Opinião: Fala-me de um dia perfeito foi um livro
que li para o projeto BookBingo. Sempre achei que YA não era a minha onda,
tirando honrosas exceções, e tinha razão. Apesar de haver opiniões diferentes,
que são de respeitar, este não foi um livro que me enchesse as medidas.
Passo a
explicar: o livro trata de assuntos fundamentais para os jovens, e não só, tais como o suicídio ou a bipolaridade.
Certamente que este são temas importantes, e que devemos alertar aqueles que não
estam tão a par das situações que podem levar a um, ou informados sobre os
medicamentos e as terapias que hoje em dia podem atenuar o outro. De referir
ainda que o tema do bulling em situação escolar é aflorado podendo ter sido
mais desenvolvido, inclusive como complemento das temáticas anteriores. A
diferença que gera a violência aparece, mas poderia ter sido mais explorada,
pois também ela é um problema das vivências dos adolescentes que têm de ser colmatadas.
Livro escrito
a duas vozes (e isso é um aspeto que eu gostei bastante) Fala-me de um dia perfeito conta a história de Finch e de Violet, dois jovens de dezassete anos, que
andando no mesmo liceu, finalistas, frequentam grupos diferentes. Os dois têm
traumas do passado que condicionam as suas escolhas e que, de alguma forma, os
aproximam.
Ambos pensar
no suicídio como hipótese de fuga e Finch é colocado perante um possível
diagnóstico de bipolaridade. Acabando por se aproximar de forma intima, os
jovens tentam ajudar-se a si mesmos e um ao outro, de maneira a poderem retomar
as suas vidas, a sua rotina e realizar as atividades diárias sem dor. O
problema prende-se com a capacidade diferenciada de o conseguir.
A construção
das personagens é coerente, embora Violet seja mais ingénua que o seu jovem
namorado, o que seria normal tendo em conta os antecedentes familiares. Ele é
mais maduro, no entanto surge como alguém menos preparado, devido à doença(?),
para gerir, contrariar e sobreviver às adversidades da vida.
A estrutura
narrativa, na minha opinião, poderia ser mais bem desenvolvida, bem como alguns
dos pensamentos que nos são expressos pelo casal de jovens. A última parte
torna-se mais interessante pois o caminho que Violet faz, e que lhe permite
recuperar a sua vida e manter a sanidade mental, complementado com as mensagens
que vai tendo de Finch, esse caminho acaba por criar uma maior dinâmica ao
livro.
De realçar a
capa e a sua pertinência em relação à história, chamando de imediato a atenção
do leitor para um aspeto que, ao longo do livro se vai tornar importante. Em
relação ao título considero que, embora o nome dado na tradução para português
seja pertinente, o original faz muito mais sentido pois são “All the bright
places” e a deambulação pelos mesmos, que permitem a estes jovens tomarem as
suas opções de vida, sejam elas as corretas ou não.
Concluindo,
apesar de achar que os temas aflorados são importantes e devem ser apresentados
sem tabus nem subterfúgios o livro não me entusiasmou, nem me prendeu a atenção
da forma que as temáticas mereciam. No entanto não deixa de ser um livro
agradável de ler.
Sinopse: Violet Markey vive para o futuro e conta os dias que faltam para acabar a escola e poder fugir da cidade onde mora e da dor que a consome pela morte da irmã. Theodore Finch é o rapaz estranho da escola, obcecado com a própria morte, em sofrimento com uma depressão profunda. Uma lição de vida comovente sobre uma rapariga que aprende a viver graças a um rapaz que quer morrer. Uma história de amor redentora.
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