Opinião: M.J. Arlidge é daqueles autores
que eu tenho de ler. E rapidamente. Também sei que quando começo dificilmente
consigo parar. 48 horas foi o tempo necessário para ler este seu Mal Me Quer.
Mais uma vez o autor retoma a
inspetora Helen Grace, recém recuperada de um episódio traumático e bastante
grave (ver o livro anterior). Esta policia vai ser a primeira testemunha
daquilo que parece ser um acidente de viação. Mas a verdade é que se trata de
um crime, aparentemente gratuito.
Se assim fosse o livro teria
tomado outro rumo, mas a verdade é que duas horas depois outro assassinato
acontece. Relação? Nenhuma. O certo é que uma cidade aparentemente calma se
transforma num centro de terror, onde a policia anda sempre um passo atrás dos
acontecimentos e dos homicidas. O livro está marcado temporalmente e, em cada
capítulo, sabemos quanto tempo passou sobre a ocorrência anterior.
Helen Grace acaba por ser
obrigada a esquecer o seu passado longínquo e recente, por forma a manter a sua
atenção num conjunto de crimes que vão proliferando pela cidade, a sua cidade,
sem relação aparente. Mas a certeza que todos temos, leitores e personagens, que estes crimes são brutais e foram,
certamente, planeados. A história adensa-se quando consciencializamos que se
trata de dois jovens cujas motivações são inicialmente profundamente obscuras.
É como se a transgressão fosse gratuita.
Arlidge continua a escrever
capítulos curtos, mas que prendem o leitor e nos levam a uma leitura compulsiva
e viciante. Nada é deixado ao acaso e os factos são dados a conta gotas, mas no
momento certo, por forma a prender a atenção ao leitor.
No final do livro fui ler a
sinopse da contracapa e fui ver como o livro se chamava em inglês, bem como a
data da edição original, pois as referências politicas existentes são da
atualidade, o que me despertou a curiosidade. O livro é deste ano (parabéns à
Topseller que soube ser célere na tradução) e chama-se Love Me Not o que nos
leva à cantiga de criança para a qual o titulo português e a contracapa também
remetem. Este pode ser visto como uma
ironia do autor. Uma lengalenga infantil para assassinatos tão brutais, mas
para o leitor, quando acaba o livro, faz todo o sentido, que a obra assim se
chame.
Mais detalhes? Mais pormenores?
Nem pensem. Façam a coisa inteligente para quem gosta de trailers. Leiam o
livro. E depois digam de vossa justiça, aqui no blog.
Sinopse: MAL ME QUER
O corpo sem vida de uma mulher é encontrado no meio da estrada. À primeira vista parece tratar-se de um acidente trágico, mas quando a inspetora Helen Grace chega ao local do crime, torna-se claro para ela que a mulher foi vítima de um assassínio a sangue-frio sem razão aparente.
BEM ME QUER
Duas horas depois, do outro lado da cidade, um empregado de loja é morto, enquanto os seus clientes escapam ilesos.
MAL ME QUER
Ao longo do dia, a cidade de Southampton viverá um clima de terror às mãos de dois jovens assassinos, que parecem matar ao calhas.
BEM ME QUER
Para a inspetora Helen Grace, este dia vai tornar-se uma corrida contra o tempo. Quem vive? Quem morre? Quem será o próximo? O relógio não para…
Se Helen não conseguir resolver este quebra-cabeças mortal, mais sangue será derramado. E, se cometer algum erro, poderá muito bem ser o dela…
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