segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Memórias Esquecida de Jodi Picoult


     Opinião: O livro de fevereiro para o projeto da Jodi Picoult foi Memórias esquecidas.
    Este livro, que eu nunca tinha lido, não foi, de todo, dos que mais me entusiasmou. Na verdade, acabou por ser uma história vulgar, que em alguns momentos se arrasta demasiado.
    Delia uma jovem que foi criada pelo pai, já com uma filha do seu noivo advogado Eric, um ex alcoólico, vive uma vida calma, rodeada por uma vila rural onde a família é bastante respeitada. A este núcleo mias próximo devemos acrescentar Fitz, jornalista de profissão, e amigo de infância de Delia e Eric, e um eterno e calado apaixonado pela jovem, silenciado pelo seu sentido de honra em relação aos amigos.
     Como sempre nos livros de Jodi todas estas vozes se fazem ouvir e dizem, ao leitor, de sua justiça. O livro altera-se quando Andrew, o pai de Delia, é preso por rapto da filha quando esta tinha quatro anos. E a história, a partir desse momento muda, pois todos eles têm formas diferentes de ver e interpretar o passado, o presente e o futuro.
     Delia questiona a sua própria identidade, Andrew tenta justificar o rapto e o segredo mantido todos estes anos, Eric tenta lutar contra os seus fantasmas do passado, ciente que a defesa do sogro lhe pode custar o casamento que planeava e Fitz tenta conjugar o apoio aos amigos, com a paixão por Delia e a sua profissão de jornalista enviado para acompanhar o julgamento de Andrew.
      O certo é que o livro tinha tudo para dar certo, mas acaba por ser um pouco arrastado e sem dinâmica o que torna, em alguns passos, a leitura quase aborrecida.
      As descrições dos locais, dos sentimentos e das interações acabam por ser o mais interessante do livro, embora algumas das personagens sejam mais ou menos previsíveis.
    A juntar a todos estes elementos temos, durante parte do romance, o convívio de Delia e da sua filha com Ruthann, uma índia americana vizinha da família quando se tem de mudar por causa do julgamento. Não querendo contar demais, pois poderão sempre resolver ler o livro, poderei, no entanto, afirmar que este convívio acaba por se tornar um elemento de interesse e transforma a obra, pois apresenta as tradições da América original, tornando o livro mais dinâmico.
    Não sendo dos melhores de Jodi, é dos primeiros que ela escreveu e daí a escrita ainda não ser tão fluida como aquela que apresenta hoje em dia. No entanto, acaba por ser, como sempre uma história trágica, onde a verdade não está apenas de um dos lados.

    Sinopse: Delia Hopkins foi criada na zona rural de New Hampshire pelo seu pai, viúvo há 30 anos. Tem uma filha pequena, um noivo atraente e uma cadela Bloodhound que a ajuda no seu trabalho – encontrar pessoas desaparecidas. Enquanto trata dos preparativos para o casamento, Delia encontra fotografias antigas de pessoas e lugares de que não se consegue lembrar, embora lhe sejam familiares. Confusa, começa a ter flashbacks de memórias esquecidas de uma vida que não se lembra de ter vivido. Quando começa a interrogar o pai acerca das suas memórias confusas, este é preso por ter raptado a filha aos 4 anos. Andrew confessa ter fugido com Delia (na altura chamada Bethany) e ter começado uma nova vida longe da sua mulher. A vida de Delia fica virada de pernas para o ar. Como é que ela pode recuperar um passado que nunca teve? 





quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Antes de sermos vossos de Lisa Wingate


