quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Domina de L.S. Hilton

                Opinião: Assim que acabei o livro Maestra comecei Domina. O novo livro de L.S.Hilton era a continuação de uma história que eu queria acompanhar.
             Erro crasso. Já leio há anos suficientes para saber que quando se gostou bastante do primeiro, não se deve ler o segundo de seguida, pois as espectativas podem ficar defraudadas. E na verdade foi o que me aconteceu, embora pense que, para quem leu o primeiro livro há um ano, este vai ser um bom reencontro.
 O livro continua a história de Judith, agora Elisabeth, e da sua vontade de vencer num mundo que nem sempre, ou quase nunca, é o mais normal e o mais correto a nível moral. Logo no prólogo a personagem principal continua a matar quem se mete no seu caminho e quem tem a pretensão de tentar pôr em causa os seus desejos. Assim, e independentemente do nome que adota, continua a ser uma anti heroína servindo-se dos outros para alcançar os seus fins, não olhando a meios, para conseguir o que pretende.
Sendo uma personagem forte, inteligente, tentando interpretar os factos que desconhece, Judith manipula tudo e todos os que com ela se cruzam, mesmo nas situações que lhe são menos favoráveis. No entanto, no final do livro constatamos as fragilidades que ela apresenta e percebemos mesmo que nem sempre os seus raciocínios e as suas efabulações são as corretas. Mas esta mulher não desiste e luta, até ao fim, para conseguir o que quer que a vida lhe dê. É também neste livro que a autora nos mostra o que aconteceu no passado da personagem, que a tornou tão fria e calculista. Mesmo apresentando um comportamento tão desadequado, Judith não merecia o trauma porque teve de passar, nenhuma criança de 12 anos o merece. No entanto isso não lhe dá o direito de ser a manipuladora fria e insensível que é, nem justifica as suas atitudes.
       A escrita continua cinematográfica e coerente, embora o ritmo acabe por não apresentar diferenças em relação ao primeiro volume, que estando fresco na memória, faz com que este se torne previsível. Também neste livro a autora continua a dar-nos descrições de locais maravilhosos e luxuosos, onde a imaginação nos leva de bom grado, secundarizada pelas joias e o guarda roupa de alta costura. Neste livro a arte, nomeadamente a arte pictórica, é uma personagem importante e aprendemos bastante sobre pintores, fundamentalmente sobre Caravaggio, pintor importante do final do século XVI, início do século XVII. O que surge menos neste livro são as descrições realistas das suas aventuras amorosas. No que respeita ao erotismo é um livro muito mais leve.

       Este não é o volume final. A saga desta mulher continuará num outro livro. A forma como termina é de tal forma surpreendente que apenas espero não ter de aguardar um ano para saber qual o final de Judith. Para ser franca acho que o próximo livro dará, certamente, uma reviravolta em relação à forma como este termina, pois, uma personagem forte e empenhada na construção do seu destino, mestre na arte de se reinventar, e que domina o seu destino de uma maneira quase mágica, não merece um final como o que este volume sugere. Seria mesmo bastante inverosímil. E mais não digo.




Sinopse: Ela pensava que os seus problemas tinham chegado ao fim. Mas estão apenas a começar... Judith Rashleigh conseguiu. Tem uma vida de luxo por entre o esplendor da cidade de Veneza, e começa agora a sentir-se confortável na sua nova pele. Mas um dia é traída pelo passado. Alguém que sabe o que Judith fez quer acertar contas com ela. Vítima de chantagem, ela terá agora de descobrir o paradeiro de um quadro de valor incalculável - que talvez nem exista de verdade... Desta vez, Judith não controla a situação. Sentindo-se desorientada e sem saídas, desarmada e fragilizada, tem de enfrentar um inimigo mais poderoso e impiedoso do que ela alguma vez poderia imaginar. E se não conseguir sair desta situação, Judith poderá morrer.




2 comentários:

  1. Nomeie o blog para o The Liebster Award!!!! Para saberes mais aqui esta o link
    https://gothicclare.blogspot.pt/2017/08/the-liebster-award.html

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  2. Olá,
    Acabei de ler também o Domina e li o primeiro faz um ano, talvez não tenha a mesma opinião que tu sobre ficar iludida com o segundo.
    A minha opinião sobre a Judith ainda não está ainda bem formada, (entre espanto ou até pena) acho que neste livro ela até acabou por matar muito pouco. Não costumo ler policias ou thrillers por isso não desconfiei de quem andava atrás dela do passado, mas até que tinha outros/as suspeitos. As últimas mortes para mim não estão bem explicadas, mas enfim... como disse não entendo nada disto.
    Espero também não esperar um ano para ler.
    Bjs

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