percebemos, logo no capítulo seguinte, se passou num tempo futuro.
    Se neste momento tive de respirar fundo e tentar absorver todas as informações, de seguida o livro desenvolve de forma cronológica e os acontecimentos surgem de forma gradual e sem grandes sobressaltos para o leitor. Não deixando de ter uma escrita cinematográfica Chris Carter acaba por conseguir criar um crescente e uma dinâmica que nos leva a ter a sensação de que estamos a ler um texto que facilmente poderia tornar-se num filme de ação.
      As personagens principais, que penso se mantêm ao longo da série, são bastante bem construídas e acabam por serem os fiéis representantes da humanidade, no sentido lato, da história. Não são perfeitos, não são isentos de erros, são pessoas com bons e maus pensamentos e atitudes, sejam elas físicas ou morais. São aqueles que mantêm a normalidade e a dimensão humana dentro da história.
    Obviamente que vou continuar a ler este autor brasileiro, que vive na América e escreve em inglês. Este aspeto é importante porque em todo o livro está patente uma critica à sociedade americana e à sua posição face a elementos diferentes, nomeadamente as minorias étnicas. Nota-se que o autor não quer apenas fazer um thriller, quer também ter uma função crítica e mesmo moralizante, sem ser moralista.
    Para quem quiser ler um livro de ação, às vezes intenso, mas que não conseguimos largar sem sabermos todos os pormenores, este Assassino do Crucifixo é uma muito boa opção. Quanto a mim vou ler ainda este ano, sem margem para dúvidas, O carrasco do medo.  

     SinopseO corpo de uma jovem é encontrado numa cabana abandonada, no meio de uma floresta. Quando é chamado ao local do crime, o detetive Robert Hunter vê-se no meio de um cenário que parece saído de um filme de terror.

       Nua e presa pelos braços a dois postes, a vítima foi torturada até à morte e no seu corpo foi entalhada uma cruz que o detetive reconhece de imediato: é a assinatura de um psicopata conhecido como Assassino do Crucifixo. Mas como é possível, se o Assassino do Crucifixo foi condenado e executado há dois anos?
Poderá este criminoso ser um imitador? Ou será que o impensável aconteceu e ele está, afinal, vivo e à solta? O detetive Robert Hunter e o seu parceiro embarcam numa investigação perigosa para descobrir a verdade e capturar de uma vez por todas este violento assassino.
      Mal sabem eles que estão, na verdade, prestes a entrar no mais terrível dos pesadelos.



segunda-feira, 24 de setembro de 2018

As raparigas esquecidas de Sara Blaedel

Opinião: Sara Blaedel foi uma escritora que conheci na Feira do Livro de Lisboa e que, pelo seu discurso e simpatia, me cativou. Na verdade, fui com grandes espectativas para esta leitura, que fiz com a Maria João Diogo, A Biblioteca da João, e a Patrícia Rodrigues, do canal O prazer das coisas.
Este livro tinha, pois, todos os ingredientes para ser uma boa leitura. Um thriller, uma sinopse que chamava a atenção, uma autora dinamarquesa (os autores do norte da Europa estão, definitivamente, a dar cartas neste género) e boa companhia.
Mas o livro acabou por não funcionar. Lamento, mas não funcionou mesmo. Passo a explicar. O livro tinha subjacente uma história interessante, partindo do caso de umas raparigas que tinham sido “esquecidas”, raparigas essas que estavam internadas numa instituição de doentes mentais. Mas a história acaba por ser confusa, sem uma continuidade e às vezes tive dificuldade em seguir os acontecimentos pois achei as sequências narrativas mal elaboradas e pensadas.
As personagens não são muito coesas, acaba por se tornar confusa a ligação que ela faz da vida pessoal da polícia Louise Rick e o desenvolvimento do caso. A construção da personalidade de cada um dos intervenientes acaba por ser bastante fraca, sem consistência.
A tudo isto junta-se uma escrita que não me agradou.  Por vezes a falta de coesão e sequência lógica do texto parece ser provocada por problemas de escrita. De notar que não me pareceu tratar-se de um problema de tradução (feita diretamente do dinamarquês) mas de estilo da própria autora, pois as estruturas são as mesmas e recorrentes.
Foi, pois, com uma enorme pena que acabei este livro sem o poder considerar uma boa leitura. Era daqueles livros que eu queria mesmo gostar. Para além disso tenho, na minha prateleira, mais livros da autora que, e apesar de tudo, quero dar uma oportunidade. Sendo um primeiro livro, pode ter sido lapsos de principiante. Mas essa oportunidade não será num futuro próximo. A ver vamos.

