Opinião:Lisbeth Salander já é uma figura
clássica da literatura mundial. Uma mulher determinada, agressiva, mas que,
para o leitor, acaba por ser um Robin dos Bosques dos tempos modernos. Ela só
agride os que merecem, os bandidos, ou então para se proteger, ou defender
alguém que ela considere merecedor da sua atenção.
A saga Millennium de Stieg
Larsson, na qual é a personagem principal, foi um fenómeno mundial, a ponto de
trazer para o sul da Europa, ou melhor, a ponto de me apresentar os autores
nórdicos de thrillers e policiais. Li os três volumes de seguida, e fiquei fã
incondicional da série e das personagens principais, Lisbeth e Mikael.
Quando Larsson morreu temi que a
história de Lisbeth, que ele tinha programado para mais volumes, ficasse na
gaveta. No entanto, em 2013, David Lagercrantz aceitou o desafio de dar
continuidade à saga e fê-lo de forma bastante interessante. No volume 4 de
Millennium respeita-se o ambiente e as caraterísticas das personagens o que faz
com que o livro nos continue a encher a alma e nos tire as saudades de todo aquele
universo.
É por isso que fiquei um pouco
desapontada com este quinto volume O
homem que perseguia a sua sombra. Explicando: o livro está bem escrito, a
história começa onde o volume anterior terminou, permitindo de uma forma
discreta recordar o que tinha acontecido anteriormente. O enredo é coerente,
fazendo sentido todo o desenvolvimento das diversas situações, mas as
personagens estão diferentes. Se Mikael Blomkvist, jornalista na revista
Millennium, continua a perseguir as histórias e a desenvolver as suas teorias da
conspiração, de forma entusiasmante e pouco ortodoxa, Lisbeth surge muito mais
calma, menos agressiva, menos impulsiva e muito mais cerebral. Não deixa de ter
as suas guerras, os seus conflitos, mas pensa sempre três vezes antes de atuar,
caindo mesmo numa armadilha que poderá ser considerada pouco plausível, tendo
em conta o passado da jovem, mas que é aceitável acontecer com esta nova
personagem.
Acaba, pois, por ser um livro
menos Larsson, mais calmo e mais fácil de ler. Mas para quem se apaixonou como
eu, pelos três volumes avassaladores, duros e de acontecimentos sequenciais,
como se não houvesse tempo para respirar, como foram os anteriores, este acaba
por ser um
pouco frustrante. Esperava mais ação, mais luta, mais conflito. No entanto vou
continuar a esperar pelo próximo, pois não desisto desta anti heroína do seculo
XXI assim tão facilmente.
Sinopse: Lisbeth Salander cumpre uma curta pena no estabelecimento prisional feminino de Flodberga e faz o possível por evitar qualquer conflito com as outras reclusas, mas ao proteger uma jovem do Bangladesh que ocupa a cela vizinha, é imediatamente desafiada por Benito, a reclusa que domina o bloco B. Holger Palmgren, o antigo tutor de Lisbeth, visita-a para lhe dizer que recebeu documentos que contêm informações sobre os abusos de que ela foi vítima em criança. Lisbeth pede ajuda a Mikael Blomvkist e juntos iniciam uma investigação que pode trazer à luz do dia uma das experiências mais terríveis implementadas na Suécia no século XX. Os indícios conduzem-nos a Leo Mannheimer, sócio da corretora de valores Alfred Ó¦gren, com quem Lisbeth tem em comum muito mais do que algum deles podia pensar.
Em O Homem Que Perseguia a Sua Sombra, o quinto volume da série Millennium, David Lagercrantz construiu uma história emocionante sobre abuso de autoridade, e também sobre as sombras da infância de Lisbeth que ainda a perseguem.
Em O Homem Que Perseguia a Sua Sombra, o quinto volume da série Millennium, David Lagercrantz construiu uma história emocionante sobre abuso de autoridade, e também sobre as sombras da infância de Lisbeth que ainda a perseguem.
Sem comentários:
Enviar um comentário