quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Frágil de Jodi Picoult

    Opinião: Por causa do projeto Um ano com Jodi do grupo da Dora do Books & Movies andei este mês a ler Frágil da Jodi Picoult. Este era um livro, como vários outros da mesma autora, que tinha há muito tempo nas minhas estantes. Não por não gostar da Jodi, mas sim, por gostar demais. Esta autora é daquelas que nos leva por histórias difíceis e que nos faz pensar e repensar sobre esses mesmos temas.
     Este é sobre Willow uma menina com osteogénese imperfeita, conhecida como a doença dos ossos de vidro. A jovem foi diagnosticada antes de ter nascido numa segunda ecografia. Na primeira já havia a possibilidade de haver alguns problemas embora ainda nada que pudesse ser conclusivo. No entanto a mãe de Willow resolve processar por negligência pré-natal a obstetra que a acompanhou, nada mais nada menos, do que a sua melhor amiga, Piper.
     E pronto. Aqui está a história que nos leva para junto de uma família que luta por sobreviver. A juntar temos o pai policia,  que não sabe bem as posições que deve tomar e uma filha mais velha que se sente abandonada e posta de lado por quem a rodeia, inclusive a sua melhor amiga, filha de Piper.
Por seu lado Piper não entende como é possível tal lhe ter acontecido, e gere, se calhar não da melhor forma, como pode esta atitude de alguém em quem confiava sem limitações.
     Mais uma vez a história se entrecruza com outras por forma a criar um desfecho surpreendente. Jodi faz-nos pensar que o que parece ser a melhor solução, nem sempre é, e mesmo quando achamos que temos uma opinião definitiva sobre um assunto, isso não é verdade. Esta autora tem sempre esta característica faz-nos duvidar das nossas certezas, e leva-nos a repensar as nossas convicções.
     E este livro não é diferente. As personagens têm uma densidade psicológica grande, também elas contraditórias e cheias de defeitos. Tal como nós, as personagens praticam ações menos corretas, mesmo que pelos motivos certos, mantêm relações nem sempre perfeitas, mas humanas. Aquelas personagens são os nossos colegas de trabalho, os nossos vizinhos, os nossos amigos, e por isso nos fazem sorrir, nos magoam, nos surpreendem ou nos fazem chorar.

     Embora não seja o melhor livro dela é uma obra que se lê com vontade e nos apresenta um final surpreendente. Foi pois uma forma magnifica de começar este projeto que não quero de todo abandonar.

Sinopse: Willow, a linda, muito desejada e adorada filha de Charlotte O’Keefe, nasceu com osteogénese imperfeita – uma forma grave de fragilidade óssea. Se escorregar e cair pode partir as duas pernas, e passar seis meses enfiada num colete de gesso. Depois de vários anos a tratar de Willow, a família enfrenta graves problemas financeiros. É então que é sugerida a Charlotte uma solução. Ela pode processar a obstetra por negligência – por não ter diagnosticado a doença de Willow numa fase inicial da gravidez, quando ainda fosse possível abortar. A indemnização poderia assegurar o futuro de Willow. Mas isso implica que Charlotte tem de processar a sua melhor amiga. E declarar perante o tribunal que preferia que Willow não tivesse nascido...


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