Sinopse: Numa floresta da Dinamarca, um guarda-florestal encontra o corpo de uma mulher. Marcada por uma cicatriz no rosto, a sua identificação deveria ser fácil, mas ninguém comunicou o seu desaparecimento e não existem registos acerca desta mulher.Passam-se quatro dias e a agente da polícia Louise Rick, chefe do Departamento de Pessoas Desaparecidas, continua sem qualquer pista. É então que decide publicar uma fotografia da misteriosa mulher. Os resultados não tardam. Agnete Eskildsen telefona para Louise afirmando reconhecer a mulher da fotografia, identificando-a como sendo Lisemette, uma das «raparigas esquecidas» de Eliselund, antiga instituição estatal para doentes mentais onde trabalhara anos antes.Mas, quando Louise consulta os arquivos de Eliselund, descobre segredos terríveis, e a investigação ganha contornos perturbadores à medida que novos crimes são cometidos na mesma floresta. Através de uma narrativa envolvente, vertiginosa e de forte impacto emocional, Sara Blædel não deixa o leitor descansar enquanto não chegar ao fim do livro.  


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

A Namorada de Michelle Frances

     Opinião: A namorada é o livro de estreia de Michelle Frances em Portugal. Resolvi ler este livro no âmbito do setember thriller promovido pela Dora e pela Cristina (passem pelos canais delas no youtube o Books and Movies e o Books & Beers, que vale bem a pena).
     E a leitura foi ambivalente. Passo a explicar. No início do livro e nas primeiras 140 pouco acontece, levando-nos a questionar a categoria em que o livro está referenciado. No entanto, a leitura faz-se de forma agradável, sem grandes problemas e a narrativa está construída de uma forma interessante. Mas, parece mais um romance do que um thriller. Eis senão quando, tudo muda.
    A obra centra-se na relação Laura tem com Cherry a namorada do seu filho Daniel. Laura é uma mulher profissionalmente bem-sucedida, mas o seu casamento, embora estável, sofre e acusa a passagem do tempo e o afastamento de Howard, o seu marido. A vida pessoal desta mulher está centrada no seu filho, um bom rapaz, estudante de medicina e com quem consegue manter uma relação bastante próxima.
    Mas Daniel apaixona-se por Cherry, uma jovem que trabalha numa empresa imobiliária, que vem de um meio mais modesto e que o atraiu de uma forma avassaladora. Laura começa por querer integrar a jovem namorada do filho na família, transformando-a numa filha adotiva, mas a verdade é que a sequência de acontecimentos vividos por estas mulheres não vão permitir tal aproximação. Pelo contrário. A partir de determinada altura, mãe e namorada tentam levar Daniel a ficar só consigo, manipulando-o para que tal aconteça.
    E desta história simples, nasce um livro que quando arranca acaba por ser um bom thriller e consegue prender a atenção do leitor. Contado cronologicamente, não levanta problemas nem questões no que respeita ao acompanhamento da história. As descrições são feitas de uma forma enquadrada e o narrador acompanha a narrativa conforme esta vai sendo vivida pelas personagens, sem nunca se sobrepor aos acontecimentos, nem deixando antever algum aspeto que retire o suspense da obra.
    Embora não sendo um livro que ‘corte a respiração’ como é anunciado na contracapa, A namorada acaba por ter uma história bem contada, coerente e correta e com um final que não sendo surpreendente não deixa de nos fazer respirar fundo. É pois um bom livro para quem gosta do género.