     Opinião: Que livro! O melhor livro que li nos últimos tempos!
    Neste livro vamos acompanhar o passado de May, de Judy e das suas irmãs, bem como o presente de Avery, a neta que tenta entender a história de família, a história de Judy. Essa história, que cada vez se torna mais sombria e misteriosa, pode ser uma preocupação e um problema se considerarmos que Avery é filha de um senador americano, que quer, a todo o custo, mostrar uma família sem mácula. Para além disso a jovem deverá ser a sucessora do pai, que se encontra doente com um cancro (informação a que a comunicação social não tem acesso), e a sua possível eleição está a ser afetada por um escândalo económico sobre os lares da terceira idade naquele estado.
   Para o leitor, no início, as duas histórias parecem sem ligação, como sendo duas histórias distintas, embora progressivamente essa relação comece a fazer sentido. De repente aquela advogada, indecisa nas suas decisões pessoais, quer conhecer a vida de uma idosa, que apenas conhece de uma visita politica, mas que, e Avery apresenta essa sensibilidade, ostenta uma surpreendente ligação com a sua avó, uma das pessoas que ela mais ama e admira na sua vida.  É esta avó a figura de referência da jovem, mas que de repente se revela uma desconhecida.
    Mas o livro é mais. Muito mais. E isso deve-se à forma como é escrito. Escrito com uma força e simultaneamente com uma ternura que trespassa para as personagens e destas para o leitor. Mesmo nos momentos mais dramáticos, a forma de Lisa Wingate escrever leva-nos a sentir um carinho sentido pelas personagens e pelas suas atitudes, mesmo nas cenas mais duras. É, pois, um livro muito bem construído, muito bem redigido, que nos embala até ao final, ao mesmo tempo que consciencializamos que termos pena em o terminar. Este é daqueles que queremos acabar e ao mesmo tempo não queremos.
   Depois de lido percebi o porquê da vitória no Goodreads Choice Awards do ano passado, na categoria de melhor livro de ficção histórica, porque como se não bastasse o livro é baseado em factos reais.
  Não tenho duvidas de que será um dos melhores livros de 2018. Não deixem de ler, vale muito, mesmo muito, a pena. Só espero que as edições Chá das Cinco continuem a publicar livros desta autora.

    Sinopse: Inspirado em factos verídicos, esta é a história de duas famílias e da terrível injustiça que as mudou para sempre. 

    Nascida num mundo de riqueza e privilégio, Avery Stafford tem tudo. Filha adorada de um senador americano, com a sua própria carreira como advogada e um noivo maravilhoso à espera em Baltimore, ela vive uma vida encantada.
   Mas quando regressa a casa para ajudar o pai com um problema de saúde, um encontro casual com May Crandall, uma idosa desconhecida, deixa Avery profundamente abalada. Ao decidir descobrir mais sobre a vida de May irá embarcar numa viagem pela história oculta de crianças roubadas e adoções ilegais. E cedo irá desvendar um segredo que pode levar à devastação... ou à redenção.
   Baseado num dos mais conhecidos escândalos da América — em que uma instituição de adoção vendeu crianças a famílias ricas —, este romance comovente e fascinante recorda-nos como, apesar de os caminhos que tomamos levarem a muitos lugares, o coração nunca esquece onde pertencemos.


segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Não é bem namorar de Catherine Bybee

     Opinião: Catherine Bybee para mim é a escritora dos livros dos dias da semana. Claro que me estou a referir à sua série cujos títulos incluem um dia da semana. Este livro Não é bem namorar acabar por vir fora dessa sequência, funcionando como um livro autónomo.
     Jessica, jovem mãe, adiou os seus sonhos para poder tomar conta do seu filho, nascido de uma relação adolescente. Assim o seu objetivo é namorar um rapaz rico e que lhe permita alguma estabilidade.
     Por seu lado Jack é um herdeiro texano cansado de ser assediado pela sua herança, o que o leva a omitir a sua identidade quando conhece a jovem Jessica.
     Este jogo acaba por levá-la a achar que a relação que cresce entre os dois Não é bem namorar.
     Confesso, e li tudo o que foi publicado desta autora, que este é o livro que menos gostei dela. Apesar de ser um livro leve, despretensioso, como costumam ser as obras de Catherine Bybee, este é também arrastado e, algumas das situações desenvolvidas apresentam pouco interesse. Há momentos em que a história não é verosímil, e dificilmente alguém que já passou, pelo que Jessica passou, acreditaria nos embustes de Jack.
    Para mim, o livro só cria algum interesse e alguma dinâmica, quando as irmãs dos protagonistas intervêm na história do livro e condicionam o destino das personagens.
    Foi por isso um livro que li, sem grande entusiasmo, o que lamento pois tinha a melhor das opiniões no que respeita a esta autora.

