Este
livro conta uma história passada no Japão antigo e refere-se às dificuldades de
comunicação e de entendimento entre Itaro, o artesão, e Saburo, o oleiro. Há
quem defenda que neste livro hugo mãe acaba por cruzar três lendas nipónicas.
Sem
querer contar nada deste romance, não posso deixar de dizer que este é, no
entanto, um livro de mulheres, onde a figura destas se torna uma pedra basilar
daqueles homens. Mesmo quando esta já não habita o espaço físico onde se
desenrola a história. De referir, ainda, que a crueza da história é atenuada
pela magnitude da palavra.
Mas
a verdadeira beleza deste livro é a escrita poética, atrevo-me a chamar-lhe
assim, do autor. Valter hugo mãe é mestre na utilização da palavra criando uma
beleza que vai para além da história. Herdeiro de algumas características da
escrita de Saramago, acaba por nos embalar numa realidade que não sendo a
nossa, longínqua até, acabamos por a sentir como se fosse parte integrante do
português e da sua saudade.
Se
mais não posso dizer sem tirar o fator de surpresa ao livro, este é sem
quaisquer dúvidas uma obra da qual recomendo a leitura, embora este não seja
uma obra de fácil leitura. Mas vale a pena, muito a pena ler com atenção estes Homens imprudentemente poéticos.
Sinopse: Num Japão antigo o artesão Itaro e o oleiro Saburo vivem uma vizinhança inimiga que, em avanços e recuos, lhes muda as prioridades e, sobretudo, a capacidade de se manterem boa gente.
A inimizade, contudo, é coisa pequena diante da miséria comum e do destino.
Conscientes da exuberância da natureza e da falha da sorte, o homem que faz leques e o homem que faz taças medem a sensatez e, sobretudo, os modos incondicionais de amarem suas distintas mulheres.
Valter Hugo Mãe prossegue a sua poética ímpar. Uma humaníssima visão do mundo.
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