Opinião: Eis
um livro que me desiludiu apenas por causa do final. Na verdade, estive a ler
furiosamente o Às Cegas de Josh
Malerman mas o final deixou, na minha modesta opinião, muito a desejar.
Mas
vamos por partes. O livro está construído em dois tempos, o presente e o
passado. As duas épocas vão alternando mais ou menos capítulo sim capítulo não,
e vamos conhecendo a história de Malorie e do mundo em que ela vive. Esse
mundo, que acaba por ser descrito como a nossa realidade, está a ser assolado
por algo que faz com que as pessoas que olham esse algo endoideçam. Daí tudo se
tem de fazer “Às cegas”.
A
obra é a narração da vida de Malorie desde a sua condenação à escuridão até à
sua libertação. A história está fantástica, as descrições são assustadoras,
mesmo brutais e os elementos que não nos são dados tornam esta realidade ainda
mais sombria, aterradora e ameaçadora. No entanto todo este terror não nos
afasta do livro, pelo contrário. Este pavor, a forma como o livro está escrito
e a sequência dos acontecimentos faz com que a leitura se torne compulsiva. Não
conseguimos parar de acompanhar as vivências da jovem mulher que se protege a
si mesma, a um rapaz e a uma rapariga.
E
depois chegamos às últimas páginas. Ao último capítulo. E a tensão morre. O
pavor desaparece e o livro acaba com um sabor de algo mal resolvido, com a noção
de que este livro merecia um final mais espetacular, algo mais grandioso.
Foi
pena. Seria um livro cinco estrelas que as perdeu em menos de dez páginas. Considero que o final de um livro é algo muito importante. Aquilo que o leitor
recorda costuma ser os factos mais marcantes e o desenlace, a conclusão. Esta
construção literária, quer a nível da história, quer a nível da escrita, não
merecia tal conclusão.
Vale
a pena ler o livro? Vale! A história é brilhante, a escrita muito boa, e o que
se espera de um livro de terror está lá. Vou ler mais livros deste autor? Claro
que sim. Assim a Topseller o continue a editar.
Sinopse: Não abra os olhos. Há algo terrível lá fora.
Num mundo pós-apocalítico tenso e aterrorizante que explora a essência do medo, uma mulher, com duas crianças, decide fugir, sonhando com uma vida em segurança. Mas durante a viagem, o perigo está à espreita: basta uma decisão errada e eles morrerão. Cinco anos depois de a epidemia ter começado, os sobreviventes ainda se escondem em abrigos, protegidos atrás de portas trancadas e janelas tapadas.
Malorie e os seus filhos conseguiram sobreviver, mas agora que eles têm 4 anos chegou o momento de abandonar o refúgio. Procurar uma vida melhor, em segurança e sem medos.
Num barco a remos e de olhos vendados, os três embarcam numa viagem rio acima. Apenas podem confiar no instinto e na audição apurada das crianças para se guiarem. De repente, sentem que são seguidos. Nas margens abandonadas, alguém observa. Será animal, humano ou monstro?
Um suspense inquietante que relembra as melhores histórias de Stephen King.
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