Opinião: Trisha Ashley não sendo uma das
minhas autoras de eleição acaba por ser uma daquelas autoras que mais cedo ou
mais tarde acabo por ler os seus livros. Costumam ser histórias mais ou menos
leves, próprias para esta época. (as capas em si mesmas e os títulos indiciam
esta época natalícia).
Mas a verdade é que este Chá e corações partidos me prendeu a
atenção desde o início. Não se trata, de todo, de uma história de encantar,
embora tenha um final feliz. É um livro de descoberta de si mesmo e das suas
raízes, depois de ter feito um percurso que levou a personagem principal, Alice
Rose, até ao seu destino.
Alice foi abandonada logo após o
seu nascimento e adotada por um casal onde sobressai a figura paterna, em
detrimento da figura materna que nunca demostra um sentimento de amor, ou mesmo
de empatia. A morte súbita do pai leva-a a abandonar o seu lar e a tentar
refazer a sua vida noutros locais. Mas a verdade é que mais uma vez o
sentimento de perca assola a vida da jovem e, nesse momento, ela resolve ir à
procura das suas raízes e da sua mãe.
Assim vai para Haworth onde
consegue realizar o sonho de abrir um salão de chá, ao mesmo tempo que consegue
editora para publicar as suas histórias, histórias de encantar de terror. E aí
tudo começa de verdade.
O livro é bastante interessante
pois está escrito a duas vozes. Ou seja, os capítulos que nos dão a história
atual de Alice estão escritos na primeira pessoa, e entre esses mesmos
capítulos temos pequenos apontamentos sobre a vida de quem abandonou Alice,
desde o momento do seu nascimento. Temos, pois, a compreensão do que se passou
e a análise da atualidade pelas duas personagens envolvidas.
O final, não deixando de ser
previsível, acaba por ser surpreendente para o leitor. Eu gosto muito de livros
cuja construção nos leva a criar certezas que depois se desmoronam numa ou duas
páginas, e nos levam a pensar que a solução do autor era evidente e não poderia
ser de outra forma, que estava mesmo à vista, o problema é que olhámos para o
lado e aí nos centrámos.
Por tudo isto, e ainda o que o
livro contém, a nível dos sentimentos e da reflexão sobre os mesmos no que
respeita às diversas personagens (de notar que existem aspetos colaterais às
personagens principais bastante interessantes) posso afirmar que considero
este, o melhor livro da Trisha Ashley.
Sinopse: Alice Rose foi abandonada na agreste charneca do Yorkshire quando era ainda bebé. Os anos que se seguiram não foram muito melhores, pois, apesar de ter sido adotada por um padrasto carinhoso, a madrasta sempre nutriu por ela um sentimento de raiva. Já em adulta, a tragédia volta a assolar a sua vida...
Sozinha no mundo, Alice decide regressar a Haworth, a terra da sua infância. Ocupa um pequeno estabelecimento, acalentando o sonho de finalmente assentar e abrir um salão de chá. Mas a vida parece ser sempre uma provação, e o arranque é tudo menos tranquilo... Felizmente tem a escrita (para a confortar) e um vizinho grego, o belo Niles (para a distrair). Mas com tanto a seu desfavor, conseguirá algum dia ser verdadeiramente feliz?
Trisha Ashley brinda-nos com uma obra repleta de ternura sobre a conquista dos nossos sonhos, a importância de criar raízes, e, claro, o poder transformador do amor.
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