quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Millennium 5 - O homem que perseguia a sua sombra

    Opinião:Lisbeth Salander já é uma figura clássica da literatura mundial. Uma mulher determinada, agressiva, mas que, para o leitor, acaba por ser um Robin dos Bosques dos tempos modernos. Ela só agride os que merecem, os bandidos, ou então para se proteger, ou defender alguém que ela considere merecedor da sua atenção.
      A saga Millennium de Stieg Larsson, na qual é a personagem principal, foi um fenómeno mundial, a ponto de trazer para o sul da Europa, ou melhor, a ponto de me apresentar os autores nórdicos de thrillers e policiais. Li os três volumes de seguida, e fiquei fã incondicional da série e das personagens principais, Lisbeth e Mikael.
      Quando Larsson morreu temi que a história de Lisbeth, que ele tinha programado para mais volumes, ficasse na gaveta. No entanto, em 2013, David Lagercrantz aceitou o desafio de dar continuidade à saga e fê-lo de forma bastante interessante. No volume 4 de Millennium respeita-se o ambiente e as caraterísticas das personagens o que faz com que o livro nos continue a encher a alma e nos tire as saudades de todo aquele universo.
        É por isso que fiquei um pouco desapontada com este quinto volume O homem que perseguia a sua sombra. Explicando: o livro está bem escrito, a história começa onde o volume anterior terminou, permitindo de uma forma discreta recordar o que tinha acontecido anteriormente. O enredo é coerente, fazendo sentido todo o desenvolvimento das diversas situações, mas as personagens estão diferentes. Se Mikael Blomkvist, jornalista na revista Millennium, continua a perseguir as histórias e a desenvolver as suas teorias da conspiração, de forma entusiasmante e pouco ortodoxa, Lisbeth surge muito mais calma, menos agressiva, menos impulsiva e muito mais cerebral. Não deixa de ter as suas guerras, os seus conflitos, mas pensa sempre três vezes antes de atuar, caindo mesmo numa armadilha que poderá ser considerada pouco plausível, tendo em conta o passado da jovem, mas que é aceitável acontecer com esta nova personagem.
       Acaba, pois, por ser um livro menos Larsson, mais calmo e mais fácil de ler. Mas para quem se apaixonou como eu, pelos três volumes avassaladores, duros e de acontecimentos sequenciais, como se não houvesse tempo para respirar, como foram os anteriores, este acaba por ser    um pouco frustrante. Esperava mais ação, mais luta, mais conflito. No entanto vou continuar a esperar pelo próximo, pois não desisto desta anti heroína do seculo XXI assim tão facilmente.


Sinopse: Lisbeth Salander cumpre uma curta pena no estabelecimento prisional feminino de Flodberga e faz o possível por evitar qualquer conflito com as outras reclusas, mas ao proteger uma jovem do Bangladesh que ocupa a cela vizinha, é imediatamente desafiada por Benito, a reclusa que domina o bloco B. Holger Palmgren, o antigo tutor de Lisbeth, visita-a para lhe dizer que recebeu documentos que contêm informações sobre os abusos de que ela foi vítima em criança. Lisbeth pede ajuda a Mikael Blomvkist e juntos iniciam uma investigação que pode trazer à luz do dia uma das experiências mais terríveis implementadas na Suécia no século XX. Os indícios conduzem-nos a Leo Mannheimer, sócio da corretora de valores Alfred Ó¦gren, com quem Lisbeth tem em comum muito mais do que algum deles podia pensar. 
     Em O Homem Que Perseguia a Sua Sombra, o quinto volume da série Millennium, David Lagercrantz construiu uma história emocionante sobre abuso de autoridade, e também sobre as sombras da infância de Lisbeth que ainda a perseguem.




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