segunda-feira, 7 de maio de 2018

O tempo das violetas de Sarah Jio

     Opinião: O tempo das violetas de Sarah Jio foi um livro que fui lendo entre outros. Não sou muito de ler mais do que um livro ao mesmo tempo, mas desta vez aconteceu. Quem ler isto poderá pensar que o livro não me cativou e por isso fui protelando a sua leitura. Nada mais falso. O livro é uma obra doce, serena, embora os acontecimentos sejam trágicos.
   O romance acaba por ter um romance dentro dele mesmo. Duas histórias, dois tempos, construção narrativa que é do meu agrado.
   Na verdade, o livro conta a história de Emily, escritora, que após um divórcio traumatizante e um bloqueio criativo, acaba por ir visitar a sua tia-avó, onde costumava passar as férias na infância, mas que já não visitava há anos. Aí descobre um diário de 1943 que lhe revela uma história de amor entre dois habitantes da ilha onde a sua tia Bee vive.
   A verdade é que ao mesmo tempo que a história avança Emily percebe que aquele desenvolvimento tem a ver consigo e com os antepassados da sua família. E este é mesmo o aspeto que mais me cativou: a construção narrativa.  O conjunto de coincidências, de acasos, e as semelhanças entre o passado e o presente fazem desta história uma leitura bastante agradável.
   Por outro lado, a forma de descrever as situações e a própria escrita cria uma doçura, um encanto, que mesmo nos momentos mais intensos e dramáticos conseguimos sentir a ternura subjacente. Baseado numa história de amor profunda, a autora consegue transmitir essa ternura e sedução.
   O tempo das violetas foi, pois, um livro que não sendo uma leitura rápida, vai deixar-me uma ternura a quando da recordação da mesma. É um livro que recomendo sem reservas para quem gosta deste tipo de literatura, mais doce, mas que ao mesmo tempo se pode tornar intensa.

Sinopse: Melhor Livro do Ano para o Library Journal
Entre violetas e um diário secreto, o amor pode renascer.
Aos 20 anos, Emily estava nos píncaros. Escritora de sucesso e casada com um homem de capa de revista, o futuro parecia-lhe auspicioso.
Dez anos depois, a sua sorte deu uma reviravolta. Desanimada por um súbito bloqueio criativo e a recuperar de um divórcio, Emily é convidada pela sua tia-avó Bee a passar um mês na idílica ilha de Bainbridge. Talvez o regresso às memórias da sua infância e o poder do mar sejam a cura perfeita para o seu coração partido.
Enquanto procura material para o próximo livro, Emily encontra um diário de 1943 que lhe revela a história trágica de uma das habitantes da ilha. A pouco e pouco, ela percebe que esta história está estranhamente ligada a si e que há um mistério à sua espera para ser desvendado… Um mistério que esperou décadas pela sua chegada.
Um romance sobre amores que resistem ao tempo, ao desgosto e à distância… mesmo quando tudo parece estar perdido.


Sem comentários:

Enviar um comentário