segunda-feira, 24 de setembro de 2018

As raparigas esquecidas de Sara Blaedel

Opinião: Sara Blaedel foi uma escritora que conheci na Feira do Livro de Lisboa e que, pelo seu discurso e simpatia, me cativou. Na verdade, fui com grandes espectativas para esta leitura, que fiz com a Maria João Diogo, A Biblioteca da João, e a Patrícia Rodrigues, do canal O prazer das coisas.
Este livro tinha, pois, todos os ingredientes para ser uma boa leitura. Um thriller, uma sinopse que chamava a atenção, uma autora dinamarquesa (os autores do norte da Europa estão, definitivamente, a dar cartas neste género) e boa companhia.
Mas o livro acabou por não funcionar. Lamento, mas não funcionou mesmo. Passo a explicar. O livro tinha subjacente uma história interessante, partindo do caso de umas raparigas que tinham sido “esquecidas”, raparigas essas que estavam internadas numa instituição de doentes mentais. Mas a história acaba por ser confusa, sem uma continuidade e às vezes tive dificuldade em seguir os acontecimentos pois achei as sequências narrativas mal elaboradas e pensadas.
As personagens não são muito coesas, acaba por se tornar confusa a ligação que ela faz da vida pessoal da polícia Louise Rick e o desenvolvimento do caso. A construção da personalidade de cada um dos intervenientes acaba por ser bastante fraca, sem consistência.
A tudo isto junta-se uma escrita que não me agradou.  Por vezes a falta de coesão e sequência lógica do texto parece ser provocada por problemas de escrita. De notar que não me pareceu tratar-se de um problema de tradução (feita diretamente do dinamarquês) mas de estilo da própria autora, pois as estruturas são as mesmas e recorrentes.
Foi, pois, com uma enorme pena que acabei este livro sem o poder considerar uma boa leitura. Era daqueles livros que eu queria mesmo gostar. Para além disso tenho, na minha prateleira, mais livros da autora que, e apesar de tudo, quero dar uma oportunidade. Sendo um primeiro livro, pode ter sido lapsos de principiante. Mas essa oportunidade não será num futuro próximo. A ver vamos.

Sinopse: Numa floresta da Dinamarca, um guarda-florestal encontra o corpo de uma mulher. Marcada por uma cicatriz no rosto, a sua identificação deveria ser fácil, mas ninguém comunicou o seu desaparecimento e não existem registos acerca desta mulher.Passam-se quatro dias e a agente da polícia Louise Rick, chefe do Departamento de Pessoas Desaparecidas, continua sem qualquer pista. É então que decide publicar uma fotografia da misteriosa mulher. Os resultados não tardam. Agnete Eskildsen telefona para Louise afirmando reconhecer a mulher da fotografia, identificando-a como sendo Lisemette, uma das «raparigas esquecidas» de Eliselund, antiga instituição estatal para doentes mentais onde trabalhara anos antes.Mas, quando Louise consulta os arquivos de Eliselund, descobre segredos terríveis, e a investigação ganha contornos perturbadores à medida que novos crimes são cometidos na mesma floresta. Através de uma narrativa envolvente, vertiginosa e de forte impacto emocional, Sara Blædel não deixa o leitor descansar enquanto não chegar ao fim do livro.  


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