sexta-feira, 21 de julho de 2017

Fala-me de um dia perfeito





Opinião: Fala-me de um dia perfeito foi um livro que li para o projeto BookBingo. Sempre achei que YA não era a minha onda, tirando honrosas exceções, e tinha razão. Apesar de haver opiniões diferentes, que são de respeitar, este não foi um livro que me enchesse as medidas.
Passo a explicar: o livro trata de assuntos fundamentais para os jovens, e não só,  tais como o suicídio ou a bipolaridade. Certamente que este são temas importantes, e que devemos alertar aqueles que não estam tão a par das situações que podem levar a um, ou informados sobre os medicamentos e as terapias que hoje em dia podem atenuar o outro. De referir ainda que o tema do bulling em situação escolar é aflorado podendo ter sido mais desenvolvido, inclusive como complemento das temáticas anteriores. A diferença que gera a violência aparece, mas poderia ter sido mais explorada, pois também ela é um problema das vivências dos adolescentes  que têm de ser colmatadas.
Livro escrito a duas vozes (e isso é um aspeto que eu gostei bastante) Fala-me de um dia perfeito conta a história de Finch e de Violet, dois jovens de dezassete anos, que andando no mesmo liceu, finalistas, frequentam grupos diferentes. Os dois têm traumas do passado que condicionam as suas escolhas e que, de alguma forma, os aproximam.
Ambos pensar no suicídio como hipótese de fuga e Finch é colocado perante um possível diagnóstico de bipolaridade. Acabando por se aproximar de forma intima, os jovens tentam ajudar-se a si mesmos e um ao outro, de maneira a poderem retomar as suas vidas, a sua rotina e realizar as atividades diárias sem dor. O problema prende-se com a capacidade diferenciada de o conseguir.
A construção das personagens é coerente, embora Violet seja mais ingénua que o seu jovem namorado, o que seria normal tendo em conta os antecedentes familiares. Ele é mais maduro, no entanto surge como alguém menos preparado, devido à doença(?), para gerir, contrariar e sobreviver às adversidades da vida.
A estrutura narrativa, na minha opinião, poderia ser mais bem desenvolvida, bem como alguns dos pensamentos que nos são expressos pelo casal de jovens. A última parte torna-se mais interessante pois o caminho que Violet faz, e que lhe permite recuperar a sua vida e manter a sanidade mental, complementado com as mensagens que vai tendo de Finch, esse caminho acaba por criar uma maior dinâmica ao livro.
De realçar a capa e a sua pertinência em relação à história, chamando de imediato a atenção do leitor para um aspeto que, ao longo do livro se vai tornar importante. Em relação ao título considero que, embora o nome dado na tradução para português seja pertinente, o original faz muito mais sentido pois são “All the bright places” e a deambulação pelos mesmos, que permitem a estes jovens tomarem as suas opções de vida, sejam elas as corretas ou não.
Concluindo, apesar de achar que os temas aflorados são importantes e devem ser apresentados sem tabus nem subterfúgios o livro não me entusiasmou, nem me prendeu a atenção da forma que as temáticas mereciam. No entanto não deixa de ser um livro agradável de ler.






Sinopse: Violet Markey vive para o futuro e conta os dias que faltam para acabar a escola e poder fugir da cidade onde mora e da dor que a consome pela morte da irmã. Theodore Finch é o rapaz estranho da escola, obcecado com a própria morte, em sofrimento com uma depressão profunda. Uma lição de vida comovente sobre uma rapariga que aprende a viver graças a um rapaz que quer morrer. Uma história de amor redentora. 

Sem comentários:

Enviar um comentário