    Sinopse: Laura é uma mulher realizada. Tem uma carreira bem-sucedida, um casamento estável com um homem rico e um filho, Daniel, que ela adora. Quando Daniel, estudante de medicina de 23 anos, conhece Cherry, uma belíssima e inteligente rapariga oriunda de um meio mais modesto, Laura acolhe-a de braços abertos.
   Mas Laura começa a desconfiar que a sua futura nora não é bem o que aparenta ser... Laura tentará a todo o custo afastá-la da vida de Daniel. Mas Cherry não é fácil de afastar… 
     Um thriller psicológico de cortar a respiração. 





segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Águas Profundas de Robert Bryndza


      Opinião: Mais um livro de Robert Bryndza. E mais um bom thriller. No entanto gostei mais do segundo do que deste terceiro. Atenção, a culpa pode ter sido minha, porque ler três livros do mesmo autor de seguida, não é algo que se deva fazer, pelo menos para mim. A escrita acaba por ser muito igual e a história anterior ainda está muito viva nas nossas cabeças.
     Este Águas Profundas remete para um corpo que depois de ter estado muitos anos submerso em águas de uma pedreira acaba por ser resgatado durante a investigação de um outro caso. Sendo a inspetora-chefe Erika Foster responsável por esse caso é ela quem se vai responsabilizar pela identificação e resolução do caso respeitante ao cadáver descoberto.
      Mas, o caso acaba por se mostrar difícil pois trata-se de uma menina que tendo desaparecido há vinte e sete anos, como provinha de uma família socialmente importante, não deixou de ser um caso mediático, que ainda hoje é falado.
       Para além do desenvolvimento do caso tomamos conhecimento de algumas decisões que Erika tomou no que respeita à sua carreira o que provocou alterações no que à mesma diz respeito. Neste livro continuamos, pois, a acompanhar a evolução da personagem principal como pessoa o que dá ao livro um carácter humanista e aproxima o leitor da protagonista. Essa para mim é a imensa, e preciosa, inovação desta série. Enquanto que noutras o detetive, inspetor, polícia, a personagem principal estagna, neste conjunto de livros Robert Bryndza vai-nos apresentando uma mulher que para além da sua competência profissional é uma mulher com qualidades e defeitos, e que luta para lidar e afastar os seus fantasmas e simultaneamente continuar a viver.
      Assim sendo, esta continua a ser uma boa aposta para quem gosta de ler este tipo de livros. E claro que continuarei a acompanhar as histórias de Erika.


    Sinopse: Debaixo de água, o corpo afundou-se rapidamente. Ali permaneceu, imóvel e imperturbável durante muitos anos, mas, lá em cima, fora de água, o pesadelo estava apenas a começar.
         Quando a detetive Erika Foster recebe uma denúncia anónima informando que uma prova fundamental relacionada com um caso de narcóticos estava escondida numa pedreira abandonada nos arredores de Londres, ela manda investigar a pista. No espesso lodo das águas encontram as drogas que procuravam, mas também os restos mortais de uma criança pequena. O esqueleto é rapidamente identificado como Jessica Collins, a menina de sete anos que fizera as manchetes das notícias vinte e seis anos antes.
      Ao mesmo tempo que tenta juntar provas novas à investigação, Erika depara-se com uma família que guarda muitos segredos, uma detetive atormentada pelo fracasso e a morte misteriosa de um homem que vivia junto à pedreira. 
       Será o assassino alguém dos elementos mais próximos da menina? Há quem não deseje ver o caso resolvido. E tudo fará para impedir Erika de descobrir a verdade.





quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Malícia de Aleatha Romig


    Opinião: Odeio quando um livro acaba dando-me vontade de ler o seguinte e este ainda não está publicado. Odeio mesmo. E isso foi o que me aconteceu com Malícia.
   Mas vamos ao livro. Este continua a contar a história de Alex e Nox, história essa que foi iniciada em Traição. Depois de uma vivência idílica na ilha, e depois de terem acreditado que nunca mais se veriam apesar da forte atração sentida pelos dois, Infidelidades, a empresa de acompanhantes, acaba por os unir.
    O livro trata desta nova aproximação, com novas regras e essas são impostas por Nox. Mas a história fulcral deste volume passa pelo passado de Adelaide, a mãe de Alex e pelos negócios, institucionais e pessoais, da família da jovem heroína.
   De facto, temos, para além do presente, uma sucessão de acontecimentos que tiveram lugar num passado longínquo e num passado próximo. Ou seja, temos a história da família contada na primeira pessoa (Adelaide) que acaba por justificar muitas das atitudes que a família tomou no final do primeiro volume e que parecia, ao leitor, muito pouco assertivas, bem como as atitudes de Alex. 
    Quanto a Nox também neste volume ficamos a saber mais um pouco sobre a sua história familiar e pessoal, embora eu ache que estas só serão esclarecidas nos volumes que se seguem.
  Esta obra está indicada como sendo uma obra erótica, mas neste livro, confesso que o achei muito mais um livro de suspense, quase um thriller do que uma obra erótica. Na verdade, os factos que me entusiasmaram foram os que estavam ligados às histórias pessoais das três personagens (Alex, Nox e Adelaide) do que nas descrições (poucas) eróticas. Muito interessante perceber o que aconteceu e o que leva ao comportamento das personagens no presente. De facto, o nosso presente é muito condicionado pelas atitudes e acontecimentos do passado.
   Quanto ao final foi surpreendente e deu uma volta de 360 graus no último capítulo. E foi mesmo essa volta, brilhantemente pensada a nível de construção narrativa, que me fez ficar enraivecida, pois queria o volume três já na minha mão. Assim sendo, só me resta engolir a ansiedade e esperar que a Quinta Essência traduza, rapidamente, a continuação desta brilhante série de Aleatha Romig.



    Sinopse: As regras mudaram. Há novas regras... as minhas regras.
   Alex "Charli" Collins está disposta a tudo para se libertar das amarras que a sua família impõe. Mas recusar o estatuto privilegiado e opressivo tem um preço. Sem acesso à herança, Alex está prestes a iniciar a faculdade em Nova Iorque e precisa desesperadamente de dinheiro. E encontra uma maneira de o conseguir. 
   Não podia imaginar, porém, que os momentos de prazer que viveu com Nox voltassem para a atormentar. Pois tudo o que sentiu por ele foi devastado pelo seu apelido. Agora, com a Infidelity, as regras mudaram. O que irá acontecer quando a realidade e a fantasia se cruzarem? 
   Após o sucesso de Traição, Aleatha Romig traz-nos Malícia, a tão aguardada sequela do romance entre Alex e Nox. 


segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Ensina-me a voar sobre os telhados de João Tordo

     Opinião: Depois de ter lido o primeiro livro de João Tordo eis que passo diretamente para a sua última obra Ensina-me a voar sobre os telhados.
     O livro, olhando para o título, parece logo de entrada que se trata dum título pouco comercial, muito longo. No entanto, depois de ler a obra compreendemos a escolha do autor e a pertinência do mesmo.
    Este é o tipo de leitura que primeiro se estranha e depois se entranha. Na verdade, quando começamos a leitura dos capítulos, que se alternam, estes surgem-nos como se estivéssemos a ler dois livros, com duas histórias independentes. Eis senão quando, e não vos consigo precisar quando, pois, trata-se de uma conjugação brilhante de construção narrativa, as histórias se interlaçam e tudo faz, naturalmente, sentido.
     As personagens principais são dois homens angustiados pelo seu presente e assombrados pelo seu passado, o que os aproxima e ao mesmo tempo os afasta como forma de sobrevivência. Na verdade, são a demostração de como a tradição, por um lado, e a sociedade e os seus preconceitos, por outro podem condicionar a vida dos seres humanos.
    À volta destas personagens temos toda uma comunidade que se junta no liceu mais antigo de Lisboa, o Liceu Camões, e que partilha, em reuniões mias ou menos espontâneas, as suas angústias, as suas ansiedades e os seus sonhos.
Por outro lado, João Tordo leva-nos a um Japão ancestral que nos surge como uma comunidade estranha, mesmo cruel, onde a tradição e a hereditariedade são bastante importantes na construção das personalidades. Aparece-nos um mundo que esteja a ser vivido e construído no Oriente, ou em Lisboa, torna-se parte integrante das vidas das personagens, condicionando-as e influenciando-as, embora em todo o livro esteja subjacente a ideia de que a vida e a realidade são construídas por cada um e pela sua visão dessa mesma realidade. 
    A tudo isto junta-se uma escrita fabulosa, onde a criatividade e a construão literária se unem com a utilização do vocabulário e das frases de uma forma encantatória, onde o leitor se deixa embalar e levar como se de uma ladainha maravilhosa se tratasse.
    Eis pois um livro, que não sendo uma obra típica de verão, é, sem dúvidas, um dos melhores livros que já li este ano.


