quinta-feira, 26 de abril de 2018

A Sociedade Literária da Tarte da Casca de Batata de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows

      Opinião: Como é que eu deixei este livro na estante durante tanto tempo?       Quase oito anos? Não sei, mas fiz mal, muito mal. O mais estranho é que todas as críticas que li desta obra foram bastante positivas, mas, mesmo assim, não havia maneira de me decidir a lê-lo. Há momentos em que as nossas opções são, perfeitamente, incompreensíveis.
     A sociedade literária da Tarte de Casca de Batata é um livro surpreendente, tanto ou mais do que o título. Na verdade, este livro é uma obra sobre o pós-guerra mais do que sobre livros ou a própria sociedade literária. Sendo um romance epistolar pensei que seria, de certa forma, aborrecido, e talvez por isso tenha ficado tanto tempo na estante. Mas é um livro delicioso.
     Juliet Ashton, jornalista de sucesso, encontra-se bloqueada sem saber sobre o que escrever de seguida. É então que toma conhecimento de uma história, de uma sociedade literária, que se reúne e reuniu durante a guerra, em Guernsey, uma das ilhas do Canal. Esse conhecimento vem do facto de lhe terem devolvido um livro que, no passado, lhe terá pertencido e, por coincidências do destino terá ido parar às mãos de um dos elementos da respetiva sociedade. Após algumas cartas e ao saber das histórias destes habitantes durante a ocupação nazi, a jovem acaba por ir para a ilha onde acaba por se tornar um membro residente da mesma.
     Mas o livro é muito mais. O livro é doçura, conhecimento, sobre as ilhas e a invasão sofrida durante a segunda guerra mundial, referências literárias importantes…. Acabamos por adquirir conhecimento de uma forma fácil e leve, sem deixarmos de nos sentir agarrados à narrativa que vai sendo contada. De facto, a partir de determinado momento todas aquelas personagens passam a ser nossas amigas, estando nós a torcer pelo seu sucesso, a sua sobrevivência ou o seu final feliz.
   Para além disso a própria escrita do livro está envolta numa situação dramática, pois quem começou a escrevê-lo foi Mary Ann Shaffer que, entretanto, acabou por falecer o que fez com que a sua sobrinha, Annie Barrows, o tenha revisto e lhe tenha dado a sua forma definitiva.
    De qualquer maneira este é um livro muito bom, que deveria ser lido por todos os que gostam de ter nas mãos um bom romance, com uma história interessante e escrito de uma forma muito inteligente. A não perder.

     Sinopse: Londres, 1946.
     Depois do sucesso estrondoso do seu primeiro livro, a jovem escritora Juliet Ashton procura duas coisas: um assunto para o seu novo livro, e, embora não o admita abertamente, um homem com quem partilhar a vida e o amor pelos livros.
     É com surpresa que um dia Juliet recebe uma carta de um senhor chamado Dawsey Adams, residente na ilha britânica de Guernsey, a comunicar que tem um livro que outrora pertenceu a Juliet.
    Curiosa por natureza, Juliet Ashton começa a corresponder-se com vários habitantes da ilha.
    É assim que descobre que Guernsey foi ocupada pelas tropas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial, e que as pessoas com quem agora se corresponde formavam um clube secreto a que davam o nome de Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata.
    Fascinada pela história da dita Sociedade Literária, e ainda mais pelos seus novos amigos, Juliet parte para Guernsey. O que encontra na ilha mudará a sua vida para sempre…
 



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