   Sinopse: Jessica, empregada de mesa e mãe solteira, é uma mulher prática e cautelosa. O seu foco é o filho e não quer namorados. A menos que fosse um homem rico, que pudesse dar estabilidade e conforto à família. 
     Quando lhe aparece Jack Morrison, um bonitão de cair para o lado mas que parece andar sempre falido, Jessica resiste.
     Na verdade, herdeiro de um hotel de luxo, Morrison está habituado a que se aproveitem de si. Por isso esconde a sua identidade e oferece-se para ajudar Jessie a encontrar um namorado rico.
     Mas será que esta brincadeira parva o vai fazer perder a mulher que ama?
 



quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

O Amante de Marguerite Duras

     Opinião: Por motivos profissionais estive a reler O Amante de Marguerite Duras. Um clássico da literatura francesa e mundial. Eu não sou grande adepta de reler livros. Há tanta coisa que eu gostaria de ler, e sei que não vou ter tempo para ler tudo o que queria, por isso prefiro sempre ler as novidades, ou algum livro que seja recomendado por um amigo e eu ainda não tenha lido. Mas noblesse oblige. Era trabalho e não lia o livro desde a faculdade e a verdade é que tinha uma vaga, muito vaga, ideia da obra.
    O livro não é muito grande o que fez com que fosse lido num dia. Mas foi bastante prazeroso voltar ao universo daquela jovem de 15 anos que se deixa levar pela vida e por um homem, mais velho, que a faz descobrir a sua própria essência.
    O livro não tem propriamente uma história. Acaba por ser a recordação de um tempo vivido pela narradora, anos mais tarde, sem que ela se queira justificar ou mesmo desculpar de algo. O interessante é que a mulher olha para a jovem, sem mágoas, aceitando o que ela fez no passado, como uma inevitabilidade, dado o seu meio envolvente.
    Evidentemente que o li de outra forma. Também eu deixei de ser a jovem universitária para ser uma mulher com uma história de vida. Claro que se repara em pormenores que na altura não me lembro de ter reparado. Por exemplo: a única personagem da família da jovem que tem nome é o irmão mais novo, o irmão que morreu, como se a morte lhe tivesse dado identidade. Interessante.
    O livro é, na verdade, bastante aliciante e profundo, a começar pelo titulo. O Amante leva-nos a pensar numa história de amor proibido, que na verdade existe, mas onde uma das personagens principais se encontra em negação desse mesmo amor. Como se o amor e a aceitação do mesmo apenas fosse possível através da distância ou da maturidade.
    Não querendo alongar-me a contar elementos que poderão tirar o interesse ao livro, não quero deixar de aconselhar a sua leitura. Aos jovens, pois, é um livro brilhante sobre o amor e as suas várias formas, aos mais adultos, mesmo que seja uma releitura, porque a vida acaba por nos ensinar que a verdade da juventude e os atos que foram praticados devem ser aceites, para que a vida do presente, a que vale a pena viver, possa decorrer sem percalços.
    Recomendo vivamente, mais este clássico.

    Sinopse: Saigão, anos 30. Uma bela jovem francesa conhece o elegante filho de um negociante chinês. Deste encontro nasce uma paixão. Ela tem quinze anos e é pobre. Ele tem vinte e sete e é rico. Os amantes, isolados num mundo privado de erotismo e autodescoberta, desafiam as convenções da sociedade.
   Enquanto ela desperta para a possibilidade de traçar o seu próprio caminho no mundo, para o seu amante não há fuga possível. A separação é inevitável e tragicamente cadenciada pelos últimos acordes da presença colonial francesa a Oriente.
  A jovem é a própria autora e este é o relato exacerbado de uma paixão inquieta e dilacerante. De tão etérea, a sua realidade gravar-lhe-ia no rosto marcas implacáveis de maturidade. Para o mundo, fica uma obra que contém toda a vida.
  Obra intemporal, relato de um mundo perdido, O Amante foi vencedor do prestigiado Prémio Goncourt, em 1984, e confirmou o génio literário de Marguerite Duras, nome cimeiro da literatura mundial.


segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Os sedutores de Elizabeth Adler