   Sinopse: Japão, 1917. Por desonrar o nome da família, o jovem Katsuro é exilado pelo seu próprio pai, um poderoso governador, num ilhéu inóspito. Abandonado, o rapaz irá deparar-se, pela primeira vez, com o terrível segredo da família Tsukuda, enquanto luta para sobreviver à fome, à sede e à culpa.

   Lisboa, cem anos depois. No Liceu Camões, um dos mais antigos da cidade, um professor de Geografia suicida-se numa sala de aula. O nosso narrador, funcionário do liceu e alcoólico em recuperação, decide inaugurar uma reunião semanal para ajudar os colegas a superar o choque.
   Numa noite de Inverno, um misterioso desconhecido aparece no encontro. É japonês e chama-se Tsukuda. O seu estranho comportamento desperta no narrador um fascínio doentio. Ambos são perseguidos pelo passado, ambos desejam o impossível.
   Algures entre o sonho e a mais pura realidade, "Ensina-me a Voar Sobre os Telhados" é um lugar onde um pai e um filho aprendem a amar-se, é um espaço onde se procura aceitar dores antigas e abraçar a fragilidade humana. Um romance que é uma elegia à beleza imperfeita da vida.


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A sombra da noite de Robert Bryndza

      Opinião:  A sombra da noite é o segundo livro de Robert Bryndza que foi publicado em Portugal. E mais uma vez o autor não deixou por mãos alheias os seus créditos. Pelo contrário. Achei este livro melhor do que o primeiro.
Nesta obra Erika Foster, a inspetora-chefe nossa conhecida do primeiro volume, vai tentar descobrir quem anda a assassinar pessoas utilizando sacos de plástico. Um médico é a primeira vítima, embora rapidamente apareça uma segunda com o mesmo modus operandos.
   Falar sobre thrillers, sem contar a história ou deixar cair alguma pista essencial e que poderá tirar o prazer a quem vai ler é difícil. Por isso da história nada mais contarei. No entanto, posso afirmar sem margem para dúvidas que esta obra de Byndza está mais bem escrita do que o seu livro de estreia. A trama narrativa está mais bem engendrada e o ritmo diegético é muito mais contínuo e célere o que faz com que tenhamos vontade de o ler, parando apenas no final.
    Quanto à nossa inspetora-chefe esta mostra-se muito mais, o que permite que o leitor crie uma maior empatia com a sua personalidade. Não esteve nunca em dúvida a sua competência enquanto polícia, mas, eu pelo menos, tinha duvidado da sua humanidade e da importância que ela dava a quem a rodeava, nomeadamente à sua equipa. Aqui temos uma Erika que, para além de querer fazer justiça às vítimas, toma conta dos seus colegas.
    Outro aspeto que achei importante neste livro é a discussão que o autor faz sobre os assassinos. Nascemos assim ou as circunstâncias e as situações com que nos deparamos ao longo do nosso crescimento transformam-nos? Esta é uma discussão importante porque na realidade toda a gente é filha de alguém e, às vezes, basta nascer na cama ao lado para que a vida já tenha uma linha diferente. Destino?
    A escrita de Robert Byndza continua a ser bastante clara e objetiva. O facto de neste livro, mais ou menos a meio, nos ser dada a identidade do assassino faz com que a atenção do leitor se centre na forma como a investigação é feita e como as pontas soltas são presas. Esta construção literária faz com que a escrita seja mais difícil, pois qualquer descuido pode pôr em causa o final. Achei que aqui houve apenas um aspeto que torna previsível o desfecho, sem, contudo, ter tirado o valor ao livro ou à sua construção.
    Assim sendo, a saga da inspetora-chefe Erika Foster será uma das que irei continuar a seguir. Águas Profundas é o senhor que se segue.


