Opinião: Ann O’Loughlin é uma escritora
que a Asa apresenta com este livro A
mulher do juiz. Sabendo que o livro estava proposto para o prémio Romantic
Novelists’ Association Awards deste ano na categoria de romance épico achei que
tinha de o ler. E ainda bem que o fiz.
O livro conta a história de
Grace, mulher do juiz, cuja vida acaba por se desenrolar de forma trágica
devido à intervenção de uma tia maléfica, que a tinha criado, após a morte dos
pais. Contado a partir de três locais diferentes e dois tempos distintos, o
romance vai-nos dando em simultâneo a história do passado de Grace, do presente
de Emma (sua filha) e do presente de Vikram, o médico indiano por quem Grace se
terá apaixonado, no passado.
O livro começa na atualidade com
Emma que acaba de perder o seu pai, o juiz. Emma está de regressar à casa de
família, de onde se tinha ausentado para casar e para se libertar da opressão
aí vivida. Neste momento, a jovem vai, ao tomar posse da casa de família,
descobrir segredos que a vão levar ao passado de sua mãe, para ela, morta a
quando do seu nascimento.
Se o ponto de partida é quase
corriqueiro a forma como a autora dá voltas e reviravoltas à história, faz-nos
ficar presos a ela sem queremos parar a leitura para, assim, sabermos o que
realmente se passou.
No que respeita às personagens a
sua construção e descrição está muitíssimo bem-feita. Havendo personagens de
Dublin e indianas as diferenças culturais são visíveis através da forma como
elas interagem e da forma como analisam as situações, que, em muitos instantes,
são as mesmas. Os espaços sociais também estão bastante bem-apresentados e
passando-se em tempos diferentes (1954, 1960, 1984), também as alterações
sociais ficam bem patentes, inclusive no comportamento das personagens, que
evoluíram ao longo do tempo.
Quanto a mim o livro só peca no
final. Embora tenha alguns aspetos surpreendentes, apesar de que na essência
é previsível, torna-se algo confuso, pois é tudo decido de forma muito
rápida, o que não era necessário num livro que não é muito grande (299 páginas).
De qualquer forma é um livro muito bom de ler e daqueles cuja autora irei
seguir em próxima publicações.
Sinopse: Recém-chegada a Dublin após a morte do pai, um juiz duro e distante que nunca a acarinhou, Emma tem agora pela frente a tarefa de organizar os seus pertences e encerrar esse capítulo da sua vida. Está longe de imaginar que, entre livros e documentos poeirentos, vai encontrar o diário de Grace, a mãe que nunca conheceu. Ávida por informações sobre a mulher cuja ausência a marcou desde a infância, Emma vai juntando as peças da sua vida secreta: um amor proibido com um médico indiano; um terrível escândalo, abafado com a conivência de uma tia-avó; diversas vidas destroçadas por uma simples assinatura num papel... A pouco e pouco, a jovem descobre uma história que abarca várias décadas e continentes, desenterra segredos e - com alguma sorte - poderá ainda alterar o rumo da sua própria vida.
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