     Opinião: O novo livro de Elizabeth Adler não foi aquilo de que estava à espera. Depois do magnifico Cinco Herdeiros este Os sedutores tinha tudo para me prender e, pensava eu seria uma leitura rápida.
Nada mais errado. De início o livro não me prendeu, e só continuei a ler por se tratar de quem se tratava.
    O certo é que até às últimas cinquenta páginas não senti o prazer que costumo ter com os livros da autora.
   A história tem como personagens principais um conjunto de mulheres (Mirabella, Verity, Jerusha) e de homens ( Coronel, Patrão, Chade, Walter Mattews) que se cruzam num presente e num passado, criado como se fosse uma teia e que progressivamente vai servindo de base para o leitor construir a história. Se este cruzamento entre os tempos poderia ser uma mais valia a verdade é que nem assim o livro me entusiasmou. Achei as histórias banais, com descrições excessivas e sem grande originalidade ou interesse.
    No entanto, as cinquenta páginas finais, transformam o livro num policial negro, roçando o terror, o que cria algum interesse, mas acaba por faltar ao prometido. Ou seja, o aspecto mais interessante do livro não é suficientemente desenvolvido, ou explorado, o que cria um vazio em relação às expectativas do leitor.
    O final é o habitual deste género de livros. Os bons têm a recompensa, descobrem o amor (embora num dos casais não se perceba como descobriram a existência de uma atração que era ténue ao longo do romance), e os maus são castigados, (embora neste caso, não se perceba bem qual o final da personagem). Este fim é deixado em aberto de uma forma, na minha opinião, pouco interessante.
      Sendo Elizabeth Adler uma autora que me entusiasma e da qual tenho todos os livros traduzidos, lamento que desta vez, e pela primeira vez, tenha chegado ao fim de um livro dela e tenha suspirado, não de prazer, como habitualmente, mas sim de alivio, pensando já no livro que iria ler a seguir.
     Espero sinceramente que me entusiasme mais. Mas, de qualquer forma, fico à espera de mais livros desta autora.


    Sinopse: A morte repentina de Jolly, tia de Mirabella Matthews, surge como uma grande tragédia para a escritora. Mas traz também um novo começo, pois Mirabella passa a ser a proprietária de uma luxuosa mansão no Sul de França. Mas a herdeira rapidamente vai perceber que a fortuna traz consigo inesperados mistérios… e incontáveis perigos.
     A caminho da Villa Romantica acontece um estranho incidente que por pouco não lhe tira a vida. E será o primeiro de vários… Aparentemente, Jolly era uma mulher mais complicada do que Mirabella pensava. Os homens do seu passado regressam agora com planos pouco ou nada claros. Num lugar onde tudo é belo, onde paira no ar o aroma a lavanda, pairam também segredos e perigo. Em quem pode Mirabella confiar? Quem é o homem que usa a máscara de um sedutor para ocultar a face de um assassino?
     Com o detalhe e a mestria de que só Elizabeth Adler é capaz, o seu mais recente thriller vai prender o leitor da primeira à última página…



quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O que dizem os teus olhos de Florencia Bonelli

     Opinião: Li a trilogia Cavalo de Fogo de Florencia Bonelli quando a Porto Editora a lançou e gostei bastante. Por isso, quando este O que dizem os teus Olhos foi anunciado nem hesitei em comprar. E em boa hora o fiz.
     Bonelli continua a acompanhar histórias de amor entre orientais e ocidentais. Neste livro, cuja história de desenrola nos anos sessenta do século passado, Francesca jovem argentina, filha de imigrantes italianos, vai trabalhar para a embaixada do seu país em Genebra e posteriormente para a Arábia Saudita. Aí conhece Kamal, um príncipe herdeiro da coroa saudita. E o amor acontece.
     Mas o livro é muito mais do que isto. O livro é uma lição, dada de forma leve e compreensível, sobre os conflitos ocidente, oriente, daquela altura (que acabam por ser o início dos atuais conflitos) e da luta pelos poços de petróleo e sua exploração. Além disso é uma narrativa que nos faz compreender as diferenças culturais entre estas duas regiões, nomeadamente, no que diz respeito ao papel das mulheres na sociedade.
  Mas voltemos às personagens principais. Estas são descritas como duas personagens fortes, coesas e com os seus princípios bastante bem definidos. Francesca, apesar de apaixonada, nunca deixa de ser uma jovem ocidental de 21 anos, onde a aceitação dos princípios árabes é realizada de forma progressiva, não abdicando, no entanto, dos seus valores mais importantes, como a independência ou a liberdade pessoal. Por sua vez, Kamal é um príncipe com uma educação mista (estudou em Paris na Sorbonne durante anos), mas que estando ciente do seu papel na politica do país acaba por viver um conflito entre o amor e o dever.
   O livro desenrola-se sempre com uma narrativa interessante, fluida, onde, mesmo nas partes mais didáticas, o ritmo nunca é posto em causa. O ultimo terço da obra, talvez as últimas 120 páginas, lêem-se de um ápice pois as ocorrências sucedem-se, e com tal dramatismo, que ao leitor resta apenas continuar a ler para saber como vai ser o aguardado desfecho.
    O único senão é que achei esse desfecho muito rápido, gostaria que a autora tivesse desenvolvido mais a parte final da história destes dois exemplos, para qualquer casal que se ame, mas que as circunstancias da vida (família, religião, cultura) os teimem em separar.
   De qualquer forma este é um livro que recomendo sem dúvidas, e fico à espera que a Porto Editora continue a publicar os livros desta autora italiana.

