sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Dezanove minutos de Jodi Picoult

     Opinião: Mais uma vez Jodi Picoult. Continuando a participação no projeto Um ano com a Jodi li neste mês de dezembro Dezanove Minutos.  E que livro!
    Estes Dezanove minutos foram o tempo necessário para Peter Houghton, aluno do liceu de Sterling, levar a cabo um ataque armado contra os seus colegas e seus abusadores. Desde o jardim de infância até à semana anterior Peter tinha sido vitima de bulling, físico e verbal, de uma forma constante. Até a sua amiga de infância Josie Cormier conseguiu passar para o grupo dos populares, namorando um dos elementos da equipa de futebol.
     Este resumo levará qualquer leitor que não conheça a Jodi a pensar que o livro é dramático, mas linear.
     Dramático, com certeza. E para quem é mãe ainda mais. Pensar que alguém pode, de um momento para o outro, sem aviso prévio, pôr em causa a vida dos nossos filhos, é o maior pesadelo de um progenitor. E neste livro a autora conta a frustração dos pais em geral e de uma mãe em particular. E isso leva-nos a ter os nossos sentidos e sentimentos sempre alerta. Por outro lado, temos a vivência dos pais de Peter, que não sabem como reagir perante a atitude que o filho tomou. Na verdade, estas pessoas são sempre filhas de alguém, que por motivos vários, não se apercebeu, ou não se quis aperceber do caminho que estes jovens estão a traçar.
    Linear, só se fosse de outro autor. Jodi Picoult não nos deixa nunca ficar na nossa zona de conforto. As suas personagens somos nós, gente normal, que acaba por ter de viver com os seus defeitos, as suas incoerências e as suas frustrações. Na verdade, a história vai mostrando as culpas, mais ou menos assumidas dos jovens, e as descobertas dos falhanços dos adultos. Mas como fazer melhor? Como saber qual o momento certo para avançar e qual o momento para dar privacidade? Como fazer para ser uma boa mãe, ou pai, e, ao mesmo tempo ser um bom profissional? Tudo isto é questionado no livro de uma forma séria e emotiva, sem ser melodramática, no pior sentido.
     Pensei que ao não colocar em discurso direto, por capítulos, as personagens, como é seu hábito, o livro se tornaria menos interessante. Equivoco meu. A autora continua a mostrar-nos os diversos pontos de vista e a dar-nos elementos que nos fazem refletir, mesmo depois de acabada a leitura. Para além disso a obra varia entre o presente e o passado, o que nos faz descobrir todos os factos sobre um acontecimento, ao mesmo tempo que as personagens efabulam sobre ele. 

     Sinopse: Mais uma vez, Picoult aborda um assunto delicado na sociedade contemporânea, um tiroteio no liceu, levantando perguntas como: o seu filho pode tornar-se num mistério para si? O que significa ser diferente na nossa sociedade? É justificável para uma vítima ripostar? E quem – se é que alguém – tem o direito de julgar outra pessoa? Em Sterling, New Hampshire, Peter Houghton, um estudante de liceu com dezassete anos, suportou anos de abuso verbal e físico por parte dos colegas. O seu amigo, Josie Cormier, sucumbiu à pressão dos colegas e agora dá-se com os grupos mais populares que muitas vezes instigam o assédio. Um incidente de perseguição é a gota de água para Peter, que o leva a cometer um acto de violência que mudará para sempre a vida dos residentes de Sterling.



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