   Sinopse: Numa noite quente de verão, a inspetora-chefe Erika Foster é chamada à cena de um crime. A vítima, um médico, é encontrada asfixiada na cama. Tem os pulsos amarrados e os olhos parecem querer saltar-lhe das órbitas através do saco de plástico transparente que lhe cobre a cabeça e o sufocou. Alguns dias mais tarde, outra vítima é encontrada exatamente nas mesmas circunstâncias. À medida que Erika e a sua equipa intensificam as investigações deparam-se com um assassino em série inteligente e calculista - que persegue e sabe tudo sobre as vítimas antes de escolher o momento certo para atacar. 
     As vítimas são homens solteiros, com uma vida muito reservada e um passado envolto em segredo. Porém, podem não ser as únicas pessoas a ser observadas... Erika começa a receber mensagens enigmáticas e a sua própria vida corre perigo. Ela tudo fará para desvendar o mistério que rodeia estes crimes, ainda que isso signifique arriscar a sua carreira na polícia. Imperdível!



quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Book Bingo Leituras ao Sol

Voltando a setembro voltamos a ter opiniões dos livros lidos às segunda e quintas-feiras.
Hoje venho mostrar-vos como está a correr o Book Bingo. 
Falta uma categoria. Mas estou sem saber o que ler. Sugestões? Deixem aqui no blog! 
Qual o livro, que tenha um número no título, devo eu ler?  Algum palpite? Obrigada!!!!



segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Noiva até sexta de Catherine Bybee

       Opinião: Sendo verão é natural que saia um livro de Catherine Bybee. Este Noiva até sexta volta a ter como personagens principais elementos ligados à agência Alliance, agência que permite aos ricos e famosos terem um casamento de ocasião e com termino marcado, sem que a imprensa, ou mesmo aqueles que lhes são mais próximos o saibam.
      Neste livro Gwen é uma jovem, filha de um duque britânico, que vem para os Estados Unidos ajudar a sua cunhada a gerir a referida agência. O problema é que rapidamente a nossa heroína acaba apaixonada por Neil, ex-fuzileiro que é um dos responsáveis pela segurança da família de Blake, irmão de Gwen.
     Neil, no entanto, também ele apaixonado por Gwen é perseguido por um caso do seu passado e tem de a manter em segurança, pois devido ao seu interesse, ela tornou-se um alvo privilegiado.
     Assim sendo a história acaba por se transformar num thriller, que supera a parte de romance do livro. De facto, as narrativas desta serie nunca são simples ou fáceis pois todos os protagonistas são obrigados a percorrer o seu caminho para, no fim, poderem ficar com o seu amado.
     Não sendo um romance de qualidade superior, acaba por ser um livro bem escrito, onde as situações e os acontecimentos são bem construídos, sendo uma leitura leve e agradável, principalmente para esta época do ano.
     Trata-se pois de um livro leve, bem construído, de escrita agradável, sendo uma excelente companhia para um dia de sol, seja na praia ou numa esplanada.


     Sinopse: Gwen Harrison é a bela filha de um duque britânico que se muda para os Estados Unidos para gerir o negócio de casamentos da cunhada. Mas não tarda a apaixonar-se por Neil MacBain, um ex-fuzileiro que fará tudo para proteger a mulher que ama. 
     Neil MacBain é um ex-fuzileiro que não tem como negar o efeito que Gwen, uma belíssima aristocrata, exerce na sua alma perturbada e no seu corpo musculado. Mas claro que Gwen está muito além do seu alcance. Até que uma ameaça do passado de Neil regressa e Gwen é apanhada no meio do fogo cruzado. Agora, para a manter em segurança, ele vai arriscar tudo: a carreira, a vida… e o coração.