   Sinopse: Antes de Matilda e Eliah, os protagonistas da trilogia Cavalo de Fogo, houve um amor maior nascido no deserto árabe…
  Argentina, 1961. Francesca de Gecco é uma jovem de 21 anos, filha de imigrantes italianos. Embora a sua família seja humilde, com a ajuda de um parente rico Francesca recebe uma educação primorosa e inicia uma brilhante carreira de jornalista. No entanto, vítima de uma terrível deceção amorosa, que somente o tempo e a distância podem curar, a jovem jornalista aceita um cargo de secretária na embaixada argentina em Genebra, cidade que será apenas a primeira etapa de uma jornada especial.
   A vida é generosa para com o coração de Francesca e oferece-lhe uma nova oportunidade para o amor: do outro lado do mundo, os palácios mais deslumbrantes do deserto árabe, conhecerá Kamal Al-Saud, um príncipe herdeiro da coroa saudita. Porém, no meio de tantos obstáculos, conseguirá Francesca ultrapassar as diferenças entre ela e Kamal e abraçar a felicidade?


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Verão em Edenbrooke de Julianne Donaldson

   Opinião: Verão em Edenbrooke é o primeiro livro de Julianne Donaldson publicado em Portugal. Confesso que nunca tinha ouvido falar da escritora e a compra do livro foi (assumo a vergonha) um impulso a que cedi levada pela beleza da capa.
   A história remete para duas irmãs gémeas que, após a morte da mãe, o pai deixou entregues a pessoas diferentes.  Marianne, a personagem principal, fica entregue à avó, ficando a viver em Bath, e Cecily, com uma amiga da mãe em Londres.
   A narrativa começa quando Cecily convida a irmã para ir passar o verão com ela e com os seus anfitriões, na casa de férias destes, em Edenbrooke.
  A ida de Bath para Edenbrooke revela-se atribulada e Marianne conhece o filho mais velho de Lady Caroline, Philipe, que após a ajudar na estalagem onde pernoita, a recebe em sua casa com todas as honras. E o amor acontece.
   O livro torna-se bastante engraçado pois sendo narrado na primeira pessoa sabemos o que a jovem vai pensando e como analisa os diferentes acontecimentos. Tendo sido bastante protegida, pela mãe e depois pela avó, Marianne acaba por ser ingénua e insegura em relação a si mesma e na sua relação com os outros, o que faz com que os equívocos sejam mais que muitos.
   Quanto a Philipe também ele quer manter os preceitos sociais que se espera de um cavaleiro face a uma donzela sua hóspede, o que o leva a ter atitudes que nem sempre são bem interpretadas pela pessoa a quem se destinam.
   A eles junta-se uma irmã que quer fazer um bom casamento, uma família que não se querendo intrometer, acaba por o fazer e uma avó, que querendo o melhor para a neta, acaba por nem sempre agir da forma mais acertada.
   Obviamente diversas peripécias vão acontecer, que poderão ou não afastar os dois jovens, e assim, conseguimos ter uma estrutura narrativa que nos interessa e nos leva a acompanhar a exposição sem grandes distrações. 
  O rigor histórico é bastante bem-apresentado, não só na caraterização das personagens, mas também nas descrições dos espaços, dos ambientes e dos costumes (o livro passa-se em 1816).
   Resta esperar pela publicação do outro livro sobre esta família.

   Sinopse: Romance e aventura numa história encantadora, ao estilo de Jane Austen. Marianne Daventry seria capaz de tudo para escapar ao tédio de viver em Bath e às investidas amorosas de um pretendente indesejado. Por isso, quando a sua irmã gémea, Cecily, a convida para passar o verão com ela em Edenbrooke, a maravilhosa propriedade rural de uns amigos da família, ela nem hesita em aceitar. Parte assim para a casa de campo, pensando que poderá finalmente relaxar enquanto a irmã tenta conquistar Philip, o encantador herdeiro da propriedade. Mas rapidamente descobre que até os melhores planos podem correr mal. Desde ser vítima de um assalto terrível até ter de ignorar sentimentos indesejados que começa a sentir pelo anfitrião da casa, Marianne vê-se enredada numa grande aventura, repleta de romance e intriga, que a deixará completamente desorientada. Conseguirá Marianne conter o seu coração, ou irá um estranho arrebatá-lo irremediavelmente?
   «Uma belíssima história de amor que irá aquecer o coração do leitor.» — Publishers Weekly
   Um romance de estreia delicioso e arrebatador.»



quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Terra de Sonhos de Nora Roberts

     Opinião: O livro dois da trilogia dos primos O’Dwyer de Nora Roberts é quase tão viciante quanto o primeiro. Neste a personagem que Cabhan persegue é Meara.
       Meara não faz parte do trio de bruxos que o pretendem matar. Nem sequer tem quaisquer poderes mágicos. O seu crime é ser a melhor amiga de Branna e começa a amar Connor. Ou seja, se ele conseguir, de alguma forma, fazer-lhe mal, ou mesmo conseguir que ela passe para o seu lado, a dor, o sofrimento, a desilusão seria bastante grande e acabaria por enfraquecer o conjunto de opositores.
      Assim, a obra continua numa tentativa de acabar com o mal, valorizando o bem, podendo, assim, os jovens ansiar por uma vida tranquila e feliz junto daqueles que são a sua família alargada.
    Neste livro está patente em todas as situações a questão da família e do sangue. É importante para as seis personagens consciencializar que acabem por formar um núcleo, uns com poderes e sendo herdeiros dos antepassados de Sorcha, outros família por amor e escolha, o que faz com que a luz se torne mais intensa e que o bem possa, finalmente, ser escrito nos elementos.
    Mais uma vez é um livro de sombra e luz, onde a alegria, a felicidade e o brilho acabam por ser formas de poder contra as trevas. É bastante interessante a forma como Nora Roberts usa as tradições da Irlanda, os seus cantares e mesmo a valorização da utilização do gaélico, como elemento condutor do bem e da vitória das forças da claridade.
    Falta agora o terceiro livro e o passo derradeiro que, obviamente, vai ter de ser dado por Branna e Fin, o bruxo que tendo sangue de Cabhan não abandona os seus amigos e, fundamentalmente, a mulher que ama, lutando ao lado da justiça, da beleza e do bem. Serão eles, e talvez, o assumir desse amor, que poderão vingar Sorcha.
    Se bem conheço a autora e, tendo em conta a forma como este segundo livro termina, teremos um violento desfecho, onde certamente as forças da luz triunfarão. O que resta saber é qual o preço que terão de pagar pela vitória.
    De qualquer forma, e para quem quiser começar a ler livros desta autora, do género fantasia, como este, continuo a aconselhar a Ilha das Três irmãs. No entanto este também não é para recusar.

    Sinopse: Três primos herdaram um dom que irá transformar as suas vidas…
   As lendas e a sabedoria da Irlanda correm no sangue de Connor O’Dwyer e ele sente-se orgulhoso por chamar lar a County Mayo.
    É aqui que a sua irmã Branna vive e onde os seus amigos de infância formam um círculo que não pode ser quebrado.
   Meara é a melhor amiga de Branna, uma irmã em tudo exceto no sangue. Acredita que o amor é para os outros e certamente não irá cair de amores por Connor — lindo de morrer, com um bom coração e um sorriso perverso.
    É mais seguro para eles permanecerem amigos pois amar Connor seria entrar em território perigoso.
   Mas quando o mal que atravessa gerações reaparece para o assombrar, Connor terá de recorrer à família e aos amigos para o apoiar numa luta contra algo que ameaça tudo o que ama…